
Um dia depois de o pai ser denunciado por liderar uma tentativa de golpe de estado em 2022, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi eleito presidente da Comissão de Segurança Pública do Senado Federal. O acordo para levar o parlamentar ao cargo já estava fechado havia semanas.
Depois da sessão da comissão, Flávio disse ao Correio que ficou feliz com a eleição e que vai trabalhar para pautar projetos que vão endurecer as leis penais e fechar “brechas” na legislação que, segundo ele, beneficiam criminosos.
“Nós vamos combater a questão da reincidência, que hoje é um dos critérios para diversos benefícios para aqueles que são presos. Vamos tratar a considerar ali a habitualidade criminosa, ou seja, há uma grande diferença nisso porque alguém que está roubando celular, rouba carro, mata pessoas, (se) não tem uma condenação transitada em julgado, (atualmente) não é considerado reincidente”, afirmou.
O senador quer fazer avançar um projeto que torne os suspeitos de crimes como “criminosos contumazes” mesmo se não tiverem sido condenados anteriormente para fins judiciais. Ele também afirmou que pretende ir muito ao Rio de Janeiro para entender as demandas de segurança pública das autoridades do Estado.
“Eu pretendo ir muito ao Rio de Janeiro para fazer audiências públicas, para tratar com as autoridades de segurança pública quais são as principais demandas, o que a gente tem que priorizar na comissão também e conto com o presidente Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para que esses projetos quando estiverem prontos, sejam apreciados no plenário do Senado”, concluiu.
O filho mais velho do ex-presidente já foi investigado por ter relação com nomes relevantes de milícias no Rio de Janeiro. Além da relação próxima com Fabrício Queiroz, ex-policial militar que foi assessor de Flávio, o senador também já condecorou um miliciano em 2005, quando era deputado estadual.
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Adriano da Nóbrega foi condecorado por Flávio com a Medalha Tiradentes, a maior honraria do estado. Na época, já ex-policial, estava preso preventivamente por homicídio.
Anos depois, virou uma das caras do “Escritório do Crime” no Rio de Janeiro. Foi morto em 2020 pela Polícia Militar da Bahia, em circunstâncias que foram questionadas publicamente pelo próprio Flávio.