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"Teve uma vez que brigaram comigo porque o lanche estava molhado, mas est&aacute; fora do meu controle se est&aacute; chovendo e a pessoa demora para abrir o port&atilde;o", conta, indignado. "Tamb&eacute;m na chuva, outro cliente demorou 20 minutos para pegar o pedido", lembra. "A pessoa sequer agradeceu", relembra.</p> <p class="texto">O jovem tamb&eacute;m se revolta ao recordar de um estabelecimento que, em teoria, deveria ser ponto de apoio aos motoboys dos aplicativos. "Na porta tinha uma placa avisando que era proibida a entrada de motoboys. Logo abaixo, outra placa avisava: Seu pet &eacute; bem-vindo'. Quer dizer, animais podem. A gente, n&atilde;o."</p> <p class="texto">Antes de usar a motocicleta para sobreviver, Wesley trabalhava em um restaurante com carteira assinada, mas o que ganhava n&atilde;o supria as necessidades. "Com as entregas, consigo trabalhar um pouco mais e ganhar um pouco mais tamb&eacute;m", explica. 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"Come&ccedil;ou no setor de transportes e, em um futuro pr&oacute;ximo, deve chegar &agrave;s ind&uacute;strias", aponta.</p> <p class="texto">"Eu me sinto invis&iacute;vel e cansado, porque n&oacute;s nos entregamos para esse trabalho, dando conforto para a sociedade, mas n&atilde;o somos bem remunerados, as condi&ccedil;&otilde;es s&atilde;o prec&aacute;rias e somos desvalorizados, apesar de colocarmos em risco a sa&uacute;de e a seguran&ccedil;a, fora o estresse", desabafa Alessandro da Concei&ccedil;&atilde;o, 31, conhecido como "Motoboy Sorriso". Presidente da Amae-DF, ele conta que entrou no ramo no per&iacute;odo da&nbsp;pandemia da covid-19, momento em que, segundo ele, ao inv&eacute;s de serem valorizados, foram ainda mais precarizados, com aumento de jornada e queda no rendimento.</p> <p class="texto">O motoboy trabalha todos os dias, entre 11h e 23h, deixando em casa a esposa e as filhas de 9 meses e de 4 anos. Ele consegue fazer entre 15 e 22 entregas, o que rende de R$ 100 a R$ 150 no dia. O motoboy n&atilde;o conseguiu completar o ensino m&eacute;dio. Largou a escola para ajudar com as contas de casa. No entanto, a conclus&atilde;o dos estudos est&aacute; nos planos e Sorriso pensa em ingressar na faculdade.</p> <p class="texto">O desrespeito com a categoria &eacute; sentido cotidianamente. "A gente faz a gentileza de subir no apartamento para fazer a entrega e n&atilde;o recebe bom dia ou boa tarde. Aconteceu de o cliente colocar s&oacute; a m&atilde;o para fora e fechar a porta na minha cara", relembra o motoboy. "Se at&eacute; hoje trabalho nisso &eacute; porque eu gosto. &Eacute; um sonho meu ver a nossa profiss&atilde;o ser valorizada", ressalva.</p> <p class="texto"> <div class="galeria-cb"> <amp-carousel class="carousel1" layout="fixed-height" height="300" type="slides"> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/03/14/1403km_12-35424863.jpg?20240321081115" class="contain" layout="fill" alt=" 14/03/2024 Cr&eacute;dito: Kayo Magalh&atilde;es/CB/D.A Press. Brasil. Bras&iacute;lia - DF. Ponto de apoio ao motociclista noSetor Comercial Sul. Na foto, Eduardo Melo." width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Kayo Magalh&atilde;es/CB/D.A Press - <b></b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/03/14/1403km_14-35424883.jpg?20240321081116" class="contain" layout="fill" alt=" 14/03/2024 Cr&eacute;dito: Kayo Magalh&atilde;es/CB/D.A Press. Brasil. Bras&iacute;lia - DF. Ponto de apoio ao motociclista no Lago Norte. Na foto, Bernardo Teixeira." width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Kayo Magalh&atilde;es/CB/D.A Press - <b></b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/03/08/080324km_02-35341402.jpg?20240321081114" class="contain" layout="fill" alt=" 08/03/2024 Cr&eacute;dito: Kayo