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href="https://correiobraziliense-br.noticiasdeminas.net/portuguese/topics/c7zp5znggzzt?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Coreia do Norte</a>.</p> <p class="texto">A reunificação da península e do povo coreano, objetivo histórico do Estado <a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdeminas.net/portuguese/topics/cyz8xk12v17t?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">comunista</a> fundado em 1947 por seu avô Kim Il-sung, não apenas deixou de ser uma prioridade, como foi totalmente abandonada.</p> <p class="texto">O líder norte-coreano proclamou que a reunificação não é mais uma meta, e que a <a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdeminas.net/portuguese/topics/c7zp5z897prt?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Coreia do Sul</a> é agora o "principal inimigo", título que antes 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metrô em Pyongyang, que ou a se chamar Moranbong.</p> <p class="texto">Tudo isso aconteceu em um momento de tensão entre o Norte e o Sul, mas os dois Estados têm alternado fases de conflito e reaproximação há décadas, sem ter questionado até então o objetivo sagrado da reunificação.</p> <p class="texto">O que está por trás, afinal, da mudança radical de paradigma de Kim?</p> <h2>A importância da reunificação</h2> <p class="texto">A Península da Coreia e o povo coreano estão divididos em Norte e Sul há quase oito décadas.</p> <p class="texto">Parece muito tempo, mas não é tanto se comparado aos mais de 12 séculos em que seu território permaneceu unido sob diferentes dinastias e impérios, do ano 668 até 1945.</p> <p class="texto">É por isso que, quando os <a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdeminas.net/portuguese/internacional-55717447?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">americanos e os soviéticos dividiram o país</a> após a <a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdeminas.net/portuguese/topics/czpzkp950gwt?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Segunda Guerra Mundial</a>, tanto no Norte comunista quanto no Sul capitalista, a secessão foi vista como uma anomalia histórica que precisava ser corrigida o quanto antes.</p> <p class="texto">Kim Il-sung, fundador da Coreia do Norte e avô do atual líder, tentou fazer isso pela força, e quase conseguiu quando invadiu o Sul em 1950.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/9948/live/d151a8a0-ace6-11ef-8ab9-9192db313061.jpg" alt="Kim Il-sung" width="1024" height="683" /><footer>Getty Images</footer> <figcaption>Kim Il-sung invadiu a Coreia do Sul com o objetivo de unificar a península em um sistema comunista sob seu comando</figcaption> </figure> <p class="texto">"Kim pressionou muito [Joseph] Stalin e Mao [Tsé Tung] para permitir que ele invadisse a Coreia do Sul, até que conseguiu em 1950, com o objetivo principal de alcançar a reunificação sob seus termos, assumindo o controle do Sul", explica à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC, o acadêmico Sung-Yoon Lee, professor de estudos coreanos no Wilson Center em Washington DC.</p> <p class="texto">No entanto, a Guerra da Coreia (1950-1953) deixou mais de dois milhões de mortos em ambos os lados, e a fronteira ficou praticamente no mesmo lugar em que estava no início, consolidando a divisão do país.</p> <p class="texto">O armistício que encerrou o conflito nunca foi substituído por um tratado de paz — até hoje, o <a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdeminas.net/portuguese/articles/cxepl02jvk2o?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Norte e o Sul permanecem tecnicamente em guerra</a>, e separados pela quase intransponível Zona Desmilitarizada (DMZ).</p> <p class="texto">Desde então, dois sistemas que, de outra forma, seriam irreconciliáveis, mantiveram um ideal comum: a reunificação.</p> <p class="texto">Na Coreia do Sul, o artigo 4 da Constituição de 1948, ainda em vigor, estabelece como objetivo a "reunificação nacional sob os princípios da liberdade e da democracia pacífica".</p> <p class="texto">A Coreia do Norte, por sua vez, propunha a "reunificação nacional baseada na independência, a unificação pacífica e a grande unidade nacional", de acordo com o artigo 9 da sua Constituição, que também menciona "a vitória do socialismo" como objetivo prévio.