{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/opiniao/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/opiniao/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/opiniao/", "name": "Opinião", "description": "Leia editoriais e artigos sobre fatos importantes do dia a dia com a visão do Correio e de articulistas selecionados ", "url": "/opiniao/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/opiniao/2024/11/6995448-o-lado-bom-da-chatice.html", "name": "O lado bom da chatice", "headline": "O lado bom da chatice", "description": "", "alternateName": "Artigo", "alternativeHeadline": "Artigo", "datePublished": "2024-11-26T06:00:00Z", "articleBody": "<p class="texto">Entre tantas coisas acontecendo no mundo a cada instante, uma eleição pode até ter ado despercebida por algumas pessoas: a decisão, em segundo turno, do novo presidente do Uruguai. Apesar da calmaria — bem inusitada para um contexto de eleições presidenciais —, o novo pleito dos vizinhos do sul ensina algo extremamente importante para o mundo: o lado bom da chatice.</p> <p class="texto">Tive a oportunidade de participar da apuração dessa eleição e, como jornalista, alguns aspectos saltam aos olhos. Pouco antes da apuração das urnas ter chegado a 95% (já por volta das 22h20, horário de Brasília), o candidato "perdedor", Álvaro Delgado, foi a público confirmar a vitória do oponente, Yamandú Orsi. "Hoje, os uruguaios definiram quem exercerá a Presidência da República. E quero enviar aqui, com todos esses atores da coalizão, um grande abraço e saudações a Yamandú Orsi", disse Delgado em um palco da aliança governante em Montevidéu.</p> <p class="texto">Já imaginou? Um candidato parabenizando o oponente por uma vitória durante as eleições? Parece algo até literário em alguns cantos do mundo. E não para por aí.</p> <p class="texto">As manifestações sobre a vitória de Orsi não ganharam contorno de final de Copa do Mundo nas ruas de Montevidéu. Pelo contrário. Grupos de apoiadores ficaram dentro de eventos de campanha — e não tentaram destruir prédios públicos. Os candidatos não foram para o X (antigo Twitter) alfinetar os oponentes. Tudo parece tão diferente do cenário político do mundo afora.</p> <p class="texto">A calmaria que envolveu o pleito uruguaio ganhou, de forma leviana, a alcunha de "chato". Algumas matérias jornalísticas ousaram conclamar as eleições como "sem emoção".</p> <p class="texto">Nada mais incorreto. Ao observar o fim de uma eleição em que existe o mínimo de respeito entre os atores políticos, pude perceber que falta a outras nações a experiência de lidar com esse lado mais estável da política.</p> <p class="texto">Essa habilidade faz parte da história uruguaia. O país exerce uma firmeza política invejável não só para a América Latina, mas para o mundo todo. Em um cenário de presidente deposto no Paraguai, a perpetuação de um regime ditatorial na Venezuela, a reeleição inédita que desafiou a Constituição de El Salvador e tudo o que ocorreu (e vem ocorrendo) na disputa de poder brasileira, uma coisa fica claro: a política pede desesperadamente por dias mais entediantes.</p> <p class="texto">Imagino que certas pessoas ganhem com toda a "emoção" política desencadeada ao longo de um pleito. O suor na mão, a sensação de tudo ou nada durante a contagem dos votos, o olhar fixo no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o coração palpitando (talvez em presságio de um infarto). Contudo, chegou a hora de refletir um pouco sobre como a "chatice" da disputa governamental uruguaia faz bem.</p> <p class="texto">Em um país com quase 3 milhões de pessoas (e cerca de 12 milhões de cabeças de gado), a estabilidade do Uruguai deveria inspirar os brasileiros a sonhar com uma política um pouco mais estável e menos apocalíptica.</p> <p class="texto"><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/opiniao/2024/11/6996724-poder-publico-precisa-ser-proativo-no-desenho-dos-novos-futuros.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2022/06/30/tra_0307_saber-25974433.jpg?20241110100520" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Opinião</strong> <span>Poder público precisa ser proativo no desenho dos novos futuros</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/opiniao/2024/11/6996709-protecao-de-criancas-e-adolescentes-em-ambientes-digitais.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2022/08/25/thomas_park_w9i7wmam3ee_unsplash-26301458.jpg?20241125182910" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Opinião</strong> <span>Proteção de crianças e adolescentes em ambientes digitais</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/opiniao/2024/11/6996520-seguranca-os-bons-resultados-para-o-bem-estar-da-populacao.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/25/opiniao_2611-42144805.jpg?20241125212306" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Opinião</strong> <span>Segurança: os bons resultados para o bem-estar da população</span> </div> </a> </li> </ul> </div></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/24/1200x801/1_yamandu_orsi-42103802.jpeg?20241125073555?20241125073555", "https://midias.em.com.br/_midias/jpg/2024/11/24/1000x1000/1_yamandu_orsi-42103802.jpeg?20241125073555?20241125073555", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/24/800x600/1_yamandu_orsi-42103802.jpeg?20241125073555?20241125073555" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Ronayre Nunes", "url": "/autor?termo=ronayre-nunes" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 5c3e3b