Magalh&atilde;es/CB/D.A Press. Brasil. Bras&iacute;lia - DF. Cidades. Invisibilidade do trabalho dos motoboys pela cidade. Na foto, Alessandro da Concei&ccedil;&atilde;o (moto azul) e Wesley Santos (moto vermelha)." width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Kayo Magalh&atilde;es/CB/D.A Press - <b></b> </figcaption> </div> <amp-embed width=100 height=100 type=taboola layout=responsive data-publisher='diariosassociados-correiobraziliense' data-mode='thumbnails-a-photogallery' data-placement='taboola-widget-0-photo-gallery AMP' data-target_type='mix' data-article='auto' data-url=''> </amp-embed> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/03/08/080324km_03-35341418.jpg?20240321081029" class="contain" layout="fill" alt=" 08/03/2024 Cr&eacute;dito: Kayo Magalh&atilde;es/CB/D.A Press. Brasil. Bras&iacute;lia - DF. Cidades. Invisibilidade do trabalho dos motoboys pela cidade. Na foto, Alessandro da Concei&ccedil;&atilde;o (moto azul) e Wesley Santos (moto vermelha)." width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Kayo Magalh&atilde;es/CB/D.A Press - <b></b> </figcaption> </div> </amp-carousel> </div></p> <h3>Tr&acirc;nsito</h3> <p class="texto">Entre as principais preocupa&ccedil;&otilde;es dos motoboys est&aacute; o tr&acirc;nsito. Recentemente, o Distrito Federal teve um dos dez janeiros mais chuvosos dos &uacute;ltimos 60 anos. A exposi&ccedil;&atilde;o constante &agrave; chuva traz riscos ao circular pelas vias da capital. O Departamento de Tr&acirc;nsito (Detran) do DF registrou, no total, 11 acidentes fatais envolvendo motocicletas nos meses de janeiro e fevereiro. "Quando vejo os acidentes acontecendo, at&eacute; com colegas nossos, bate um des&acirc;nimo em continuar na profiss&atilde;o", desabafa Wesley. O pensamento de Sorriso &eacute; na esposa e nos filhos. "Minha m&atilde;e todo dia me liga para saber se voltei para casa", ressalta.</p> <p class="texto">Os aplicativos funcionam por pontua&ccedil;&atilde;o, calculado com base nos indicadores das entregas das &uacute;ltimas quatro semanas. Quanto mais alta, mais entregas s&atilde;o direcionadas ao motoboy. Um dos indicadores &eacute; a pontualidade. "No per&iacute;odo de chuva, d&atilde;o mais tempo, mas, ainda assim, n&atilde;o &eacute; o suficiente, a gente tem que sair correndo", comenta Wesley, que j&aacute; ficou na rua at&eacute; duas horas da manh&atilde; para atingir sua meta.</p> <h3>Pontos de apoio</h3> <p class="texto">No meio da correria, eles precisam de um lugar para comer, ir ao banheiro e descansar. Em 2020, foi criada a Lei 6.677, que obriga a constru&ccedil;&atilde;o de pontos de apoio para trabalhadores de aplicativos de entrega em todas as regi&otilde;es istrativas. De acordo com o presidente do Sindicato dos Motociclistas Profissionais (Sindmoto-DF), Luiz Carlos Galv&atilde;o, existem apenas dois pontos de apoio ativos no DF.</p> <p class="texto">O Correio foi at&eacute; o primeiro ponto para saber se o local atende &agrave;s necessidades dos entregadores. Inaugurado em 2023 por uma plataforma de alimenta&ccedil;&atilde;o, em parceria com o poder p&uacute;blico, fica atr&aacute;s do edif&iacute;cio Ven&acirc;ncio 2000, no Setor Comercial Sul. Entregador h&aacute; 18 anos, Eduardo Melo, 46, garante que se sente satisfeito, apesar dos contratempos. "O &uacute;nico problema &eacute; o espa&ccedil;o pequeno reservado para estacionar as motocicletas e o filtro de &aacute;gua, que precisa trocar. Fora isso, est&aacute; tudo certo", garante. O lugar tem banheiros, microondas, espa&ccedil;os de descanso e alimenta&ccedil;&atilde;o, al&eacute;m de manuten&ccedil;&atilde;o peri&oacute;dica.