
O papa dos pobres, dos migrantes, dos refugiados e dos desvalidos foi, também, o papa do ativismo ambiental. Ainda em 2015, antes do histórico Acordo de Paris, cujo objetivo é frear o aquecimento global, Francisco publicou a encíclica Laudato Si’ (Louvado seja) na Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU), convocando uma “conversão ecológica global”. Chamava a Terra e todos seus habitantes de “Casa Comum”, de quem os fiéis deveriam ser guardiães.
“O papa foi extremamente profundo na análise das mudanças climáticas e de sua causa principal, que é a ação humana e os combustíveis fósseis”, avalia Virgílio Viana, superintendente geral da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e primeiro brasileiro a integrar a Academia de Ciências Sociais do Vaticano. “O tema ganhou outra dimensão ao ter um eco na mensagem do papa, atingiu os ouvidos de quem, até então, não dava atenção à ciência. Ele teve uma contribuição muito importante para o debate climático.”
A atuação de Francisco no combate às mudanças climáticas foi enfatizada ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que decretou sete dias de luto pela morte do pontífice de 88 anos. “Com sua simplicidade, coragem e empatia, Francisco trouxe ao Vaticano o tema das mudanças climáticas", afirmou o presidente. Em um comunicado, a Presidência da COP30, conferência climática que acontecerá em Belém (PA), destacou a “voz firme e inspiradora (do papa) em defesa da justiça climática e da dignidade humana”.
Líderes
Além da encíclica pioneira, Francisco falou de sustentabilidade e mudanças climáticas em discursos e em encontros com líderes mundiais. “O tempo está acabando, não se deve desperdiçar essa ocasião para não termos de enfrentar o juízo de Deus por nosso fracasso em sermos fiéis es do mundo que há confiado a nosso cuidado”, disse, na ocasião da COP26, em Glasgow. O pontífice jamais deixou de destacar que clima e justiça social são indissociáveis. “Temos de escutar tanto o grito da Terra quanto o grito dos pobres”, escreveu na encíclica e em sua conta no extinto Twitter. A frase se transformou em uma popular hashtag.
Em 2023, Francisco publicou o Laudato Deum, uma exortação apostólica especificamente voltada para o tema das mudanças climáticas. “Na avaliação dele, a primeira encíclica não tinha cumprido seu papel, uma vez que as emissões de gases de efeito estufa continuavam a aumentar. Mais uma vez, isso reflete a importância que o papa dava às mudanças climáticas como algo perigoso, que necessitava e ainda necessita de uma ação urgente”, lembra Virgílio Viana, da FAS.
Saiba Mais
O guardião da casa comum
LEG: Virgílio Viana recebido por Francisco: contribuição importantíssima para o debate
O papa dos pobres, dos migrantes, dos refugiados e dos desvalidos foi, também, o papa do ativismo ambiental. Ainda em 2015, antes do histórico Acordo de Paris, cujo objetivo é frear o aquecimento global, Francisco publicou a encíclica Laudato Si’ (Louvado seja) na Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU), convocando uma “conversão ecológica global”. Chamava a Terra e todos seus habitantes de “Casa Comum”, de quem os fiéis deveriam ser guardiães.
“O papa foi extremamente profundo na análise das mudanças climáticas e de sua causa principal, que é a ação humana e os combustíveis fósseis”, avalia Virgílio Viana, superintendente geral da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e primeiro brasileiro a integrar a Academia de Ciências Sociais do Vaticano. “O tema ganhou outra dimensão ao ter um eco na mensagem do papa, atingiu os ouvidos de quem, até então, não dava atenção à ciência. Ele teve uma contribuição muito importante para o debate climático.”
A atuação de Francisco no combate às mudanças climáticas foi enfatizada ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que decretou sete dias de luto pela morte do pontífice de 88 anos. “Com sua simplicidade, coragem e empatia, Francisco trouxe ao Vaticano o tema das mudanças climáticas", afirmou o presidente. Em um comunicado, a Presidência da COP30, conferência climática que acontecerá em Belém (PA), destacou a “voz firme e inspiradora (do papa) em defesa da justiça climática e da dignidade humana”.
Líderes
Além da encíclica pioneira, Francisco falou de sustentabilidade e mudanças climáticas em discursos e em encontros com líderes mundiais. “O tempo está acabando, não se deve desperdiçar essa ocasião para não termos de enfrentar o juízo de Deus por nosso fracasso em sermos fiéis es do mundo que há confiado a nosso cuidado”, disse, na ocasião da COP26, em Glasgow. O pontífice jamais deixou de destacar que clima e justiça social são indissociáveis. “Temos de escutar tanto o grito da Terra quanto o grito dos pobres”, escreveu na encíclica e em sua conta no extinto Twitter. A frase se transformou em uma popular hashtag.
Em 2023, Francisco publicou o Laudato Deum, uma exortação apostólica especificamente voltada para o tema das mudanças climáticas. “Na avaliação dele, a primeira encíclica não tinha cumprido seu papel, uma vez que as emissões de gases de efeito estufa continuavam a aumentar. Mais uma vez, isso reflete a importância que o papa dava às mudanças climáticas como algo perigoso, que necessitava e ainda necessita de uma ação urgente”, lembra Virgílio Viana, da FAS.