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Presidente da ADPF defende autonomia da PF para impedir interferência política

Para o delegado federal Luciano Leiro, é preciso que, ao iniciar um novo mandato no Planalto, comece também um mandato com autonomia institucional na Polícia Federal

O delegado da PF defende que seja feita uma lista tríplice para a nomeação do diretor-geral da corporação -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
O delegado da PF defende que seja feita uma lista tríplice para a nomeação do diretor-geral da corporação - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Quando um governo assume é nomeado um novo diretor-geral da Polícia Federal (PF). Essa movimentação costuma gerar medo de interferência nas ações da instituição, segundo o presidente da Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal (ADPF), Luciano Leiro. Para o delegado federal, portanto, é preciso haver autonomia da PF por meio de mandatos para o diretor-geral que assumir.

Em entrevista ao CB.Poder desta terça-feira (28/1) — uma parceira do Correio com a TV Brasília —, Leiro comentou sobre o impacto negativo causado pela falta de autonomia istrativa da PF. Ele lembrou que, durante os quatro anos do último governo, a instituição mudou de diretor-geral quatro vezes e apontou que ao trocar o “gestor maior”, o resto da pirâmide também muda em efeito cascata. A entrevista foi concedida às jornalistas Samanta Sallum e Ana Maria Campos.

Assista à entrevista completa:

 

“É preciso que a gente tenha essa autonomia. Hoje, o diretor-geral não tem autonomia para nomear. Ele pode até, na prática, não ter tido nenhuma interferência política, mas não tem essa garantia de nomear todos os seus subordinados, a sua diretoria, o seu superintendente, sem o crivo político, porque para nomeação a ou pelo MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública), a depender do cargo, ou pela Casa Civil”, afirmou o delegado federal.

O especialista defendeu ainda que seja feita uma lista tríplice para a nomeação ou que sejam criadas outras formas para que o diretor permaneça os quatro anos do mandato do novo governo e tenha autonomia institucional. Ele frisou que, quando não se tem essa autonomia, mesmo que não tenha havido uma interferência política direta, a impressão ada será essa.

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“Eu me lembro muito no governo ado que, toda vez que mudava alguém, saía dizendo ‘ah, fez isso porque aquilo outro’. Agora, também. Então, isso é do governo de ocasião, não é de um governo específico. Sempre acontece isso”, afirmou Leiro.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

Iago Mac Cord*
postado em 28/01/2025 17:33 / atualizado em 28/01/2025 20:27
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