</p> <p class="texto">Eduardo tamb&eacute;m trabalha cerca de 12 horas por dia, das 10h e &agrave;s 22h. Mora sozinho, mas paga pens&atilde;o para dois filhos, de 16 e de 12 anos. A meta di&aacute;ria &eacute; faturar entre R$ 150 e R$ 200, o que demanda de 10 a 12 entregas. O motoboy tem ensino m&eacute;dio incompleto, mas planeja conclu&iacute;-lo e ingressar em um curso de gest&atilde;o at&eacute; o fim deste ano. O foco dele &eacute; ir para o servi&ccedil;o p&uacute;blico, &aacute;rea em que atuou algumas vezes. "Eu me sinto invis&iacute;vel quando a gente faz uma entrega e o cliente n&atilde;o te d&aacute; import&acirc;ncia. Ele acha que temos a obriga&ccedil;&atilde;o de entrar no condom&iacute;nio, sem saber que amos o risco de deixar a moto sozinha. Um colega meu teve a moto roubada m&ecirc;s ado", teme Eduardo.</p> <p class="texto">O ponto de apoio no Centro de Atividades 7, atr&aacute;s do shopping Iguatemi, &eacute; de iniciativa da istra&ccedil;&atilde;o Regional do Lago Norte. Bernardo Teixeira, 24, considera que muita coisa ainda precisa ser melhorada. O local, semelhante a uma parada de &ocirc;nibus, n&atilde;o tem banheiros e nem bebedouros, as tomadas e a ilumina&ccedil;&atilde;o n&atilde;o funcionam, o wi-fi gratuito, anunciado na fachada, n&atilde;o existe. "De noite, a gente fica na escurid&atilde;o", relata.</p> <p class="texto">A istra&ccedil;&atilde;o do Lago Norte informou ao Correio que o espa&ccedil;o foi criado apenas para ser um ponto de apoio r&aacute;pido, com mesas e bancos, tomadas e internet, sem previs&atilde;o de banheiros. A empresa que presta gratuitamente o servi&ccedil;o de manuten&ccedil;&atilde;o foi acionada para verificar o motivo de a internet n&atilde;o estar funcionando.</p> <h3>Economia de bico</h3> <p class="texto">Os entregadores se encaixam na chamada "economia de bico", atividades de trabalho caracterizadas pela flexibilidade, irregularidade, inconst&acirc;ncia e cujo modelo de contrata&ccedil;&atilde;o n&atilde;o tem v&iacute;nculo formal com a empresa. Ou seja, o volume de tarefas e o rendimento variam de acordo com a demanda.</p> <p class="texto">Atualmente, h&aacute; um perfil nacional das pessoas que atuam como entregadores: s&atilde;o homens (90%), negros (62%), com idade entre 25 e 35 anos (44%). Os entregadores trabalham, em m&eacute;dia, 40,9 horas por m&ecirc;s. No Centro-Oeste, eles recebem por volta de R$ 11,27 por hora. O levantamento, sobre o segundo semestre de 2023, &eacute; do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de S&atilde;o Paulo (USP).</p> <p class="texto">Os pesquisadores descobriram tamb&eacute;m que a m&eacute;dia salarial entre os entregadores varia de acordo com a ra&ccedil;a/etnia. Enquanto a m&eacute;dia mensal para os motociclistas brancos &eacute; de R$ 2.634, para os negros &eacute; de R$ 2.287.</p> <p class="texto">Para o soci&oacute;logo e professor do Departamento de Sociologia da Universidade de Bras&iacute;lia (UnB), Ricardo Colturato Festi, apesar de entregadores e motoboys serem chamados de "empreendedores" pelas empresas, esses "bicos" s&atilde;o uma nova forma de trabalho assalariado sem direitos. "Eles precisam de previd&ecirc;ncia, de previsibilidade na rela&ccedil;&atilde;o de trabalho, de transpar&ecirc;ncia da gest&atilde;o algor&iacute;tmica, de diversas formas de prote&ccedil;&atilde;o social, fora as necessidades b&aacute;sicas, como um local para poder descansar, fazer suas necessidades fisiol&oacute;gicas, recarregar o celular e esquentar a marmita. Ou seja, falta o b&aacute;sico da humanidade. O que dizer da falta de direitos trabalhista?", indaga.</p> <h3>Duas perguntas para Ricardo Colturato Festi, especialista em sociologia do trabalho:</h3> <p class="texto"><strong>Por que acontece essa invisibilidade de entregadores na sociedade?