
Celina Leão — Vice-governadora do DF
O mês de março não é apenas um período de homenagens, mas obrigatoriamente de muita ação. Este ano, o Calendário Março Mais Mulher reúne mais de 300 iniciativas do Governo do Distrito Federal voltadas ao público feminino, promovendo segurança, capacitação e oportunidades. Entre elas, o Meninas em Ação inspira alunas do ensino médio a enxergarem um futuro sem limitações, mostrando que podem ser o que quiserem.
O Dia Internacional da Mulher deveria ser apenas um momento de celebração. Uma data para exaltar conquistas, reconhecer avanços e reafirmar o compromisso com um futuro onde todas as mulheres tenham liberdade, respeito e oportunidades reais. Mas a realidade exige mais do que comemorações. Muitas ainda vivem sob ameaças, lidando com desafios diários que limitam seu direito de viver com dignidade e segurança. A violência de gênero segue sendo um obstáculo que precisa ser combatido com rigor, interrompendo trajetórias e afetando famílias inteiras.
É por isso que, além de reconhecer os avanços, precisamos agir todos os dias. E, no Distrito Federal, essa ação já é uma prioridade. Com um olhar atento às necessidades das mulheres, fortalecemos políticas públicas para garantir segurança, acolhimento e independência. O programa Segurança Integral, da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF), tem um eixo exclusivo para proteger as mulheres: o Mulher Mais Segura. Mas segurança não se faz apenas com palavras, é preciso inovação, tecnologia e medidas eficazes para salvar vidas.
Entre as ações concretas, está o Dispositivo de Proteção à Pessoa (DPP), que monitora em tempo real vítimas e agressores, garantindo que permaneçam a uma distância segura. Já o Viva Flor permite que a mulher em risco acione ajuda com um simples toque. Hoje, 1.100 pessoas são assistidas por esses dispositivos e, desde 2018, mais de 3,6 mil mulheres foram protegidas. São números que representam vidas salvas, mulheres que puderam recomeçar sem o peso do medo.
Esse trabalho já foi reconhecido nacionalmente. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Prêmio de Boas Práticas 2024 - Segurança Pública, do Consórcio Brasil Central (BrC), destacaram nossas iniciativas. Mas o reconhecimento mais valioso é outro: mulheres vivas, seguras e reconstruindo suas histórias.
A denúncia é uma ferramenta indispensável nessa jornada. Além de interromper ciclos de violência, orienta a criação de políticas públicas mais eficazes. Mas denunciar não pode ser um ato solitário. O Estado precisa estar pronto para acolher cada mulher que busca ajuda. No DF, essa rede de proteção é uma referência nacional.
Em 2023, a Casa da Mulher Brasileira (CMB) prestou mais de 12,6 mil atendimentos, auxiliando 1.577 mulheres. A Casa Abrigo garantiu a segurança de 328 mulheres e seus filhos, totalizando 9,5 mil atendimentos. Os Centros Especializados de Atendimento à Mulher (Ceam) atenderam 749 mulheres, somando 5,9 mil atendimentos. O Espaço Acolher (NAFAVD) realizou mais de 10,8 mil atendimentos, incluindo 1,2 mil voltados para homens, porque a conscientização masculina é essencial para romper o ciclo de violência.
Mas segurança não é o único direito fundamental. Independência também é. Por isso, essas unidades vão além do acolhimento emergencial. Além de e jurídico e psicológico, oferecem capacitação profissional, porque garantir autonomia financeira é um o essencial para que nenhuma mulher precise continuar em um ambiente abusivo por falta de alternativas.
Essa rede de cuidado se estende ainda mais com o Programa Direito Delas, da Secretaria de Justiça do DF (Sejus-DF), que já realizou 7.559 atendimentos em 2024, auxiliando 1.527 pessoas. Iniciativas como o Papo Delas, que promove diálogos sobre liderança e prevenção à violência, e o Conversa com Eles, que leva conscientização a canteiros de obras, reforçam um ponto fundamental: a igualdade de gênero precisa ser discutida em todos os espaços.
A missão do Governo do Distrito Federal é clara. Proteger as mulheres não é uma escolha, é um dever. Mas queremos ir além. Queremos que Brasília seja reconhecida não apenas como uma cidade que protege suas mulheres, mas como um lugar onde elas prosperam, crescem e se tornam protagonistas das próprias histórias.
Respeito, segurança e liberdade não podem ser promessas vazias. São compromissos inegociáveis que guiam nossas políticas públicas. Só assim Brasília será, de fato, a capital das mulheres.
Saiba Mais