</p> <h2>Reunificação pacífica ou pela força?</h2> <p class="texto">Mas como unir novamente o país e o povo coreano? É neste ponto que os dois Estados divergem, uma vez que aspiram fazer isso sob seus próprios termos.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/b693/live/06a34180-ace7-11ef-8ab9-9192db313061.jpg" alt="Kim Dae-jung e Kim Jong-il na conferência histórica de 2000" width="1024" height="643" /><footer>Getty Images</footer> <figcaption>Os então líderes da Coreia do Sul e do Norte, Kim Dae-jung e Kim Jong-il, prometeram reunificar a península na conferência histórica de 2000</figcaption> </figure> <p class="texto">Na Coreia do Sul — que tem mais do que o dobro da população da Coreia do Norte, e um Produto interno bruto (PIB) quase 60 vezes maior, de acordo com dados de 2023 —, a opção que ganhou mais força nas últimas décadas foi o modelo alemão: absorver o vizinho sob um sistema democrático de livre mercado.</p> <p class="texto">Pyongyang, por sua vez, tem aspirado tradicionalmente impor o socialismo em toda a península, embora, desde a década de 1980, também tenha cogitado a ideia de um único Estado de confederação com dois sistemas, no estilo da China e de Hong Kong.</p> <p class="texto">A reunificação pacífica com a coexistência de dois sistemas foi, de fato, o objetivo declarado da histórica declaração conjunta assinada em junho de 2000 pelo então líder norte-coreano Kim Jong-il (pai de Kim Jong-un) e pelo sul-coreano Kim Dae-jung, mas que, ao longo dos anos, permaneceu letra morta.</p> <p class="texto">"A unificação pela força, não importa quantas vidas sejam perdidas, sempre foi a missão nacional suprema do regime Kim, de Kim Il-sung a Kim Jong-un", observa Lee.</p> <p class="texto">O acadêmico do Wilson Center acredita que, no fundo, "a metodologia prioritária de Pyongyang sempre foi o 'modelo do Vietnã', ou seja, forçar os EUA a abandonar parcialmente o Sul por meio de uma combinação de força e diplomacia".</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/d2c3/live/0f475290-ace7-11ef-bdf5-b7cb2fa86e10.jpg" alt="Soldados em frente a helicóptero militar" width="1024" height="683" /><footer>Getty Images</footer> <figcaption>Os EUA mantêm atualmente 28,5 mil soldados na Coreia do Sul, país aliado com o qual realizam frequentes manobras militares conjuntas</figcaption> </figure> <p class="texto">Kim Jong-un pediu que a Constituição da Coreia do Norte fosse alterada para remover as referências à reunificação e definir a Coreia do Sul como um "Estado hostil".</p> <p class="texto">Isso, junto às medidas mencionadas anteriormente, como a dissolução de organismos de cooperação e a demolição de monumentos e estradas, marca uma mudança ideológica surpreendente no país comunista — e levanta questionamentos sobre o que o líder norte-coreano realmente está buscando.</p> <p class="texto">A seguir, analisamos as diferentes hipóteses que tentam responder a esta pergunta.</p> <h2>Os motivos de Kim</h2> <p class="texto">Kim atribuiu sua mudança ideológica às "provocações" da Coreia do Sul e dos EUA, como fortalecer a cooperação com o Japão, criar um grupo para coordenar respostas a um ataque nuclear e expandir o comando da ONU.</p> <p class="texto">No entanto, nas últimas décadas, foram observados episódios frequentes e ainda mais graves de tensão na Península da Coreia, sem que o Norte considerasse abandonar o ideal de reunificação.</p> <p class="texto">Por que ele fez isso agora, então? Para Ellen Kim, pesquisadora do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIC, na sigla em inglês), com sede em Washington DC, "o regime norte-coreano não quer mais a reunificação, sobretudo para preservar seu próprio sistema".</p> <p class="texto">"Eles temem a popularidade dos filmes, das músicas e das séries de TV sul-coreanas entre a geração mais jovem do Norte", afirmou ela à BBC News Mundo.</p> <p class="texto">A pesquisadora explica que, "à medida que pessoas de fora enviam mais informação à Coreia do Norte, a crescente conscientização da população em relação à prosperidade econômica da Coreia do Sul e do resto do mundo pode lançar dúvidas sobre a liderança de Kim Jong-un".