</strong></p> <p class="texto"><em>Uma combina&ccedil;&atilde;o de fatores que, historicamente e atualmente, marginalizam um extrato da popula&ccedil;&atilde;o: s&atilde;o negros, prec&aacute;rios, perif&eacute;ricos, informais. E, acima de tudo, acredito que h&aacute; a vit&oacute;ria de uma subjetividade neoliberal na sociedade brasileira, que leva a uma desvaloriza&ccedil;&atilde;o das concep&ccedil;&otilde;es solid&aacute;rias e comuns e desumaniza as rela&ccedil;&otilde;es e, em particular, o trabalho. Os entregadores, por exemplo, s&atilde;o essenciais na sociedade capitalista acelerada de hoje, mas s&atilde;o indiv&iacute;duos descart&aacute;veis.</em></p> <p class="texto"><strong>Tendo em vista que a maioria dos entregadores e dos motoboys s&atilde;o homens e negros &mdash; de acordo com pesquisas que usam dados da Pnad &mdash; como &eacute; a din&acirc;mica nas rela&ccedil;&otilde;es de g&ecirc;nero e &eacute;tnico-raciais?</strong></p> <p class="texto"><em>Elas sofrem diversas formas de viol&ecirc;ncia simb&oacute;lica e f&iacute;sica. H&aacute; incont&aacute;veis relatos de racismo, machismo, transfobia e preconceito de classe sofridos por eles e elas. A forma de neg&oacute;cio das empresas-plataformas n&atilde;o ajuda a diminuir esse problema. Ele o acentua. A suposta flexibilidade deste trabalho acaba aparecendo como uma vantagem. Mas, na pr&aacute;tica, nossas pesquisas t&ecirc;m demonstrado uma precariza&ccedil;&atilde;o ainda maior da vida. Este &eacute; o caso de relatos que encontramos de mulheres que vivem no Entorno de Bras&iacute;lia e t&ecirc;m jornadas de mais de 10 horas de trabalho. No entanto, diferentemente dos homens, elas dividem a jornada entre as entregas e os afazeres dom&eacute;sticos e familiares.</em>&nbsp;</p> <p class="texto">*Estagi&aacute;ria sob a supervis&atilde;o&nbsp;de Jos&eacute; Carlos Vieira</p> <p class="texto"><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/euestudante/trabalho-e-formacao/2024/03/6822032-levantamento-executivas-negras-sao-mais-engajadas-no-trabalho-mas-recebem-menos.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/01/09/christina_wocintechchat_com_dfcogr91h5m_unsplash-34049550.jpg?20240408165525" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Trabalho & Formação</strong> <span>Levantamento: executivas negras são mais engajadas no trabalho, mas recebem menos</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/trabalho-e-formacao/2024/03/6819384-agencias-e-empresas-oferecem-154-vagas-de-emprego.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/03/17/emprego_e_trainne_geral-35492458.jpg?20240317114555" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Trabalho & Formação</strong> <span>Agências e empresas oferecem 154 vagas de emprego</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/trabalho-e-formacao/2024/03/6818086-projeto-de-lei-que-diminui-carga-de-trabalho-avanca-no-congresso.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/03/13/53572409479_28723f150c_z-35415453.jpg?20240313172550" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Trabalho & Formação</strong> <span>Projeto de Lei que diminui carga de trabalho avança no Congresso</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/trabalho-e-formacao/2024/03/6818083-empresas-brasileiras-testam-modelo-de-semana-util-de-apenas-quatro-dias.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/03/14/675x450/1_greco_design__2_-35426076.jpg?20240318202440" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Trabalho & Formação</strong> <span>Empresas brasileiras testam modelo de semana útil de apenas quatro dias</span> </div> </a> </li> </ul> </div></p> <p class="texto">&nbsp;<br /></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": { "url": "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/03/08/675x450/1_080324km_07-35341496.jpg?20240321081028?20240321081028", "width": 820, "@type": "ImageObject", "height": 490 }, "author": [ { "@type": "Person", "name": "Correio Braziliense" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } } 5d7029

