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Essa propor&ccedil;&atilde;o tem se mantido est&aacute;vel h&aacute; pelo menos duas d&eacute;cadas, mesmo com a oferta de 100 vagas por ano, como ocorreu nos concursos de 2006 a 2011. Relat&oacute;rio de 2023 do Minist&eacute;rio das Rela&ccedil;&otilde;es Exteriores (MRE), o mais recente divulgado pelo &oacute;rg&atilde;o, revela um cen&aacute;rio preocupante tamb&eacute;m em postos de lideran&ccedil;a: mulheres ocupam apenas 16% das posi&ccedil;&otilde;es de chefia e 22% dos cargos de embaixador. Nesse ritmo, a Associa&ccedil;&atilde;o das Mulheres Diplomatas Brasileiras (AMDB) alerta que a igualdade de recrutamento s&oacute; ser&aacute; alcan&ccedil;ada em 2110.</p> <h3 dir="ltr">&ldquo;Coisa de homem&rdquo;</h3> <p class="texto">Para a ministra conselheira do Minist&eacute;rio das Rela&ccedil;&otilde;es Exteriores (MRE) Viviane Rios Balbino, os desafios come&ccedil;am com a percep&ccedil;&atilde;o, &ldquo;n&atilde;o t&atilde;o distante da realidade&rdquo;, de que a carreira diplom&aacute;tica n&atilde;o &eacute; para mulheres. &ldquo;De maneira semelhante &agrave; carreira militar, a (diplom&aacute;tica) foi estruturada para que homens a ocuem. 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Uma maneira de corrigir a percep&ccedil;&atilde;o que afasta as mulheres do concurso seria nomear mulheres, em n&uacute;meros parit&aacute;rios, para fun&ccedil;&otilde;es de grande visibilidade&rdquo;, diz Viviane Balbino.</p> <h3 dir="ltr">Desafios hist&oacute;ricos</h3> <p dir="ltr">Na carreira diplom&aacute;tica, as mulheres enfrentaram diversos impedimentos desde que a primeira diplomata, Maria Jos&eacute; de Castro, ingressou na carreira, em 1918<strong>&nbsp;(veja abaixo)</strong>. "Houve reformas que foram impedindo e dificultando o o e a ascens&atilde;o das mulheres, como a reforma Oswaldo Aranha (1938), que restringiu o o de mulheres durante 16 anos. Em 1954, houve uma lei que disp&ocirc;s sobre o ingresso na carreira 'sem distin&ccedil;&atilde;o de sexo', mas a proibi&ccedil;&atilde;o de casamento entre colegas perdurou at&eacute; 1965", lembra a alta representante para temas de g&ecirc;nero da Assessoria de Participa&ccedil;&atilde;o Social e Diversidade do MRE (APSD), embaixadora Vanessa Dolce de Faria.&nbsp;</p> <p dir="ltr"> <div class="galeria-cb"> <amp-carousel class="carousel1" layout="fixed-height" height="300" type="slides"> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/07/24/whatsapp_image_2024_07_24_at_19_21_53-39103870.jpeg?20240724192622" class="contain" layout="fill" alt="Maria José de Castro Rebello Mendes " width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Reprodução/AMDB - <b></b> </figcaption> </div> </amp-carousel> </div></p> <p dir="ltr">"De 1966 a 1985, havia o instituto da 'agrega&ccedil;&atilde;o', que determinava que um dos diplomatas do casal deveria abrir m&atilde;o da carreira quando removido para o exterior &mdash; e geralmente eram 'elas' e n&atilde;o 'eles' que abriam m&atilde;o. Depois, de 1985 a 1996, havia a determina&ccedil;&atilde;o de que o sal&aacute;rio de um dos dois do casal deveria ser de apenas 40% quando servindo no exterior. Ou seja, mesmo depois da Constitui&ccedil;&atilde;o de 1988, que reconheceu a igualdade jur&iacute;dica entre os sexos, a discrimina&ccedil;&atilde;o em mat&eacute;ria de remunera&ccedil;&atilde;o foi mantida", completa Vanessa Dolce.