{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/opiniao/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/opiniao/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/opiniao/", "name": "Opinião", "description": "Leia editoriais e artigos sobre fatos importantes do dia a dia com a visão do Correio e de articulistas selecionados ", "url": "/opiniao/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/opiniao/2024/01/6793826-visao-do-correio-o-mundo-em-uma-encruzilhada.html", "name": "Visão do Correio: O mundo em uma encruzilhada", "headline": "Visão do Correio: O mundo em uma encruzilhada", "description": "", "alternateName": "EDITORIAL", "alternativeHeadline": "EDITORIAL", "datePublished": "2024-01-28T06:00:00Z", "articleBody": "<p class="texto">A democracia enfrentará seu principal teste neste ano, que terá o maior ciclo eleitoral da história. Mais de 70 países, reunindo metade da população mundial, decidirão, nas urnas, que rumo seguirão. Há uma enorme preocupação em todo o planeta com o forte crescimento de movimentos populistas, sobretudo, o representado pela ultradireita. Integrantes desse espectro político têm incentivado o que há de pior para a humanidade: o ódio, a intolerância, o preconceito, a violência. Com um discurso simplista e de fácil compreensão, travestido de conservador, têm cooptado apoio em todas as camadas sociais. Um perigo.</p> <p class="texto">Na Alemanha, a extrema direita já ostenta entre 23% e 24% dos votos, tendo como principal plataforma a expulsão de todos os imigrantes africanos, inclusive daqueles com nacionalidade. O argumento entoado pelo partido Alternativa para a Alemanha (AfD) é o mesmo usado por Adolf Hitler, de purificação da raça branca. Chama a atenção o grande engajamento de jovens a esse movimento radical. Em Portugal, os grupos extremistas marcaram para 3 de fevereiro uma manifestação contra os estrangeiros de origem islâmica. Nas convocações por meio das redes sociais, os organizadores recomendam aos participantes que levem tochas e chicotes para "queimar e escorraçar aqueles que atentam contra os valores europeus".</p> <p class="texto">A Europa terá, em junho, eleições para o Parlamento. Serão escolhidos 720 representantes dos 27 países que integram a União Europeia. Em nenhum outro momento deste bloco a extrema direita reuniu tanta força para formar uma bancada. Os radicais já assumiram o poder na Itália, na Suécia, na Finlândia e na Holanda. Estão próximos de retomarem o governo da Áustria. Conquistaram espaços importantes na Bélgica e podem surpreender na França. O risco de implosão do bloco construído nas décadas que se seguiram ao fim da Segunda Guerra Mundial é latente, com os neonazistas ganhando espaço e conquistando corações e mentes.</p> <p class="texto">Nos Estados Unidos, o quadro é semelhante. O republicano Donald Trump tem chances expressivas de retornar à Casa Branca nas eleições marcadas para 5 de novembro. Quem se deu ao trabalho de ouvir os discursos dele nas últimas semanas, em que ele disse que o presidente da República deve ter imunidade para tudo, inclusive para aniquilar seus inimigos, entendeu o caminho que a maior potência global pode seguir caso ele seja eleito. Do outro lado do mundo, sem opositores, Vladimir Putin irá para o quinto mandato, num pleito completamente fake, como se a democracia fosse uma realidade na Rússia.</p> <p class="texto">O Brasil, com as eleições municipais, se insere nesse contexto em que a ultradireita poderá escalar vários degraus no jogo político. O que a maioria dos eleitores decidir para as mais de 5,5 mil prefeituras terá enormes reflexos na disputa presidencial daqui a dois anos. O país já deu claros sinais de que o conservadorismo arcaico se enraizou na sociedade, alimentado pela desinformação. Não tem sido diferente em outras regiões do planeta, que enfrentam o desafio de regular a inteligência artificial, usada para destruir reputações e disseminar o ódio.</p> <p class="texto">Os cerca de 4 bilhões de cidadãos que irão às urnas neste ano enfrentarão eleições marcadas pela transparência, pela coação, pela falta de liberdade e pela ausência de oposição. É fundamental que a maioria democrata prevaleça. Dados mais recentes apontam que, atualmente, há mais autocracias no mundo do que regimes em que as liberdades são conquistas da sociedade. Mais: o ano ado foi de recorde na África em golpes de Estado perpetrados por militares.</p> <p class="texto">Tudo isso comprova que qualquer descuido pode ser fatal para o regime democrático, que, mesmo com todas as suas imperfeições, é o único que garante o poder de escolha a cada um e a liberdade de se expressar e de ir e vir. Que o bom senso seja o grande vencedor neste que será o maior exercício de participação política da humanidade em um único ano.</p> <p class="texto"><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/opiniao/2024/01/6789891-educacao-patrimonial-a-salvaguarda-da-democracia-brasileira.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/01/19/pri_2101_opiniao-34443436.jpg?20240121004857" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Opinião</strong> <span>Educação patrimonial: a salvaguarda da democracia brasileira</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/opiniao/2024/01/6789863-os-fins-justificam-os-meias.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/01/09/flamengo_dela_cruz-34079424.jpg?20240119232812" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Opinião</strong> <span>Os fins justificam os meias</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/opiniao/2024/01/6789859-visao-do-correio-eventos-extremos-e-o-novo-normal.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/01/14/577575-34252813.jpg?20240114200059" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Opinião</strong> <span>Visão do Correio: Eventos extremos e o novo normal</span> </div> </a> </li> </ul> </div></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2022/02/26/1200x800/1_pri_2702_opiniao-7511135.jpg?20240202075143?20240202075143", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2022/02/26/1000x1000/1_pri_2702_opiniao-7511135.jpg?20240202075143?20240202075143", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2022/02/26/800x600/1_pri_2702_opiniao-7511135.jpg?20240202075143?20240202075143" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Correio Braziliense", "url": "/autor?termo=correio-braziliense" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 252057

