
Júlia Christine*
Uma estudante de direito da Unidade Central de Educação Faem (UCEFF), em Chapecó, oeste de Santa Catarina, foi denunciada por colegas após desviar cerca de R$ 77 mil que seriam usados para a festa de formatura da turma, que ocorreria em 22 de fevereiro. O evento estava sendo planejado desde 2022. O valor arrecadado ao longo de três anos foi gasto em apostas on-line, como o “jogo do tigrinho”. Após a denúncia, a Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar o caso, reunir provas e verificar se o crime configura apropriação indébita ou estelionato. Caso as irregularidades sejam confirmadas, a estudante poderá responder criminalmente pelo desvio.
A última aparição da suspeita foi em 17 de janeiro, quando enviou uma mensagem à turma dizendo que havia perdido todo o dinheiro em apostas on-line e prometeu recuperar o valor. No entanto, depois da confissão, desativou sua conta pessoal e a conta da turma no Instagram, além de ter saído de grupos de mensagens. “Ela simplesmente jogou a notícia e saiu. A gente ficou sem saber o que fazer”, lamenta Nicoli Bertoncelli Bison, 23 anos, uma das alunas afetadas. Desde então, a turma tem organizado vaquinhas e ações para arrecadar dinheiro e tentar viabilizar a festa. Aqueles que desejarem contribuir, podem realizar doações por meio do site: http://www.vakinha.com.br/5370170 ou com a chave pix: [email protected].
Conta bancária
De acordo com Nicoli, apesar de outras pessoas terem se oferecido, a suspeita se voluntariou para assumir a presidência da comissão de formatura, sem que houvesse votação. Ela ficou responsável por istrar o dinheiro que era depositado em sua conta. Os colegas não desconfiavam da situação, já que a estudante sempre demonstrou dedicação à organização da festa. “Ela sempre se mostrou responsável. Uma semana antes de tudo acontecer, ela estava entregando os convites para a família dela, muito dedicada. Ela demonstrava que estava tudo bem e que a formatura iria acontecer”, conta a colega.
A turma não teve o à conta bancária usada para guardar o dinheiro, pois todos os depósitos eram feitos diretamente na conta da presidente da comissão. A decisão foi tomada porque a empresa responsável pelo evento, Nova Era Formaturas, oferecia pagamentos parcelados, mas não emitia boletos bancários. “A gente decidiu criar uma conta para facilitar o pagamento, mas como alguns alunos tinham problemas com a Receita Federal, ela se prontificou a fazer. Ela gerava os boletos e mandava para a turma. A gente foi na boa-fé que aprendemos a ter”, explicou Nicoli.
A Nova Era Formaturas afirmou em nota que não possuía qualquer responsabilidade sobre a arrecadação, istração ou guarda dos valores destinados à formatura. A empresa ressaltou que os valores foram arrecadados diretamente pelos formandos por meio de rateio e que está solidária com a situação, trabalhando para viabilizar a realização dos eventos.
*Estagiária sob a supervisão de Marina Rodrigues
Saiba Mais