&nbsp;</p> <p dir="ltr">Esses pap&eacute;is fixos de g&ecirc;nero foram questionados em servi&ccedil;os exteriores nas &uacute;ltimas d&eacute;cadas, "seja pelos novos formatos de fam&iacute;lia (homoafetivas, principalmente), seja pelas leg&iacute;timas aspira&ccedil;&otilde;es profissionais das esposas de diplomatas. Os c&ocirc;njuges das diplomatas, por&eacute;m, especialmente aqueles que n&atilde;o s&atilde;o vinculados &agrave;s chancelarias, ainda causam estranhamento. O mesmo vale para mulheres diplomatas solteiras. N&atilde;o se registra o mesmo inc&ocirc;modo com rela&ccedil;&atilde;o a homens diplomatas solteiros ou divorciados&rdquo;, exp&otilde;e ainda a ministra conselheira Viviane Balbino.&nbsp;</p> <p dir="ltr"><span class="selectable-text copyable-text">S&oacute; em 1996 foi retirada a &uacute;ltima barreira normativa &agrave; igualdade entre homens e mulheres no Itamaraty, quando se estabeleceu a igualdade remunerat&oacute;ria no exterior para diplomatas casados.</span></p> <h3 dir="ltr">Recorte racial<br /></h3> <p dir="ltr">De acordo com o <em>Boletim Estat&iacute;stico &Eacute;tnico-Racial do Servi&ccedil;o Exterior Brasileiro de 2024</em>, cerca de 3% do corpo diplom&aacute;tico brasileiro &eacute; composto por mulheres negras, o que tamb&eacute;m est&aacute; sendo considerado pelas autoridades ao pensar pol&iacute;ticas de inclus&atilde;o no MRE.&nbsp;</p> <p dir="ltr">Desenvolvido em conjunto com o CNPq, o Minist&eacute;rio da Igualdade Racial e a Funda&ccedil;&atilde;o Palmares, o Instituto Rio Branco implementa, h&aacute; 22 anos, o Programa de A&ccedil;&atilde;o Afirmativa (PAA) - Bolsa-Pr&ecirc;mio de Voca&ccedil;&atilde;o para a Diplomacia, que tem por objetivo ampliar as condi&ccedil;&otilde;es de ingresso de brasileiros pretos ou pardos na carreira de diplomata, ampliando a diversidade do servi&ccedil;o exterior brasileiro.</p> <p dir="ltr">A iniciativa, do governo federal, j&aacute; mostrou resultados positivos nos &uacute;ltimos 10 anos: &ldquo;77 candidatos que se identificaram como negros ingressaram na carreira diplom&aacute;tica entre 2002 e 2023 por meio do CACD. Desse total, 60 candidatos receberam bolsa do PAA. O IRBr tem avaliado a viabilidade de adotar iniciativa semelhante para ind&iacute;genas, mulheres e pessoas com defici&ecirc;ncia&rdquo;, revela ao&nbsp;<strong>Correio</strong>&nbsp;a diretora-geral do Instituto Rio-Branco, embaixadora Mitzi Gurgel Valente da Costa.</p> <p dir="ltr"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/07/26/image0-39142243.jpeg" width="1200" height="1382" layout="responsive" alt="Embaixadora Mitzi Gurgel, diretora-geral do Instituto Rio Branco: &quot;Mulheres t&ecirc;m mais chance&quot;"></amp-img> <figcaption>Arquivo pessoal - <b>Embaixadora Mitzi Gurgel, diretora-geral do Instituto Rio Branco: &quot;Mulheres t&ecirc;m mais chance&quot;</b></figcaption> </div></p> <p dir="ltr">&ldquo;No caso das mulheres negras, elas tamb&eacute;m se beneficiam de a&ccedil;&atilde;o afirmativa implementada por meio da Instru&ccedil;&atilde;o Normativa 23/2023, do MGI, que determina a chamada do mesmo n&uacute;mero de candidatos da ampla concorr&ecirc;ncia e candidatos pelas cotas raciais para as diferentes fases do concurso. Haver&aacute;, portanto, mais chances de mulheres negras alcan&ccedil;arem a fase discursiva do certame&rdquo;, afirma&nbsp;Mitzi Gurgel, referindo-se &agrave; atualiza&ccedil;&atilde;o do &uacute;ltimo edital do CACD, que incluiu a convoca&ccedil;&atilde;o adicional de 75 mulheres para a segunda fase do certame. N&atilde;o vigoram, por&eacute;m, cotas espec&iacute;ficas para mulheres nem para mulheres negras.