Na próxima terça, dia 18, é o Dia do Médico, profissional de extrema relevância para a sociedade, demonstrada especialmente nos últimos anos, devido às milhares de mortes e internações de pacientes vítimas da covid-19. Ao lado de enfermeiros e técnicos de enfermagem, os médicos tomaram a linha de frente no combate à pandemia, ganhando notoriedade, na maioria das vezes, ou perdendo a vida, em alguns casos.
O contingente da classe médica também aumentou, na verdade duplicando o número de profissionais registrados no início do século. Em 2000, de acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), eram 230.100 médicos em todo o Brasil. Vinte anos depois (2020), 502.475. A média de médicos por mil habitantes ou de 1,41 para 2,4, segundo o estudo Demografia Médica no Brasil 2020, parceria entre o CFM e a Universidade de São Paulo (USP).
Essa proporção médico/habitante no Brasil não fica muito atrás de potências como Estados Unidos (2,6), Canadá (2,7) e Reino Unido (2,8), ganhando inclusive do Japão (2,2). No entanto, e isso não é novidade para ninguém, embora tenhamos um número suficiente de profissionais para atender à população brasileira, a questão continua sendo a má distribuição, com grande concentração da categoria nos grandes centros urbanos.
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Há capitais, inclusive, que a média chega a 5,65 médicos por grupo de 1 mil habitantes, com destaque para Vitória (13,71), Florianópolis (10,68) e Porto Alegre (9,94). Na outra ponta, cidades do Nordeste e do Norte do país apontam uma triste realidade: apenas 1,69 e 1,30 médico por mil habitantes, respectivamente.
Situação preocupante também é a queda dos índices de imunização de crianças e adultos. A se manterem índices tão baixos de vacinação — no que tange à poliomielite, influenza e até mesmo covid-19 — torna-se cada vez mais arriscado o retorno de doenças até então erradicadas.
Por outro lado, vale destacar o papel do Sistema Único de Saúde (SUS), de hemocentros, laboratórios, hospitais, filantrópicos, conveniados e particulares e das entidades — sejam sociedades brasileiras, conselhos federal, regional e órgãos estaduais e municipais — empenhadas em promover campanhas, congressos, reuniões ou até mesmo opções criativas, como as ações que envolvem a telemedicina (telessaúde), adotada pela classe médica e por planos de saúde.
Nas próximas décadas, vislumbram-se novas nuances. A evolução da robótica, da genética, das pesquisas em diversas áreas da medicina e de técnicas cada vez mais aprimoradas para retardar o envelhecimento e melhorar a saúde do ser humano. E todas elas lideradas por eles, os médicos. Fundamental que o número de profissionais seja mais equilibrado no país. Que esses avanços se reflitam também no maior o das populações carentes aos profissionais de saúde. Que não faltem médicos em regiões remotas, onde ainda se adoece por motivos que já deveriam estar superados há muito tempo.