{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/opiniao/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/opiniao/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/opiniao/", "name": "Opinião", "description": "Leia editoriais e artigos sobre fatos importantes do dia a dia com a visão do Correio e de articulistas selecionados ", "url": "/opiniao/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/opiniao/2024/08/6917343-18-anos-da-lei-maria-da-penha-a-luta-continua-pela-vida-e-dignidade-das-mulheres.html", "name": "18 anos da Lei Maria da Penha: a luta continua pela vida e dignidade das mulheres", "headline": "18 anos da Lei Maria da Penha: a luta continua pela vida e dignidade das mulheres", "description": "", "alternateName": "Artigo", "alternativeHeadline": "Artigo", "datePublished": "2024-08-10T06:00:00Z", "articleBody": "<p class="texto"><strong>CELINA LEÃO</strong> — Vice-governadora do Distrito Federal</p> <p class="texto">A comemoração dos 18 anos da Lei Maria da Penha nos convida a refletir profundamente sobre o Brasil que vivemos e o Brasil que queremos construir. Essa legislação, que é um marco na proteção das mulheres contra a violência doméstica, traz à tona questões críticas, como a misoginia, o preconceito ainda enraizado e a invisibilidade das mulheres em nossa sociedade.</p> <p class="texto">Apesar dos avanços, é comum que as mulheres só ganhem evidência quando se tornam vítimas de feminicídio, com suas desgraças estampadas nos jornais. No entanto, existem inúmeros crimes que precedem essas tragédias e merecem nossa atenção e, sobretudo, ação. A criação de legislações específicas, como a Lei da Violência Psicológica, representa um o significativo. </p> <p class="texto">Durante meu mandato na Câmara Federal e como coordenadora da bancada feminina, tive a oportunidade de articular e aprovar essa lei, que é fundamental para retirar do limbo jurídico os crimes de violência psicológica que, na maioria dos casos, precedem o feminicídio. </p> <p class="texto">Antes, muitas mulheres chegavam às delegacias sem conseguir enquadrar suas denúncias em nenhum artigo do Código Penal, pois as agressões eram de natureza psicológica e emocional. Com a lei, tipificamos ações que possam degradar ou controlar ações, comportamentos, crenças e decisões das mulheres. Ao todo, foram mais de 200 projetos apresentados pela bancada, dos quais 78 viraram leis.</p> <p class="texto">Também avançamos para garantir um ambiente mais seguro e inclusivo para a participação das mulheres na política com a Lei da Violência Política. O ambiente hostil, muitas vezes, desencoraja a participação feminina, resultando em avanços tímidos na representatividade. Exercer nosso direito como cidadãs não é privilégio, mas um valor democrático que trabalhamos arduamente para que prevaleça.  </p> <p class="texto">É inissível que ainda exista discriminação contra as mulheres nos espaços políticos e de poder. Nas últimas eleições, a bancada feminina na Câmara dos Deputados ou de 77 para 91 parlamentares. É o maior número da história e um grande avanço. Porém, 18% a mais de parlamentares mulheres em um universo de 513 deputados federais é um crescimento tímido perto de quantas somos no Brasil. </p> <p class="texto">Para além de um marco contra a violência doméstica, a Lei Maria da Penha mudou o enfoque de questões em que precisamos evoluir ao trazer a violência doméstica para o âmbito social, desmistificando a ideia de se tratar de um problema estritamente familiar. É uma cultura que se reflete em todos os âmbitos das nossas vidas. </p> <p class="texto">A tipificação do feminicídio, por sua vez, trouxe ainda mais luz à Lei Maria da Penha, permitindo uma melhor quantificação e análise dos casos de violência extrema contra as mulheres. Saber quantas morrem por serem mulheres é crucial para a formulação de políticas públicas eficazes. </p> <p class="texto">Nesse contexto, a presença de Maria da Penha em eventos recentes, como no Distrito Federal, simboliza a vitória de todas as mulheres. A celebração dos 18 anos dessa lei não é uma vitória partidária, mas de todas as mulheres brasileiras. Aprendi, ao longo da minha trajetória na bancada feminina, que, antes de sermos ligadas a qualquer partido, somos mulheres com lutas e histórias diversas, cada uma contribuindo para uma sociedade mais justa.</p> <p class="texto">Para a mulher que quase perdeu a vida e dá nome à lei reconhecida como umas das mais avançadas sobre os direitos humanos em todo o mundo, ver o Brasil avançando em termos de legislação e compromisso é motivo de orgulho. Assim como o é para mim, que pude contribuir com modificações importantes na legislação, como a introdução da tornozeleira eletrônica para agressores, garantindo maior proteção das vítimas.</p> <p class="texto">Não podemos retroceder no avanço dessas legislações. Temos que nos lembrar que cada uma dessas vitórias e a maioridade da Lei Maria da Penha carregam um simbolismo fundamental para nós que lutamos pela vida das mulheres. Isso a necessariamente em termos cada vez mais mulheres ocupando espaços de destaque dentro e fora da política. </p> <p class="texto">Essa luta apartidária é realizada não só por quem detém mandatos, mas em conjunto com os movimentos sociais e por pessoas anônimas. Juntos — porque essa batalha também deve ser dos homens —, trabalhamos todos os dias por um país em que cada uma tenha realmente o direito de viver, de não apanhar e morrer por ter nascido mulher, de ter fé na vida e de ter o respeito das pessoas.</p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/07/1200x801/1_07082024mf35-39321157.jpg?20240809181012?20240809181012", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/07/1000x1000/1_07082024mf35-39321157.jpg?20240809181012?20240809181012", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/07/800x600/1_07082024mf35-39321157.jpg?20240809181012?20240809181012" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Opinião", "url": "/autor?termo=opiniao" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 3i5n1v