</p> <h3 dir="ltr">Transexualidade&nbsp;</h3> <p dir="ltr">Na carreira diplom&aacute;tica brasileira, n&atilde;o h&aacute; registro oficial de mulheres transexuais &mdash; que n&atilde;o se identificam com o g&ecirc;nero masculino atribu&iacute;do no nascimento. O reconhecimento da identidade de g&ecirc;nero, por&eacute;m, &eacute; uma possibilidade no CACD. "A mulher trans tem direito ao reconhecimento da sua identidade. O edital prev&ecirc; que as publica&ccedil;&otilde;es referentes aos candidatos transexuais ou travestis ser&atilde;o realizadas de acordo como nome e o g&ecirc;nero constantes noregistro civil. Sendo assim, paraconvoca&ccedil;&atilde;o na segunda fase do concurso, em especial nas vagas designadas &agrave;s mulheres, precisar&aacute; ter a mudan&ccedil;a de g&ecirc;nero no registro civil&rdquo;&nbsp;&nbsp;&rdquo;, explica Camilla C&acirc;ndido, da LBS Advogadas e Advogados.</p> <p dir="ltr"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/07/28/whatsapp_image_2024_07_24_at_16_40_44-39154241.jpeg" width="1200" height="1798" layout="responsive" alt="Camilla C&acirc;ndido, da LBS Advogadas e Advogados: &quot;Mulheres trans tem direito ao reconhecimento da identidade de g&ecirc;nero no CACD&quot;"></amp-img> <figcaption>Arquivo pessoal - <b>Camilla C&acirc;ndido, da LBS Advogadas e Advogados: &quot;Mulheres trans tem direito ao reconhecimento da identidade de g&ecirc;nero no CACD&quot;</b></figcaption> </div></p> <p dir="ltr">Sobre a inclus&atilde;o LGBTQIAP+, a embaixadora&nbsp;Vanessa Dolce de Faria, afirma que medidas est&atilde;o sendo avaliadas no contexto do Programa Federal de A&ccedil;&otilde;es Afirmativas (PFAA). "O MRE est&aacute; avaliando a ado&ccedil;&atilde;o de medida afirmativa para favorecer a inclus&atilde;o de pessoas trans nos contratos de servi&ccedil;os terceirizados", diz.</p> <h3 dir="ltr">Panorama global</h3> <p dir="ltr">De acordo com Viviane Balbino, o Brasil se difere de outros pa&iacute;ses no contexto internacional devido &agrave; tardia iniciativa por parte do governo, que s&oacute; em 2024 implementou efetivamente uma din&acirc;mica de proporcionalidade de g&ecirc;nero na carreira. &ldquo;Com rela&ccedil;&atilde;o a outros pa&iacute;ses, a presen&ccedil;a feminina foi, em geral, mais baixa em todas as chancelarias. Argentina, Chile, M&eacute;xico e Paraguai, por exemplo, j&aacute; contavam com a&ccedil;&otilde;es de paridade no servi&ccedil;o p&uacute;blico, inclusive, na chancelaria. Isso para n&atilde;o falar de pa&iacute;ses europeus, africanos e asi&aacute;ticos.&rdquo;</p> <p dir="ltr">Nesse sentido, a embaixadora&nbsp;Vanessa Dolce completa: &ldquo;As mulheres, historicamente, est&atilde;o alienadas de todos os espa&ccedil;os de poder. No Congresso Nacional, s&atilde;o apenas cerca de 18% de nossos representantes &mdash; estamos abaixo da m&eacute;dia mundial e aqu&eacute;m de todos os nossos vizinhos na regi&atilde;o. Na esfera federal, temos hoje o maior n&uacute;mero de ministras j&aacute; alcan&ccedil;ado no Brasil, mas ainda estamos longe de um cen&aacute;rio de paridade."</p> <p dir="ltr"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/07/24/whatsapp_image_2024_07_24_at_18_47_14-39103553.jpeg" width="1200" height="1962" layout="responsive" alt="Embaixadora Vanessa Dolce, alta representante da APSD: &quot;Brasil abaixo da m&eacute;dia mundial&quot;"></amp-img> <figcaption>Arquivo pessoal - <b>Embaixadora Vanessa Dolce, alta representante da APSD: &quot;Brasil abaixo da m&eacute;dia mundial&quot;</b></figcaption> </div></p> <p dir="ltr">A Assembleia Geral das Na&ccedil;&otilde;es Unidas (AGNU) adotou, em 2015, a <em>Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustent&aacute;vel</em>, estabelecendo propostas para alcan&ccedil;ar, entre outras metas, a paridade de g&ecirc;nero no mundo. Em apoio &agrave; agenda, a ONU Mulheres lan&ccedil;ou a iniciativa global <em>Por um planeta 50-50 em 2030: um o decisivo pela igualdade de g&ecirc;nero</em>, com a colabora&ccedil;&atilde;o de mais de 90 pa&iacute;ses, para que &ldquo;mulheres, homens, sociedade civil, governos, empresas, universidades e meios de comunica&ccedil;&atilde;o &ndash; trabalhem de maneira determinada, concreta e sistem&aacute;tica para eliminar as desigualdades&rdquo;. J&aacute; em 2022, a AGNU instituiu a data de 24 de junho como Dia Internacional das Mulheres na Diplomacia.