O pai de uma menina que aparece em um vídeo da campanha do candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) afirmou que as imagens das crianças foram feitas sem a autorização dos responsáveis.
O pai da criança — que não terá o nome divulgado para resguardar a família — registrou um boletim de ocorrência na Delegacia da Criança e do Adolescente de Taguatinga, no Distrito Federal, contra a escola da criança, que fica em Samambaia. Segundo o pai, a escola omitiu que o eio das crianças incluiria uma visita ao presidente no Palácio do Planalto.
O colégio informou que as crianças fariam um eio em pontos específicos no centro de Brasília e que gravariam um videoclipe sobre a Copa do Mundo.
O vídeo veiculado pela campanha de Bolsonaro mostra o candidato cercado de crianças vestidas com blusas da Seleção Brasileira cantando a música Mostra tua força Brasil. A gravação ocorreu no Palácio do Planalto.
Pela Instagram, o pai comentou sobre o caso. “Ser pai é como ter dois corações e entender que o mais importante deles bate fora do nosso corpo. Proteger, cuidar e amar! Que eu saia todo ferido, fraco e machucado, mas que os meus estejam e continuem intactos. A força de um pai está no medo do que pode acontecer com os seus”. Ele ainda pediu que o vídeo fosse retirado das redes sociais dos aliados do presidente que replicaram a gravação, como de Fabio Wajngarten, coordenador de comunicação da campanha de Bolsonaro, mas não teve o apelo atendido.
Procurado pelo Correio Braziliense, o pai da criança não quis mais se pronunciar sobre o assunto por medo de represálias. Ao G1, ele disse se sentir de “mãos atadas” por não ter conseguido impedir que sua filha fosse exposta e associada politicamente. “Eu e a mãe da minha filha mandamos ela com a blusa branca, porque não queríamos que associassem ela com política. Não é sobre ter lado, é sobre proteger minha filha, que não tem nem 10 anos. E aí eu descobri sobre o vídeo porque as pessoas vieram comentar comigo. Nós estamos muito tristes, nossa filha está sendo exposta mundialmente. Eu sinto que não consegui proteger minha filha”, disse.