</p> <p class="texto">"Assim, a forma mais eficaz de o regime fazer com que os norte-coreanos se voltem contra a Coreia do Sul é apontá-la como o principal inimigo", afirma.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/9b13/live/d828cc70-ace7-11ef-bdf5-b7cb2fa86e10.jpg" alt="Pessoas soltando balões " width="1024" height="683" /><footer>Getty Images</footer> <figcaption>Desertores norte-coreanos e ativistas costumam enviar balões com conteúdo político e cultural do Sul para o Norte, atraindo a ira do regime de Kim</figcaption> </figure> <p class="texto">Em termos semelhantes, Christopher Green, consultor especializado na península coreana do <em>think tank </em>International Crisis Group (ICG), acredita que Kim Jong-un está tentando restringir "a crescente influência cultural e política da Coreia do Sul" sobre a população do Norte.</p> <p class="texto">"Nos últimos 30 anos, a cultura pop sul-coreana (especialmente o K-pop, as novelas e os filmes) irrompeu na Coreia do Norte, desafiando o controle do regime sobre a informação. Pyongyang tentou impedir o fluxo deste conteúdo por meio de suas fronteiras, mas com sucesso limitado", escreveu ele em uma coluna publicada no site do ICG.</p> <p class="texto">O especialista enfatiza que, depois de endurecer as punições por vender ou consumir conteúdo estrangeiro desde 2020, "a nova virada de Kim é o reflexo institucional de uma tendência que vem se desenvolvendo há vários anos", com o objetivo de "preservar a narrativa legitimadora do regime e manter o controle ideológico".</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/2eee/live/d0686f30-ace8-11ef-a4fe-a3e9a6c5d640.jpg" alt="Bandeira da reunificação" width="1024" height="631" /><footer>Getty Images</footer> <figcaption>A Coreia do Norte exibia até recentemente a bandeira da reunificação, uma insígnia neutra da Península da Coreia desenhada na década de 1990</figcaption> </figure> <p class="texto">Outros especialistas acreditam que o principal objetivo do líder norte-coreano é eliminar qualquer possibilidade de que o modelo alemão, mencionado anteriormente, seja aplicado à península.</p> <p class="texto">"É natural que a Coreia do Norte, que sofre de crises econômicas crônicas e sistêmicas , esteja preocupada com uma possível unificação mediante absorção. Portanto, sua melhor estratégia de sobrevivência seria uma ruptura política e jurídica completa com a Coreia do Sul", argumenta o acadêmico Bong-geun Jun, consultor sobre o Nordeste Asiático do Instituto de Paz dos Estados Unidos, em uma análise publicada em seu site.</p> <h2>Pura estratégia?</h2> <p class="texto">Outros analistas acreditam que tudo não a de uma mera estratégia política de Kim Jong-un que, no fundo, não está renunciando às suas ambições de unificar a península. Claro, sob seu mandato.</p> <p class="texto">"Podemos especificar em nossa Constituição a questão de ocupar, subjugar e reivindicar completamente a República da Coreia (do Sul) e anexá-la como parte do território da nossa república no caso de estourar uma guerra na península da Coreia", disse o líder norte-coreano em janeiro.</p> <p class="texto">Para o professor Sung-Yoon Lee, trata-se de "uma guerra política", na qual Kim está tentando criar instabilidade no país "inimigo".</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/a38e/live/5d4703e0-ace8-11ef-bdf5-b7cb2fa86e10.jpg" alt="Kim Jong-un" width="1024" height="608" /><footer>Getty Images</footer> <figcaption>Kim Jong-un poderia estar tentando desestabilizar o Sul sem abandonar a ideia de unificação pela força, segundo alguns especialistas</figcaption> </figure> <p class="texto">O regime norte-coreano "destaca-se não só nas provocações calculadas contra os EUA e a Coreia do Sul, e na lavagem cerebral da sua população, como também na manipulação psicológica do povo sul-coreano", avalia o acadêmico, que observa que "a ideia de abandonar a reunificação pacífica gera tensão política e social no Sul".</p> <p class="texto">"Não há razão para acreditar que Kim Jong-un tenha desistido em algum momento de tomar o território sul-coreano e seu povo pela força", resume Lee.