&nbsp;</p> <h3 dir="ltr">Participa&ccedil;&atilde;o feminina</h3> <p dir="ltr">Pesquisas mostram que mulheres parlamentares e mulheres em cargos de chefia aprovam leis e pol&iacute;ticas p&uacute;blicas melhores para as pessoas comuns, para o ambiente e para a inclus&atilde;o social. &ldquo;O aumento da participa&ccedil;&atilde;o de mulheres nos processos pol&iacute;ticos e de paz &eacute; vital para alcan&ccedil;ar estabilidade e para que os acordos sejam mais duradouros&rdquo;, afirma Viviane Balbino.&nbsp;</p> <p dir="ltr">A paridade em cargos de decis&atilde;o colabora ainda para quebrar padr&otilde;es excludentes de promo&ccedil;&atilde;o na carreira. &ldquo;Quando apenas homens avaliam o m&eacute;rito, &eacute; natural que se lembrem mais dos companheiros de rodas masculinas de socializa&ccedil;&atilde;o. Isso tamb&eacute;m est&aacute; mapeado na literatura especializada e n&atilde;o &eacute; exclusividade brasileira. O que falta ao Brasil &eacute; tomar a&ccedil;&otilde;es decididas para reverter definitivamente esses conhecidos vieses de g&ecirc;nero &ndash; coisa que pa&iacute;ses vizinhos j&aacute; est&atilde;o fazendo.&rdquo;&nbsp;</p> <p dir="ltr">Em 2023, com a nomea&ccedil;&atilde;o da embaixadora Maria Laura da Rocha como secret&aacute;ria-geral das Rela&ccedil;&otilde;es Exteriores, o Brasil saiu da posi&ccedil;&atilde;o de &uacute;nico pa&iacute;s da Am&eacute;rica do Sul que nunca havia tido uma mulher exercendo a fun&ccedil;&atilde;o em toda a hist&oacute;ria do &oacute;rg&atilde;o. &ldquo;Embora se trate de decis&atilde;o obviamente importante, &eacute; muito pouco. Para fazer frente ao peso hist&oacute;rico da exclus&atilde;o, seria necess&aacute;rio garantir paridade nos cargos de secret&aacute;rios (terceiro escal&atilde;o do MRE) e nas chefias dos postos de maior prest&iacute;gio no exterior (categoria &ldquo;A&rdquo;). Isso projeta uma decis&atilde;o institucional de busca de diversidade e tamb&eacute;m j&aacute; foi testada em outros pa&iacute;ses&rdquo;, afirma Viviane Balbino.</p> <h3 dir="ltr">Vit&oacute;ria<br /></h3> <p class="texto">&nbsp;<div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/07/28/whatsapp_image_2024_07_24_at_16_43_30-39154249.jpeg" width="1200" height="1200" layout="responsive" alt="Vice-presidente da AMDB, La&iacute;s Garcia: &quot;Todos perdemos com a exclus&atilde;o das mulheres dos espa&ccedil;os de poder&quot;"></amp-img> <figcaption>Arquivo pessoal - <b>Vice-presidente da AMDB, La&iacute;s Garcia: &quot;Todos perdemos com a exclus&atilde;o das mulheres dos espa&ccedil;os de poder&quot;</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">Em abril deste ano, a AMDB, entidade protagonista na luta, encomendou um parecer jur&iacute;dico ao MRE reivindicando a constitucionalidade e a implementa&ccedil;&atilde;o das cotas de g&ecirc;nero para o CACD 2024. Apesar da mudan&ccedil;a na din&acirc;mica convocat&oacute;ria de vagas, o edital n&atilde;o acolheu o pedido.&nbsp;<span class="selectable-text copyable-text">"Precisamos reconhecer que a desigualdade existe e que ela nos prejudica como sociedade. Todos perdemos quando as mulheres n&atilde;o est&atilde;o inclu&iacute;das nos processos decis&oacute;rios, quando s&atilde;o penalizadas nas suascarreiras, no o &agrave; sa&uacute;de, no gozo dos seus direitos pelo simples fato de serem mulheres", afirma a vice-presidente da AMDB, La&iacute;s Garcia.