Eu, Estudante 5g255w

ECONOMIA

Conheça a rotina dos entregadores de aplicativo, uma profissão invisível b2i5b

Eles estão no dia a dia dos brasilienses, principalmente depois da pandemia, mas poucos enxergam as dificuldades que motoboys am, como agressões, falta de direitos trabalhistas e desvalorização 5p1v65

Por Carol Braga, Naum Giló e Fernanda Cavalcante* — Segundo a Associação dos Motofretistas Autônomos e Entregadores de Aplicativo do Distrito Federal e Entorno (Amae-DF), a capital tem cerca 30 mil trabalhadores da categoria em atividade. Eles são responsáveis pelo conforto do brasiliense em receber encomendas na porta de casa ou do condomínio. Apesar da importância da tarefa que desempenham, sobretudo a partir da pandemia, eles ainda são frequentemente alvos de agressões e de intolerância por parte de clientes, além de não terem estrutura e direitos que lhes garantam condições dignas de trabalho, como pontos de apoio para poderem se alimentar, descansar, hidratar-se ou recarregar o celular, ferramenta fundamental de trabalho para eles. A sensação é de invisibilidade.

Wesley Santos, 23 anos, no ramo há dois anos, relata episódios de desrespeito. "Teve uma vez que brigaram comigo porque o lanche estava molhado, mas está fora do meu controle se está chovendo e a pessoa demora para abrir o portão", conta, indignado. "Também na chuva, outro cliente demorou 20 minutos para pegar o pedido", lembra. "A pessoa sequer agradeceu", relembra.

O jovem também se revolta ao recordar de um estabelecimento que, em teoria, deveria ser ponto de apoio aos motoboys dos aplicativos. "Na porta tinha uma placa avisando que era proibida a entrada de motoboys. Logo abaixo, outra placa avisava: Seu pet é bem-vindo'. Quer dizer, animais podem. A gente, não."

Antes de usar a motocicleta para sobreviver, Wesley trabalhava em um restaurante com carteira assinada, mas o que ganhava não supria as necessidades. "Com as entregas, consigo trabalhar um pouco mais e ganhar um pouco mais também", explica. Por dia, o jovem faz de 25 a 30 viagens, faturando entre R$ 200 e R$ 250, mas ele destaca que esse dinheiro também é usado para combustível e manutenção da moto, além de alimentação. Santos começa as entregas às 11h e termina às 23h.

Ele mora com a esposa em Sobradinho. O único dia da semana que o casal tem para fazer algum programa juntos é a segunda-feira, quando estão de folga. "Feliz é uma palavra muito forte, mas sou grato pelo que conquistei, porque, hoje, estou melhor do que antes, com o antigo trabalho", afirma.

Para Geraldo Góes, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a invisibilidade dos entregadores e dos motoboys vai além do dia a dia da profissão. "Falta regulação estatal desse trabalho. Há uma invisibilidade do ponto de vista do quanto as plataformas divulgam sobre como são as relações trabalhistas", analisa. Segundo o professor, nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, existem regulações e padronização de quais e de quantos dados devem ser divulgados pelas empresas sobre os trabalhadores. "Com o aumento de dados disponibilizados, conseguimos fazer pesquisas mais qualificadas e conhecer melhor essas pessoas e suas necessidades", explica o pesquisador.

De acordo com estudos do Ipea, mais de 1,7 milhão de pessoas atuam com plataformas de entregas no Brasil, número que representa praticamente 2% da força de trabalho nacional. Segundo Geraldo, é importante o Estado regular essas relações entre empresas e empregados, porque o modelo plataformizado veio para ficar e tende a crescer. "Começou no setor de transportes e, em um futuro próximo, deve chegar às indústrias", aponta.

