
A União Nacional dos Estudantes (UNE) publicou no Instagram e no site oficial, nesta segunda-feira (10/3), uma nota de repúdio à prisão do ativista e estudante palestino Mahmoud Khalil, detido ontem (9) nos Estados Unidos por agentes de imigração enquanto participava de uma manifestação em defesa da Palestina na Universidade de Columbia. A entidade denuncia o caráter arbitrário da detenção e acusa o governo norte-americano de intensificar a repressão contra estudantes e movimentos sociais que criticam as ações de Israel em Gaza.
De acordo com a UNE, Khalil foi preso pelo Immigration and Customs Enforcement (ICE) sob a alegação de que seu visto estudantil havia sido revogado. No entanto, a entidade afirma que ele não estava no país com esse tipo de visto, mas sim com um green card, que lhe garante status de residente permanente nos EUA.
A nota da UNE classifica a prisão como parte de uma escalada de perseguição política promovida pelo governo dos Estados Unidos, que estaria utilizando repressão policial e migratória para silenciar opositores das políticas israelenses. Segundo a entidade, há uma tentativa de criminalizar manifestações contrárias ao que chamam de “regime sionista de apartheid”.
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Outro ponto alarmante, segundo a organização estudantil, é que nem a advogada de Khalil nem sua esposa — que está grávida — conseguiram obter informações sobre seu paradeiro. Para a UNE, isso evidencia o caráter autoritário da detenção e reforça a preocupação com a repressão a movimentos estudantis.
“A prisão e detenção de Mahmoud fazem parte da repressão aberta do governo dos EUA contra o ativismo estudantil e a liberdade política, mirando especificamente os estudantes da Universidade de Columbia por sua crítica ao massacre israelense em Gaza”, afirma a advogada do estudante, segundo o comunicado da UNE.
A entidade estudantil manifestou solidariedade a Khalil, sua família e a todos os estudantes que, ao longo do último ano, ocuparam universidades em diferentes países para denunciar o que chamam de genocídio contra os palestinos. “Seguiremos em luta, dentro e fora das universidades, contra toda forma de opressão e pela autodeterminação do povo palestino”, conclui a nota.