</span></p> <p dir="ltr">&ldquo;Aguardaremos os resultados das provas do CACD para avaliar se a medida resultar&aacute; em equil&iacute;brio maior entre o n&uacute;mero de homens e mulheres que &eacute; de fato aprovado ao final da sele&ccedil;&atilde;o. Mas consideramos essa medida salutar e uma vit&oacute;ria da mobiliza&ccedil;&atilde;o das mulheres diplomatas. Queremos ter uma diplomacia com a cara do Brasil, com mais mulheres e outras parcelas da popula&ccedil;&atilde;o historicamente exclu&iacute;das da carreira&rdquo;, compartilha La&iacute;s Garcia, que est&aacute; como presidente interina da associa&ccedil;&atilde;o.</p> <p class="texto"><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/euestudante/educacao-basica/2024/07/6907184-enem-instituto-educafro-disponibiliza-cursinho-para-estudantes-de-baixa-renda.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/07/26/whatsapp_image_2024_07_26_at_16_00_26__1_-39143409.jpeg?20240726160816" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Educação básica</strong> <span>Enem: Instituto Educafro disponibiliza cursinho para estudantes de baixa renda</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/concursos/2024/07/6907145-confira-os-locais-de-prova-do-concurso-do-banco-central.html"> <amp-img src="https://www.flipar.com.br/wp-content/s/2024/01/banco_central-e1719859868151.jpg?20240726150448" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Concursos</strong> <span>Confira os locais de prova do concurso do Banco Central</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/concursos/2024/07/6907042-concursos-pelo-pais-confira-novidades-desta-sexta-feira-26-7.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/04/18/b184738d_c672_475e_aa69_83f30552d743-36296445.jpeg?20240731142001" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Concursos</strong> <span>Concursos pelo país: confira novidades desta sexta-feira (26/7)</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/concursos/2024/07/6907035-concurso-pmdf-gdf-autoriza-contratacao-de-banca-organizadora.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2023/12/01/pmdf_-32772028.jpeg?20240724190402" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Concursos</strong> <span>Concurso PMDF: GDF autoriza contratação de banca organizadora</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/concursos/2024/07/6906955-concurso-para-diplomata-prazo-para-se-inscrever-termina-nesta-sexta-feira.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/03/21/_dsc7780-35657244.jpg?20240429180328" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Concursos</strong> <span>Concurso para Diplomata: prazo para se inscrever termina nesta sexta-feira</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/ensino-superior/2024/07/6906584-bolsas-universitarias-para-estudantes-indigenas-vagas-ate-11-8.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/07/25/1721842188-39127732.jpg?20240725190741" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Ensino superior</strong> <span>Bolsas universitárias para estudantes indígenas: inscrições vão até 11/8</span> </div> </a> </li> </ul> </div></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": { "url": "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/03/21/675x450/1__dsc7780-35657244.jpg?20240429180328?20240429180328", "width": 820, "@type": "ImageObject", "height": 490 }, "author": [ { "@type": "Person", "name": "Marina Rodrigues" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } } 4k3p22

