
A primeira fumaça preta do conclave, que indica que os cardeais aptos a eleger um novo papa não entraram em consenso em relação à escolha do próximo líder da Igreja Católica, demorou 3 horas e 17 minutos para sair da chaminé da Capela Sistina nesta quarta-feira (7/5). De acordo com o jornal italiano Corriere Della Sera, isso representa um atraso de mais de 1 hora em relação ao primeiro dia da última votação, que elegeu Francisco em 2013.
Esperado por estudiosos do Vaticano para aparecer por volta das 14h (no horário de Brasília; 19h, horário local), o primeiro indicativo de que um novo pontífice não havia sido eleito chegou somente às 16h04 (21h04). A fumaça preta surgiu exatas 3 horas e 17 minutos depois do “extra omnes” — momento em que as portas da Capela Sistina são trancadas para que a votação seja iniciada, depois de juramento em que cardeais prometem manter sigilo sobre tudo o que virá a ocorrer durante o processo.
Uma vez que o rito ocorre sob o mais rigoroso segredo, não se sabe o motivo exato de o resultado após a primeira votação ter demorado 1 hora e 20 minutos a mais para sair do que em 2013. Segundo fontes ouvidas pelo Corriere Della Sera, porém, haveria uma série de causas que contribuíram para o atraso, uma delas foi o tempo de duração da fala do cardeal escolhido para fazer a meditação inicial, Raniero Cantalamessa.
O discurso do religioso, que pretendia “ajudar os cardeais a refletir sobre a gravíssima tarefa” que os esperava, teria durado cerca de 45 minutos. Isso teria feito com que o início da primeira votação demorasse um pouco mais do que no conclave anterior.
Outro fato apontado pela mídia italiana foi o da quantidade e da inexperiência dos eleitores. São 18 a mais do que em 2013, os “purpurados”, como são chamados. Eles foram feitos cardeais pelo próprio papa Francisco. Além disso, muitos deles não falam italiano, o que teria “alongado” ainda mais o processo.
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Na praça de São Pedro, fiéis chegaram a pensar que a demora poderia ser indicativa de que o pontífice havia sido eleito. O atraso, neste caso, significaria o desenvolvimento dos procedimentos que ocorrem após a eleição — como aceitação e entrada na famosa Sala das Lágrimas, para que o novo líder fosse vestido em branco e apresentado ao público.
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