{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/opiniao/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/opiniao/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/opiniao/", "name": "Opinião", "description": "Leia editoriais e artigos sobre fatos importantes do dia a dia com a visão do Correio e de articulistas selecionados ", "url": "/opiniao/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/opiniao/2022/03/4996280-artigo-os-apanhadores-de-salinger.html", "name": "Artigo: Os apanhadores de Salinger", "headline": "Artigo: Os apanhadores de Salinger", "description": "", "alternateName": "opinião", "alternativeHeadline": "opinião", "datePublished": "2022-03-28-0306:00:00-10800", "articleBody": "<p class="texto">Figuras como estes dois pastores descobertos, no MEC, fazendo politicagem com o dinheiro público e a aquiescência do Palácio do Planalto e do gabinete ministerial, não são raridade nos governos, em nenhum governo. Quem já esteve lá dentro sabe que, num dia qualquer, se é apresentado a alguém desse naipe, saído do escuro. É a "ponte", o "facilitador". Um secretário sem pasta e placa na mesa, mas que manda mais do que muitos dos que fazem parte da estrutura oficial.</p> <p class="texto">Não am jamais despercebidos, e nem querem. Todo mundo os conhece, são apontados nos corredores. Alguns não fazem por menos e só entram na sede da pasta pelo elevador do ministro. Andam em carro oficial, são chamados de "doutor". Têm a caneta nas mãos, mas não pegam nela, nem assinam documento algum. Mandam .</p> <p class="texto">A existência desses personagens se deve, sobretudo, ao fato de que a política brasileira, qualquer política, vive para a eleição. O que importa são os métodos para estar no poder, mesmo pendurado. O que interessa é trabalhar para viabilizar o voto sempre na mesma direção. Todos os benefícios vêm daí, inclusive a fortuna.</p> <p class="texto">Naturalmente que se trata de uma desfuncionalidade do sistema e, transferida para a esfera pública, se potencializa. Como as instituições de Estado têm dispositivos para a própria proteção, a política se incumbe de contorná-los. Um deles é trazer gente de fora da máquina para executar tarefas que os de dentro não podem.</p> <p class="texto">No caso do governo Bolsonaro, são pastores e ex-militares — trazidos à luz na I da Covid. Mas, em outros governos, houve gente de todo tipo exercendo a mesma função: oferecer o às verbas públicas mediante pagamento de um dízimo aos caixas pessoal e eleitoral. O hoje pouco lembrado jornalista Helio Fernandes os classificava como "apanhadores no campo de centeio", uma ironia com o título do clássico de J.D. Salinger.</p> <p class="texto">Poucos foram os punidos por abrirem a máquina do governo àqueles cuja função é, apenas, arrecadar e atar laços eleitorais ilegais. Claro que Milton Ribeiro deve sair do MEC — não lhe resta capacidade de permanecer ministro. Mas não se iludam: essas bactérias da política corrompem o Estado há muito tempo.</p> <p class="texto"> <br /></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "", "", "" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Fábio Grecchi", "url": "/autor?termo=fabio-grecchi" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correiobraziliense5378" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "http://concursos.correioweb.com.br/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 1n3t1b

Artigo s2361 Os apanhadores de Salinger
opinião

Artigo: Os apanhadores de Salinger 732471

f2t39

Figuras como estes dois pastores descobertos, no MEC, fazendo politicagem com o dinheiro público e a aquiescência do Palácio do Planalto e do gabinete ministerial, não são raridade nos governos, em nenhum governo. Quem já esteve lá dentro sabe que, num dia qualquer, se é apresentado a alguém desse naipe, saído do escuro. É a "ponte", o "facilitador". Um secretário sem pasta e placa na mesa, mas que manda mais do que muitos dos que fazem parte da estrutura oficial.

Não am jamais despercebidos, e nem querem. Todo mundo os conhece, são apontados nos corredores. Alguns não fazem por menos e só entram na sede da pasta pelo elevador do ministro. Andam em carro oficial, são chamados de "doutor". Têm a caneta nas mãos, mas não pegam nela, nem assinam documento algum. Mandam .

A existência desses personagens se deve, sobretudo, ao fato de que a política brasileira, qualquer política, vive para a eleição. O que importa são os métodos para estar no poder, mesmo pendurado. O que interessa é trabalhar para viabilizar o voto sempre na mesma direção. Todos os benefícios vêm daí, inclusive a fortuna.

Naturalmente que se trata de uma desfuncionalidade do sistema e, transferida para a esfera pública, se potencializa. Como as instituições de Estado têm dispositivos para a própria proteção, a política se incumbe de contorná-los. Um deles é trazer gente de fora da máquina para executar tarefas que os de dentro não podem.

No caso do governo Bolsonaro, são pastores e ex-militares — trazidos à luz na I da Covid. Mas, em outros governos, houve gente de todo tipo exercendo a mesma função: oferecer o às verbas públicas mediante pagamento de um dízimo aos caixas pessoal e eleitoral. O hoje pouco lembrado jornalista Helio Fernandes os classificava como "apanhadores no campo de centeio", uma ironia com o título do clássico de J.D. Salinger.

Poucos foram os punidos por abrirem a máquina do governo àqueles cuja função é, apenas, arrecadar e atar laços eleitorais ilegais. Claro que Milton Ribeiro deve sair do MEC — não lhe resta capacidade de permanecer ministro. Mas não se iludam: essas bactérias da política corrompem o Estado há muito tempo.