Eu, Estudante 5g255w

rumo à equidade

Desafios históricos marcam a luta feminina na carreira diplomática 1o714

Ao Correio, especialistas e autoridades apontam caminhos possíveis para a paridade entre homens e mulheres na diplomacia brasileira, prevista para ser alcançada apenas em 2110 5i3m43

O percentual feminino na carreira diplomática é considerado baixo, representando 23% do total — cerca de 354 de 1.539 diplomatas. Essa proporção tem se mantido estável há pelo menos duas décadas, mesmo com a oferta de 100 vagas por ano, como ocorreu nos concursos de 2006 a 2011. Relatório de 2023 do Ministério das Relações Exteriores (MRE), o mais recente divulgado pelo órgão, revela um cenário preocupante também em postos de liderança: mulheres ocupam apenas 16% das posições de chefia e 22% dos cargos de embaixador. Nesse ritmo, a Associação das Mulheres Diplomatas Brasileiras (AMDB) alerta que a igualdade de recrutamento só será alcançada em 2110.

“Coisa de homem” 3u2b4

Para a ministra conselheira do Ministério das Relações Exteriores (MRE) Viviane Rios Balbino, os desafios começam com a percepção, “não tão distante da realidade”, de que a carreira diplomática não é para mulheres. “De maneira semelhante à carreira militar, a (diplomática) foi estruturada para que homens a ocuem. Uma série de práticas institucionais bastante arraigadas dão por certa a presença da esposa do diplomata no lar, ocupando-se de todo o trabalho relacionado aos deslocamentos da família (adultos, crianças e demais dependentes) para o exterior.”

Autora das publicações Diplomata: substantivo comum de dois gêneros e Terá a paz rosto de mulher, Viviane afirma que essa estrutura disfuncional desestimula potenciais candidatas e até suas famílias. “É conhecido o diferente apoio, inclusive financeiro, dado pelas famílias a rapazes que se preparam, às vezes por anos a fio, para o Concurso de issão à Carreira de Diplomata (CACD), e às moças. Uma maneira de corrigir a percepção que afasta as mulheres do concurso seria nomear mulheres, em números paritários, para funções de grande visibilidade”, diz Viviane Balbino.

Desafios históricos 6i5u52

Na carreira diplomática, as mulheres enfrentaram diversos impedimentos desde que a primeira diplomata, Maria José de Castro, ingressou na carreira, em 1918 (veja abaixo). "Houve reformas que foram impedindo e dificultando o o e a ascensão das mulheres, como a reforma Oswaldo Aranha (1938), que restringiu o o de mulheres durante 16 anos. Em 1954, houve uma lei que dispôs sobre o ingresso na carreira 'sem distinção de sexo', mas a proibição de casamento entre colegas perdurou até 1965", lembra a alta representante para temas de gênero da Assessoria de Participação Social e Diversidade do MRE (APSD), embaixadora Vanessa Dolce de Faria. 

Reprodução/AMDB -

"De 1966 a 1985, havia o instituto da 'agregação', que determinava que um dos diplomatas do casal deveria abrir mão da carreira quando removido para o exterior — e geralmente eram 'elas' e não 'eles' que abriam mão. Depois, de 1985 a 1996, havia a determinação de que o salário de um dos dois do casal deveria ser de apenas 40% quando servindo no exterior. Ou seja, mesmo depois da Constituição de 1988, que reconheceu a igualdade jurídica entre os sexos, a discriminação em matéria de remuneração foi mantida", completa Vanessa Dolce. 