</p> <p class="texto">O especialista também acredita que, ao considerar o Estado sul-coreano como um "inimigo", o líder comunista está em uma posição mais confortável para justificar ações hostis, "desde <a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdeminas.net/portuguese/articles/cw5579nry79o?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">lançar balões</a> carregados de fezes no Sul até enviar tropas de combate para a <a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdeminas.net/portuguese/topics/c1gdqg5dr8nt?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Rússia</a> para lutar contra a <a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdeminas.net/portuguese/topics/cr50y51pqjwt?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Ucrânia</a>, ameaçando constantemente 'aniquilar' a Coreia do Sul".</p> <h2>Um momento-chave</h2> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/bdf3/live/9b83a1e0-ace8-11ef-8ab9-9192db313061.jpg" alt="Kim e Putin brindando" width="1024" height="681" /><footer>Getty Images</footer> <figcaption>A relação entre Kim e Putin atravessa seu melhor momento em plena guerra na Ucrânia</figcaption> </figure> <p class="texto">De qualquer forma, a mudança ideológica de Kim acontece em um momento crucial na cena regional e internacional.</p> <p class="texto">A Coreia do Norte e a Rússia protagonizaram sua <a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdeminas.net/portuguese/articles/c80021598eko?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">maior aproximação</a> desde a <a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdeminas.net/portuguese/topics/ckkp7730w1dt?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Guerra Fria</a>, com Pyongyang <a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdeminas.net/portuguese/articles/c72pye463nzo?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">fornecendo armas</a> — desafiando as sanções internacionais que Moscou também havia aprovado na época — e, finalmente, <a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdeminas.net/portuguese/articles/cy43zk4230jo?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">mobilizando suas tropas</a> para o <a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdeminas.net/portuguese/topics/cy2xpr36z63t?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">conflito na Ucrânia</a>.</p> <p class="texto">A isso se soma a incerteza diante da mudança de governo em Washington após a vitória de <a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdeminas.net/portuguese/topics/cdr56r28jgvt?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Donald Trump</a> nas eleições presidenciais em novembro, que em seu mandato anterior se tornou o <a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdeminas.net/portuguese/internacional-48817118?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">primeiro presidente dos EUA a se reunir com um líder norte-coreano</a>.</p> <p class="texto">O regime de Kim Jong-un continuou, por sua vez, a reforçar sua tecnologia e arsenal militar nos últimos anos, com mísseis e ogivas nucleares cada vez mais numerosos, potentes e sofisticados.</p> <p class="texto">Tudo isso, de acordo com especialistas, faz parte da estratégia do líder de fortalecer sua posição no cenário internacional, buscando aliados estratégicos que permitam a ele combater a pressão ocidental e projetar sua influência além da Península da Coreia.</p> <ul> <li><a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdeminas.net/portuguese/articles/cvgkx3r0ygeo?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">A vida secreta de quem é LGBT na Coreia do Norte</a></li> <li><a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdeminas.net/portuguese/articles/cvg4vnmgjk1o?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">As imagens de satélite que mostrariam envio de petróleo da Rússia para Coreia do Norte em troca de apoio militar contra Ucrânia</a></li> <li><a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdeminas.net/portuguese/articles/c791ne3l1vjo?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Coreia do Sul: o ado autoritário da potência asiática</a></li> </ul> <p class="texto"><img 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Por que Kim Jong 6un5l un decidiu abandonar ideia de reunificação das Coreias do Norte e do Sul
Ásia