18 anos da Lei Maria da Penha 4kv1a a luta continua pela vida e dignidade das mulheres
Artigo

18 anos da Lei Maria da Penha: a luta continua pela vida e dignidade das mulheres p6z6d

Temos que nos lembrar que a maioridade da Lei Maria da Penha e a criação de legislações específicas, como a Lei da Violência Psicológica, carregam um simbolismo fundamental para nós que lutamos pela vida das mulheres p655

CELINA LEÃO — Vice-governadora do Distrito Federal

A comemoração dos 18 anos da Lei Maria da Penha nos convida a refletir profundamente sobre o Brasil que vivemos e o Brasil que queremos construir. Essa legislação, que é um marco na proteção das mulheres contra a violência doméstica, traz à tona questões críticas, como a misoginia, o preconceito ainda enraizado e a invisibilidade das mulheres em nossa sociedade.

Apesar dos avanços, é comum que as mulheres só ganhem evidência quando se tornam vítimas de feminicídio, com suas desgraças estampadas nos jornais. No entanto, existem inúmeros crimes que precedem essas tragédias e merecem nossa atenção e, sobretudo, ação. A criação de legislações específicas, como a Lei da Violência Psicológica, representa um o significativo. 

Durante meu mandato na Câmara Federal e como coordenadora da bancada feminina, tive a oportunidade de articular e aprovar essa lei, que é fundamental para retirar do limbo jurídico os crimes de violência psicológica que, na maioria dos casos, precedem o feminicídio. 

Antes, muitas mulheres chegavam às delegacias sem conseguir enquadrar suas denúncias em nenhum artigo do Código Penal, pois as agressões eram de natureza psicológica e emocional. Com a lei, tipificamos ações que possam degradar ou controlar ações, comportamentos, crenças e decisões das mulheres. Ao todo, foram mais de 200 projetos apresentados pela bancada, dos quais 78 viraram leis.

Também avançamos para garantir um ambiente mais seguro e inclusivo para a participação das mulheres na política com a Lei da Violência Política. O ambiente hostil, muitas vezes, desencoraja a participação feminina, resultando em avanços tímidos na representatividade. Exercer nosso direito como cidadãs não é privilégio, mas um valor democrático que trabalhamos arduamente para que prevaleça.  

É inissível que ainda exista discriminação contra as mulheres nos espaços políticos e de poder. Nas últimas eleições, a bancada feminina na Câmara dos Deputados ou de 77 para 91 parlamentares. É o maior número da história e um grande avanço. Porém, 18% a mais de parlamentares mulheres em um universo de 513 deputados federais é um crescimento tímido perto de quantas somos no Brasil. 

Para além de um marco contra a violência doméstica, a Lei Maria da Penha mudou o enfoque de questões em que precisamos evoluir ao trazer a violência doméstica para o âmbito social, desmistificando a ideia de se tratar de um problema estritamente familiar. É uma cultura que se reflete em todos os âmbitos das nossas vidas. 

A tipificação do feminicídio, por sua vez, trouxe ainda mais luz à Lei Maria da Penha, permitindo uma melhor quantificação e análise dos casos de violência extrema contra as mulheres. Saber quantas morrem por serem mulheres é crucial para a formulação de políticas públicas eficazes. 

Nesse contexto, a presença de Maria da Penha em eventos recentes, como no Distrito Federal, simboliza a vitória de todas as mulheres. A celebração dos 18 anos dessa lei não é uma vitória partidária, mas de todas as mulheres brasileiras. Aprendi, ao longo da minha trajetória na bancada feminina, que, antes de sermos ligadas a qualquer partido, somos mulheres com lutas e histórias diversas, cada uma contribuindo para uma sociedade mais justa.

Para a mulher que quase perdeu a vida e dá nome à lei reconhecida como umas das mais avançadas sobre os direitos humanos em todo o mundo, ver o Brasil avançando em termos de legislação e compromisso é motivo de orgulho. Assim como o é para mim, que pude contribuir com modificações importantes na legislação, como a introdução da tornozeleira eletrônica para agressores, garantindo maior proteção das vítimas.

Não podemos retroceder no avanço dessas legislações. Temos que nos lembrar que cada uma dessas vitórias e a maioridade da Lei Maria da Penha carregam um simbolismo fundamental para nós que lutamos pela vida das mulheres. Isso a necessariamente em termos cada vez mais mulheres ocupando espaços de destaque dentro e fora da política. 

Essa luta apartidária é realizada não só por quem detém mandatos, mas em conjunto com os movimentos sociais e por pessoas anônimas. Juntos — porque essa batalha também deve ser dos homens —, trabalhamos todos os dias por um país em que cada uma tenha realmente o direito de viver, de não apanhar e morrer por ter nascido mulher, de ter fé na vida e de ter o respeito das pessoas.

Mais Lidas 2m2j3i