Esses papéis fixos de gênero foram questionados em serviços exteriores nas últimas décadas, "seja pelos novos formatos de família (homoafetivas, principalmente), seja pelas legítimas aspirações profissionais das esposas de diplomatas. Os cônjuges das diplomatas, porém, especialmente aqueles que não são vinculados às chancelarias, ainda causam estranhamento. O mesmo vale para mulheres diplomatas solteiras. Não se registra o mesmo incômodo com relação a homens diplomatas solteiros ou divorciados”, expõe ainda a ministra conselheira Viviane Balbino. 

Só em 1996 foi retirada a última barreira normativa à igualdade entre homens e mulheres no Itamaraty, quando se estabeleceu a igualdade remuneratória no exterior para diplomatas casados.

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De acordo com o Boletim Estatístico Étnico-Racial do Serviço Exterior Brasileiro de 2024, cerca de 3% do corpo diplomático brasileiro é composto por mulheres negras, o que também está sendo considerado pelas autoridades ao pensar políticas de inclusão no MRE. 

Desenvolvido em conjunto com o CNPq, o Ministério da Igualdade Racial e a Fundação Palmares, o Instituto Rio Branco implementa, há 22 anos, o Programa de Ação Afirmativa (PAA) - Bolsa-Prêmio de Vocação para a Diplomacia, que tem por objetivo ampliar as condições de ingresso de brasileiros pretos ou pardos na carreira de diplomata, ampliando a diversidade do serviço exterior brasileiro.

A iniciativa, do governo federal, já mostrou resultados positivos nos últimos 10 anos: “77 candidatos que se identificaram como negros ingressaram na carreira diplomática entre 2002 e 2023 por meio do CACD. Desse total, 60 candidatos receberam bolsa do PAA. O IRBr tem avaliado a viabilidade de adotar iniciativa semelhante para indígenas, mulheres e pessoas com deficiência”, revela ao Correio a diretora-geral do Instituto Rio-Branco, embaixadora Mitzi Gurgel Valente da Costa.

Arquivo pessoal - Embaixadora Mitzi Gurgel, diretora-geral do Instituto Rio Branco: "Mulheres têm mais chance"

“No caso das mulheres negras, elas também se beneficiam de ação afirmativa implementada por meio da Instrução Normativa 23/2023, do MGI, que determina a chamada do mesmo número de candidatos da ampla concorrência e candidatos pelas cotas raciais para as diferentes fases do concurso. Haverá, portanto, mais chances de mulheres negras alcançarem a fase discursiva do certame”, afirma Mitzi Gurgel, referindo-se à atualização do último edital do CACD, que incluiu a convocação adicional de 75 mulheres para a segunda fase do certame. Não vigoram, porém, cotas específicas para mulheres nem para mulheres negras.

Transexualidade  3um3j

Na carreira diplomática brasileira, não há registro oficial de mulheres transexuais — que não se identificam com o gênero masculino atribuído no nascimento. O reconhecimento da identidade de gênero, porém, é uma possibilidade no CACD. "A mulher trans tem direito ao reconhecimento da sua identidade. O edital prevê que as publicações referentes aos candidatos transexuais ou travestis serão realizadas de acordo como nome e o gênero constantes noregistro civil. Sendo assim, paraconvocação na segunda fase do concurso, em especial nas vagas designadas às mulheres, precisará ter a mudança de gênero no registro civil”  ”, explica Camilla Cândido, da LBS Advogadas e Advogados.

Arquivo pessoal - Camilla Cândido, da LBS Advogadas e Advogados: "Mulheres trans tem direito ao reconhecimento da identidade de gênero no CACD"

Sobre a inclusão LGBTQIAP+, a embaixadora Vanessa Dolce de Faria, afirma que medidas estão sendo avaliadas no contexto do Programa Federal de Ações Afirmativas (PFAA). "O MRE está avaliando a adoção de medida afirmativa para favorecer a inclusão de pessoas trans nos contratos de serviços terceirizados", diz.

Panorama global 2ms1c

De acordo com Viviane Balbino, o Brasil se difere de outros países no contexto internacional devido à tardia iniciativa por parte do governo, que só em 2024 implementou efetivamente uma dinâmica de proporcionalidade de gênero na carreira. “Com relação a outros países, a presença feminina foi, em geral, mais baixa em todas as chancelarias. Argentina, Chile, México e Paraguai, por exemplo, já contavam com ações de paridade no serviço público, inclusive, na chancelaria. Isso para não falar de países europeus, africanos e asiáticos.”