Por que Kim Jong-un decidiu abandonar ideia de reunificação das Coreias do Norte e do Sul 34n2h

A renúncia à reunificação é a maior mudança ideológica da Coreia do Norte em mais de 70 anos. O que motivou essa decisão? 1d1cl

Kim Jong-un anunciou, em 2024, a maior mudança ideológica nos 77 anos de história da Coreia do Norte.

A reunificação da península e do povo coreano, objetivo histórico do Estado comunista fundado em 1947 por seu avô Kim Il-sung, não apenas deixou de ser uma prioridade, como foi totalmente abandonada.

O líder norte-coreano proclamou que a reunificação não é mais uma meta, e que a Coreia do Sul é agora o "principal inimigo", título que antes pertencia exclusivamente aos Estados Unidos.

E não foram apenas palavras: Kim desmantelou os organismos de diálogo e cooperação entre as Coreias, ordenou a demolição do simbólico Arco da Reunificação e a destruição de estradas e ferrovias que haviam sido projetadas para conectar os dois países quando eram um só.

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Kim destruiu o Arco da Reunificação, construído no sul de Pyongyang em 2001

O termo "reunificação"— tongil, em coreano — também foi removido de jornais, livros didáticos e até mesmo de uma estação de metrô em Pyongyang, que ou a se chamar Moranbong.

Tudo isso aconteceu em um momento de tensão entre o Norte e o Sul, mas os dois Estados têm alternado fases de conflito e reaproximação há décadas, sem ter questionado até então o objetivo sagrado da reunificação.

O que está por trás, afinal, da mudança radical de paradigma de Kim?

A importância da reunificação 5z4b5c

A Península da Coreia e o povo coreano estão divididos em Norte e Sul há quase oito décadas.

Parece muito tempo, mas não é tanto se comparado aos mais de 12 séculos em que seu território permaneceu unido sob diferentes dinastias e impérios, do ano 668 até 1945.

É por isso que, quando os americanos e os soviéticos dividiram o país após a Segunda Guerra Mundial, tanto no Norte comunista quanto no Sul capitalista, a secessão foi vista como uma anomalia histórica que precisava ser corrigida o quanto antes.

Kim Il-sung, fundador da Coreia do Norte e avô do atual líder, tentou fazer isso pela força, e quase conseguiu quando invadiu o Sul em 1950.

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Kim Il-sung invadiu a Coreia do Sul com o objetivo de unificar a península em um sistema comunista sob seu comando

"Kim pressionou muito [Joseph] Stalin e Mao [Tsé Tung] para permitir que ele invadisse a Coreia do Sul, até que conseguiu em 1950, com o objetivo principal de alcançar a reunificação sob seus termos, assumindo o controle do Sul", explica à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC, o acadêmico Sung-Yoon Lee, professor de estudos coreanos no Wilson Center em Washington DC.

No entanto, a Guerra da Coreia (1950-1953) deixou mais de dois milhões de mortos em ambos os lados, e a fronteira ficou praticamente no mesmo lugar em que estava no início, consolidando a divisão do país.

O armistício que encerrou o conflito nunca foi substituído por um tratado de paz — até hoje, o Norte e o Sul permanecem tecnicamente em guerra, e separados pela quase intransponível Zona Desmilitarizada (DMZ).

Desde então, dois sistemas que, de outra forma, seriam irreconciliáveis, mantiveram um ideal comum: a reunificação.

Na Coreia do Sul, o artigo 4 da Constituição de 1948, ainda em vigor, estabelece como objetivo a "reunificação nacional sob os princípios da liberdade e da democracia pacífica".

A Coreia do Norte, por sua vez, propunha a "reunificação nacional baseada na independência, a unificação pacífica e a grande unidade nacional", de acordo com o artigo 9 da sua Constituição, que também menciona "a vitória do socialismo" como objetivo prévio.

Reunificação pacífica ou pela força? 5w6x6g

Mas como unir novamente o país e o povo coreano? É neste ponto que os dois Estados divergem, uma vez que aspiram fazer isso sob seus próprios termos.