O lado bom da chatice 525h2g
Artigo

O lado bom da chatice 26k4w

As eleições no Uruguai ensinam algo extremamente importante para o mundo 71252g

Entre tantas coisas acontecendo no mundo a cada instante, uma eleição pode até ter ado despercebida por algumas pessoas: a decisão, em segundo turno, do novo presidente do Uruguai. Apesar da calmaria — bem inusitada para um contexto de eleições presidenciais —, o novo pleito dos vizinhos do sul ensina algo extremamente importante para o mundo: o lado bom da chatice.

Tive a oportunidade de participar da apuração dessa eleição e, como jornalista, alguns aspectos saltam aos olhos. Pouco antes da apuração das urnas ter chegado a 95% (já por volta das 22h20, horário de Brasília), o candidato "perdedor", Álvaro Delgado, foi a público confirmar a vitória do oponente, Yamandú Orsi. "Hoje, os uruguaios definiram quem exercerá a Presidência da República. E quero enviar aqui, com todos esses atores da coalizão, um grande abraço e saudações a Yamandú Orsi", disse Delgado em um palco da aliança governante em Montevidéu.

Já imaginou? Um candidato parabenizando o oponente por uma vitória durante as eleições? Parece algo até literário em alguns cantos do mundo. E não para por aí.

As manifestações sobre a vitória de Orsi não ganharam contorno de final de Copa do Mundo nas ruas de Montevidéu. Pelo contrário. Grupos de apoiadores ficaram dentro de eventos de campanha — e não tentaram destruir prédios públicos. Os candidatos não foram para o X (antigo Twitter) alfinetar os oponentes. Tudo parece tão diferente do cenário político do mundo afora.

A calmaria que envolveu o pleito uruguaio ganhou, de forma leviana, a alcunha de "chato". Algumas matérias jornalísticas ousaram conclamar as eleições como "sem emoção".

Nada mais incorreto. Ao observar o fim de uma eleição em que existe o mínimo de respeito entre os atores políticos, pude perceber que falta a outras nações a experiência de lidar com esse lado mais estável da política.

Essa habilidade faz parte da história uruguaia. O país exerce uma firmeza política invejável não só para a América Latina, mas para o mundo todo. Em um cenário de presidente deposto no Paraguai, a perpetuação de um regime ditatorial na Venezuela, a reeleição inédita que desafiou a Constituição de El Salvador e tudo o que ocorreu (e vem ocorrendo) na disputa de poder brasileira, uma coisa fica claro: a política pede desesperadamente por dias mais entediantes.

Imagino que certas pessoas ganhem com toda a "emoção" política desencadeada ao longo de um pleito. O suor na mão, a sensação de tudo ou nada durante a contagem dos votos, o olhar fixo no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o coração palpitando (talvez em presságio de um infarto). Contudo, chegou a hora de refletir um pouco sobre como a "chatice" da disputa governamental uruguaia faz bem.

Em um país com quase 3 milhões de pessoas (e cerca de 12 milhões de cabeças de gado), a estabilidade do Uruguai deveria inspirar os brasileiros a sonhar com uma política um pouco mais estável e menos apocalíptica.

Mais Lidas 2m2j3i