Visão do Correio 1z3ze O mundo em uma encruzilhada
EDITORIAL

Visão do Correio: O mundo em uma encruzilhada 3d6a6o

Qualquer descuido pode ser fatal para o regime democrático, que, mesmo com todas as suas imperfeições, é o único que garante o poder de escolha a cada um e a liberdade de se expressar e de ir e vir 311q4e

A democracia enfrentará seu principal teste neste ano, que terá o maior ciclo eleitoral da história. Mais de 70 países, reunindo metade da população mundial, decidirão, nas urnas, que rumo seguirão. Há uma enorme preocupação em todo o planeta com o forte crescimento de movimentos populistas, sobretudo, o representado pela ultradireita. Integrantes desse espectro político têm incentivado o que há de pior para a humanidade: o ódio, a intolerância, o preconceito, a violência. Com um discurso simplista e de fácil compreensão, travestido de conservador, têm cooptado apoio em todas as camadas sociais. Um perigo.

Na Alemanha, a extrema direita já ostenta entre 23% e 24% dos votos, tendo como principal plataforma a expulsão de todos os imigrantes africanos, inclusive daqueles com nacionalidade. O argumento entoado pelo partido Alternativa para a Alemanha (AfD) é o mesmo usado por Adolf Hitler, de purificação da raça branca. Chama a atenção o grande engajamento de jovens a esse movimento radical. Em Portugal, os grupos extremistas marcaram para 3 de fevereiro uma manifestação contra os estrangeiros de origem islâmica. Nas convocações por meio das redes sociais, os organizadores recomendam aos participantes que levem tochas e chicotes para "queimar e escorraçar aqueles que atentam contra os valores europeus".

A Europa terá, em junho, eleições para o Parlamento. Serão escolhidos 720 representantes dos 27 países que integram a União Europeia. Em nenhum outro momento deste bloco a extrema direita reuniu tanta força para formar uma bancada. Os radicais já assumiram o poder na Itália, na Suécia, na Finlândia e na Holanda. Estão próximos de retomarem o governo da Áustria. Conquistaram espaços importantes na Bélgica e podem surpreender na França. O risco de implosão do bloco construído nas décadas que se seguiram ao fim da Segunda Guerra Mundial é latente, com os neonazistas ganhando espaço e conquistando corações e mentes.

Nos Estados Unidos, o quadro é semelhante. O republicano Donald Trump tem chances expressivas de retornar à Casa Branca nas eleições marcadas para 5 de novembro. Quem se deu ao trabalho de ouvir os discursos dele nas últimas semanas, em que ele disse que o presidente da República deve ter imunidade para tudo, inclusive para aniquilar seus inimigos, entendeu o caminho que a maior potência global pode seguir caso ele seja eleito. Do outro lado do mundo, sem opositores, Vladimir Putin irá para o quinto mandato, num pleito completamente fake, como se a democracia fosse uma realidade na Rússia.

O Brasil, com as eleições municipais, se insere nesse contexto em que a ultradireita poderá escalar vários degraus no jogo político. O que a maioria dos eleitores decidir para as mais de 5,5 mil prefeituras terá enormes reflexos na disputa presidencial daqui a dois anos. O país já deu claros sinais de que o conservadorismo arcaico se enraizou na sociedade, alimentado pela desinformação. Não tem sido diferente em outras regiões do planeta, que enfrentam o desafio de regular a inteligência artificial, usada para destruir reputações e disseminar o ódio.

Os cerca de 4 bilhões de cidadãos que irão às urnas neste ano enfrentarão eleições marcadas pela transparência, pela coação, pela falta de liberdade e pela ausência de oposição. É fundamental que a maioria democrata prevaleça. Dados mais recentes apontam que, atualmente, há mais autocracias no mundo do que regimes em que as liberdades são conquistas da sociedade. Mais: o ano ado foi de recorde na África em golpes de Estado perpetrados por militares.

Tudo isso comprova que qualquer descuido pode ser fatal para o regime democrático, que, mesmo com todas as suas imperfeições, é o único que garante o poder de escolha a cada um e a liberdade de se expressar e de ir e vir. Que o bom senso seja o grande vencedor neste que será o maior exercício de participação política da humanidade em um único ano.

Mais Lidas 2m2j3i