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Os então líderes da Coreia do Sul e do Norte, Kim Dae-jung e Kim Jong-il, prometeram reunificar a península na conferência histórica de 2000

Na Coreia do Sul — que tem mais do que o dobro da população da Coreia do Norte, e um Produto interno bruto (PIB) quase 60 vezes maior, de acordo com dados de 2023 —, a opção que ganhou mais força nas últimas décadas foi o modelo alemão: absorver o vizinho sob um sistema democrático de livre mercado.

Pyongyang, por sua vez, tem aspirado tradicionalmente impor o socialismo em toda a península, embora, desde a década de 1980, também tenha cogitado a ideia de um único Estado de confederação com dois sistemas, no estilo da China e de Hong Kong.

A reunificação pacífica com a coexistência de dois sistemas foi, de fato, o objetivo declarado da histórica declaração conjunta assinada em junho de 2000 pelo então líder norte-coreano Kim Jong-il (pai de Kim Jong-un) e pelo sul-coreano Kim Dae-jung, mas que, ao longo dos anos, permaneceu letra morta.

"A unificação pela força, não importa quantas vidas sejam perdidas, sempre foi a missão nacional suprema do regime Kim, de Kim Il-sung a Kim Jong-un", observa Lee.

O acadêmico do Wilson Center acredita que, no fundo, "a metodologia prioritária de Pyongyang sempre foi o 'modelo do Vietnã', ou seja, forçar os EUA a abandonar parcialmente o Sul por meio de uma combinação de força e diplomacia".

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Os EUA mantêm atualmente 28,5 mil soldados na Coreia do Sul, país aliado com o qual realizam frequentes manobras militares conjuntas

Kim Jong-un pediu que a Constituição da Coreia do Norte fosse alterada para remover as referências à reunificação e definir a Coreia do Sul como um "Estado hostil".

Isso, junto às medidas mencionadas anteriormente, como a dissolução de organismos de cooperação e a demolição de monumentos e estradas, marca uma mudança ideológica surpreendente no país comunista — e levanta questionamentos sobre o que o líder norte-coreano realmente está buscando.

A seguir, analisamos as diferentes hipóteses que tentam responder a esta pergunta.

Os motivos de Kim 4zx2a

Kim atribuiu sua mudança ideológica às "provocações" da Coreia do Sul e dos EUA, como fortalecer a cooperação com o Japão, criar um grupo para coordenar respostas a um ataque nuclear e expandir o comando da ONU.

No entanto, nas últimas décadas, foram observados episódios frequentes e ainda mais graves de tensão na Península da Coreia, sem que o Norte considerasse abandonar o ideal de reunificação.

Por que ele fez isso agora, então? Para Ellen Kim, pesquisadora do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIC, na sigla em inglês), com sede em Washington DC, "o regime norte-coreano não quer mais a reunificação, sobretudo para preservar seu próprio sistema".

"Eles temem a popularidade dos filmes, das músicas e das séries de TV sul-coreanas entre a geração mais jovem do Norte", afirmou ela à BBC News Mundo.

A pesquisadora explica que, "à medida que pessoas de fora enviam mais informação à Coreia do Norte, a crescente conscientização da população em relação à prosperidade econômica da Coreia do Sul e do resto do mundo pode lançar dúvidas sobre a liderança de Kim Jong-un".

"Assim, a forma mais eficaz de o regime fazer com que os norte-coreanos se voltem contra a Coreia do Sul é apontá-la como o principal inimigo", afirma.

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Desertores norte-coreanos e ativistas costumam enviar balões com conteúdo político e cultural do Sul para o Norte, atraindo a ira do regime de Kim

Em termos semelhantes, Christopher Green, consultor especializado na península coreana do think tank International Crisis Group (ICG), acredita que Kim Jong-un está tentando restringir "a crescente influência cultural e política da Coreia do Sul" sobre a população do Norte.