Nesse sentido, a embaixadora Vanessa Dolce completa: “As mulheres, historicamente, estão alienadas de todos os espaços de poder. No Congresso Nacional, são apenas cerca de 18% de nossos representantes — estamos abaixo da média mundial e aquém de todos os nossos vizinhos na região. Na esfera federal, temos hoje o maior número de ministras já alcançado no Brasil, mas ainda estamos longe de um cenário de paridade."

Arquivo pessoal - Embaixadora Vanessa Dolce, alta representante da APSD: "Brasil abaixo da média mundial"

A Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) adotou, em 2015, a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, estabelecendo propostas para alcançar, entre outras metas, a paridade de gênero no mundo. Em apoio à agenda, a ONU Mulheres lançou a iniciativa global Por um planeta 50-50 em 2030: um o decisivo pela igualdade de gênero, com a colaboração de mais de 90 países, para que “mulheres, homens, sociedade civil, governos, empresas, universidades e meios de comunicação – trabalhem de maneira determinada, concreta e sistemática para eliminar as desigualdades”. Já em 2022, a AGNU instituiu a data de 24 de junho como Dia Internacional das Mulheres na Diplomacia. 

Participação feminina 4f706l

Pesquisas mostram que mulheres parlamentares e mulheres em cargos de chefia aprovam leis e políticas públicas melhores para as pessoas comuns, para o ambiente e para a inclusão social. “O aumento da participação de mulheres nos processos políticos e de paz é vital para alcançar estabilidade e para que os acordos sejam mais duradouros”, afirma Viviane Balbino. 

A paridade em cargos de decisão colabora ainda para quebrar padrões excludentes de promoção na carreira. “Quando apenas homens avaliam o mérito, é natural que se lembrem mais dos companheiros de rodas masculinas de socialização. Isso também está mapeado na literatura especializada e não é exclusividade brasileira. O que falta ao Brasil é tomar ações decididas para reverter definitivamente esses conhecidos vieses de gênero – coisa que países vizinhos já estão fazendo.” 

Em 2023, com a nomeação da embaixadora Maria Laura da Rocha como secretária-geral das Relações Exteriores, o Brasil saiu da posição de único país da América do Sul que nunca havia tido uma mulher exercendo a função em toda a história do órgão. “Embora se trate de decisão obviamente importante, é muito pouco. Para fazer frente ao peso histórico da exclusão, seria necessário garantir paridade nos cargos de secretários (terceiro escalão do MRE) e nas chefias dos postos de maior prestígio no exterior (categoria “A”). Isso projeta uma decisão institucional de busca de diversidade e também já foi testada em outros países”, afirma Viviane Balbino.

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Arquivo pessoal - Vice-presidente da AMDB, Laís Garcia: "Todos perdemos com a exclusão das mulheres dos espaços de poder"

Em abril deste ano, a AMDB, entidade protagonista na luta, encomendou um parecer jurídico ao MRE reivindicando a constitucionalidade e a implementação das cotas de gênero para o CACD 2024. Apesar da mudança na dinâmica convocatória de vagas, o edital não acolheu o pedido. "Precisamos reconhecer que a desigualdade existe e que ela nos prejudica como sociedade. Todos perdemos quando as mulheres não estão incluídas nos processos decisórios, quando são penalizadas nas suascarreiras, no o à saúde, no gozo dos seus direitos pelo simples fato de serem mulheres", afirma a vice-presidente da AMDB, Laís Garcia.

“Aguardaremos os resultados das provas do CACD para avaliar se a medida resultará em equilíbrio maior entre o número de homens e mulheres que é de fato aprovado ao final da seleção. Mas consideramos essa medida salutar e uma vitória da mobilização das mulheres diplomatas. Queremos ter uma diplomacia com a cara do Brasil, com mais mulheres e outras parcelas da população historicamente excluídas da carreira”, compartilha Laís Garcia, que está como presidente interina da associação.