"Eu me sinto invisível e cansado, porque nós nos entregamos para esse trabalho, dando conforto para a sociedade, mas não somos bem remunerados, as condições são precárias e somos desvalorizados, apesar de colocarmos em risco a saúde e a segurança, fora o estresse", desabafa Alessandro da Conceição, 31, conhecido como "Motoboy Sorriso". Presidente da Amae-DF, ele conta que entrou no ramo no período da pandemia da covid-19, momento em que, segundo ele, ao invés de serem valorizados, foram ainda mais precarizados, com aumento de jornada e queda no rendimento.

O motoboy trabalha todos os dias, entre 11h e 23h, deixando em casa a esposa e as filhas de 9 meses e de 4 anos. Ele consegue fazer entre 15 e 22 entregas, o que rende de R$ 100 a R$ 150 no dia. O motoboy não conseguiu completar o ensino médio. Largou a escola para ajudar com as contas de casa. No entanto, a conclusão dos estudos está nos planos e Sorriso pensa em ingressar na faculdade.

O desrespeito com a categoria é sentido cotidianamente. "A gente faz a gentileza de subir no apartamento para fazer a entrega e não recebe bom dia ou boa tarde. Aconteceu de o cliente colocar só a mão para fora e fechar a porta na minha cara", relembra o motoboy. "Se até hoje trabalho nisso é porque eu gosto. É um sonho meu ver a nossa profissão ser valorizada", ressalva.

Kayo Magalhães/CB/D.A Press -
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Trânsito 252464

Entre as principais preocupações dos motoboys está o trânsito. Recentemente, o Distrito Federal teve um dos dez janeiros mais chuvosos dos últimos 60 anos. A exposição constante à chuva traz riscos ao circular pelas vias da capital. O Departamento de Trânsito (Detran) do DF registrou, no total, 11 acidentes fatais envolvendo motocicletas nos meses de janeiro e fevereiro. "Quando vejo os acidentes acontecendo, até com colegas nossos, bate um desânimo em continuar na profissão", desabafa Wesley. O pensamento de Sorriso é na esposa e nos filhos. "Minha mãe todo dia me liga para saber se voltei para casa", ressalta.

Os aplicativos funcionam por pontuação, calculado com base nos indicadores das entregas das últimas quatro semanas. Quanto mais alta, mais entregas são direcionadas ao motoboy. Um dos indicadores é a pontualidade. "No período de chuva, dão mais tempo, mas, ainda assim, não é o suficiente, a gente tem que sair correndo", comenta Wesley, que já ficou na rua até duas horas da manhã para atingir sua meta.

Pontos de apoio 701g72

No meio da correria, eles precisam de um lugar para comer, ir ao banheiro e descansar. Em 2020, foi criada a Lei 6.677, que obriga a construção de pontos de apoio para trabalhadores de aplicativos de entrega em todas as regiões istrativas. De acordo com o presidente do Sindicato dos Motociclistas Profissionais (Sindmoto-DF), Luiz Carlos Galvão, existem apenas dois pontos de apoio ativos no DF.

O Correio foi até o primeiro ponto para saber se o local atende às necessidades dos entregadores. Inaugurado em 2023 por uma plataforma de alimentação, em parceria com o poder público, fica atrás do edifício Venâncio 2000, no Setor Comercial Sul. Entregador há 18 anos, Eduardo Melo, 46, garante que se sente satisfeito, apesar dos contratempos. "O único problema é o espaço pequeno reservado para estacionar as motocicletas e o filtro de água, que precisa trocar. Fora isso, está tudo certo", garante. O lugar tem banheiros, microondas, espaços de descanso e alimentação, além de manutenção periódica.

Eduardo também trabalha cerca de 12 horas por dia, das 10h e às 22h. Mora sozinho, mas paga pensão para dois filhos, de 16 e de 12 anos. A meta diária é faturar entre R$ 150 e R$ 200, o que demanda de 10 a 12 entregas. O motoboy tem ensino médio incompleto, mas planeja concluí-lo e ingressar em um curso de gestão até o fim deste ano. O foco dele é ir para o serviço público, área em que atuou algumas vezes. "Eu me sinto invisível quando a gente faz uma entrega e o cliente não te dá importância. Ele acha que temos a obrigação de entrar no condomínio, sem saber que amos o risco de deixar a moto sozinha. Um colega meu teve a moto roubada mês ado", teme Eduardo.