"Nos últimos 30 anos, a cultura pop sul-coreana (especialmente o K-pop, as novelas e os filmes) irrompeu na Coreia do Norte, desafiando o controle do regime sobre a informação. Pyongyang tentou impedir o fluxo deste conteúdo por meio de suas fronteiras, mas com sucesso limitado", escreveu ele em uma coluna publicada no site do ICG.

O especialista enfatiza que, depois de endurecer as punições por vender ou consumir conteúdo estrangeiro desde 2020, "a nova virada de Kim é o reflexo institucional de uma tendência que vem se desenvolvendo há vários anos", com o objetivo de "preservar a narrativa legitimadora do regime e manter o controle ideológico".

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A Coreia do Norte exibia até recentemente a bandeira da reunificação, uma insígnia neutra da Península da Coreia desenhada na década de 1990

Outros especialistas acreditam que o principal objetivo do líder norte-coreano é eliminar qualquer possibilidade de que o modelo alemão, mencionado anteriormente, seja aplicado à península.

"É natural que a Coreia do Norte, que sofre de crises econômicas crônicas e sistêmicas , esteja preocupada com uma possível unificação mediante absorção. Portanto, sua melhor estratégia de sobrevivência seria uma ruptura política e jurídica completa com a Coreia do Sul", argumenta o acadêmico Bong-geun Jun, consultor sobre o Nordeste Asiático do Instituto de Paz dos Estados Unidos, em uma análise publicada em seu site.

Pura estratégia? 38w4a

Outros analistas acreditam que tudo não a de uma mera estratégia política de Kim Jong-un que, no fundo, não está renunciando às suas ambições de unificar a península. Claro, sob seu mandato.

"Podemos especificar em nossa Constituição a questão de ocupar, subjugar e reivindicar completamente a República da Coreia (do Sul) e anexá-la como parte do território da nossa república no caso de estourar uma guerra na península da Coreia", disse o líder norte-coreano em janeiro.

Para o professor Sung-Yoon Lee, trata-se de "uma guerra política", na qual Kim está tentando criar instabilidade no país "inimigo".

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Kim Jong-un poderia estar tentando desestabilizar o Sul sem abandonar a ideia de unificação pela força, segundo alguns especialistas

O regime norte-coreano "destaca-se não só nas provocações calculadas contra os EUA e a Coreia do Sul, e na lavagem cerebral da sua população, como também na manipulação psicológica do povo sul-coreano", avalia o acadêmico, que observa que "a ideia de abandonar a reunificação pacífica gera tensão política e social no Sul".

"Não há razão para acreditar que Kim Jong-un tenha desistido em algum momento de tomar o território sul-coreano e seu povo pela força", resume Lee.

O especialista também acredita que, ao considerar o Estado sul-coreano como um "inimigo", o líder comunista está em uma posição mais confortável para justificar ações hostis, "desde lançar balões carregados de fezes no Sul até enviar tropas de combate para a Rússia para lutar contra a Ucrânia, ameaçando constantemente 'aniquilar' a Coreia do Sul".

Um momento-chave 5a54l

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A relação entre Kim e Putin atravessa seu melhor momento em plena guerra na Ucrânia

De qualquer forma, a mudança ideológica de Kim acontece em um momento crucial na cena regional e internacional.

A Coreia do Norte e a Rússia protagonizaram sua maior aproximação desde a Guerra Fria, com Pyongyang fornecendo armas — desafiando as sanções internacionais que Moscou também havia aprovado na época — e, finalmente, mobilizando suas tropas para o conflito na Ucrânia.

A isso se soma a incerteza diante da mudança de governo em Washington após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais em novembro, que em seu mandato anterior se tornou o primeiro presidente dos EUA a se reunir com um líder norte-coreano.

O regime de Kim Jong-un continuou, por sua vez, a reforçar sua tecnologia e arsenal militar nos últimos anos, com mísseis e ogivas nucleares cada vez mais numerosos, potentes e sofisticados.

Tudo isso, de acordo com especialistas, faz parte da estratégia do líder de fortalecer sua posição no cenário internacional, buscando aliados estratégicos que permitam a ele combater a pressão ocidental e projetar sua influência além da Península da Coreia.

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