O ponto de apoio no Centro de Atividades 7, atrás do shopping Iguatemi, é de iniciativa da istração Regional do Lago Norte. Bernardo Teixeira, 24, considera que muita coisa ainda precisa ser melhorada. O local, semelhante a uma parada de ônibus, não tem banheiros e nem bebedouros, as tomadas e a iluminação não funcionam, o wi-fi gratuito, anunciado na fachada, não existe. "De noite, a gente fica na escuridão", relata.

A istração do Lago Norte informou ao Correio que o espaço foi criado apenas para ser um ponto de apoio rápido, com mesas e bancos, tomadas e internet, sem previsão de banheiros. A empresa que presta gratuitamente o serviço de manutenção foi acionada para verificar o motivo de a internet não estar funcionando.

Economia de bico 351t6o

Os entregadores se encaixam na chamada "economia de bico", atividades de trabalho caracterizadas pela flexibilidade, irregularidade, inconstância e cujo modelo de contratação não tem vínculo formal com a empresa. Ou seja, o volume de tarefas e o rendimento variam de acordo com a demanda.

Atualmente, há um perfil nacional das pessoas que atuam como entregadores: são homens (90%), negros (62%), com idade entre 25 e 35 anos (44%). Os entregadores trabalham, em média, 40,9 horas por mês. No Centro-Oeste, eles recebem por volta de R$ 11,27 por hora. O levantamento, sobre o segundo semestre de 2023, é do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de São Paulo (USP).

Os pesquisadores descobriram também que a média salarial entre os entregadores varia de acordo com a raça/etnia. Enquanto a média mensal para os motociclistas brancos é de R$ 2.634, para os negros é de R$ 2.287.

Para o sociólogo e professor do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB), Ricardo Colturato Festi, apesar de entregadores e motoboys serem chamados de "empreendedores" pelas empresas, esses "bicos" são uma nova forma de trabalho assalariado sem direitos. "Eles precisam de previdência, de previsibilidade na relação de trabalho, de transparência da gestão algorítmica, de diversas formas de proteção social, fora as necessidades básicas, como um local para poder descansar, fazer suas necessidades fisiológicas, recarregar o celular e esquentar a marmita. Ou seja, falta o básico da humanidade. O que dizer da falta de direitos trabalhista?", indaga.

Duas perguntas para Ricardo Colturato Festi, especialista em sociologia do trabalho: 6c6e6v

Por que acontece essa invisibilidade de entregadores na sociedade?

Uma combinação de fatores que, historicamente e atualmente, marginalizam um extrato da população: são negros, precários, periféricos, informais. E, acima de tudo, acredito que há a vitória de uma subjetividade neoliberal na sociedade brasileira, que leva a uma desvalorização das concepções solidárias e comuns e desumaniza as relações e, em particular, o trabalho. Os entregadores, por exemplo, são essenciais na sociedade capitalista acelerada de hoje, mas são indivíduos descartáveis.

Tendo em vista que a maioria dos entregadores e dos motoboys são homens e negros — de acordo com pesquisas que usam dados da Pnad — como é a dinâmica nas relações de gênero e étnico-raciais?

Elas sofrem diversas formas de violência simbólica e física. Há incontáveis relatos de racismo, machismo, transfobia e preconceito de classe sofridos por eles e elas. A forma de negócio das empresas-plataformas não ajuda a diminuir esse problema. Ele o acentua. A suposta flexibilidade deste trabalho acaba aparecendo como uma vantagem. Mas, na prática, nossas pesquisas têm demonstrado uma precarização ainda maior da vida. Este é o caso de relatos que encontramos de mulheres que vivem no Entorno de Brasília e têm jornadas de mais de 10 horas de trabalho. No entanto, diferentemente dos homens, elas dividem a jornada entre as entregas e os afazeres domésticos e familiares. 

*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira