
A Frente Parlamentar Evangélica (FPE) elegeu o deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP) para presidir a bancada pelos próximos dois anos. O deputado foi eleito com 117 votos contra 61 de Otoni de Paula (MDB-RJ). Esta foi a primeira vez que o grupo realizou uma eleição desde sua fundação, em 2003. Desde aquele ano, todos os presidentes foram escolhidos por acordo, mas desta vez, a bancada se dividiu.
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A bancada é uma das mais influentes do Congresso, com 219 deputados e mais de 20 senadores. Desses, no entanto, apenas 112 deputados e 13 senadores são membros de igrejas evangélicas.
Membro da Assembleia de Deus desde a juventude, Gilberto Nascimento é advogado e ocupava o cargo de suplente da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados até fevereiro de 2025. Foi vereador pela cidade de Sao Paulo por três mandatos, duas vezes deputado estadual e esta no terceiro mandato como deputado federal.
Nascimento foi apoiado pela ala mais bolsonarista e conservadora da bancada, que tem forte influência do pastor Silas Malafaia — aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) —, de quem é próximo. Tem também boa entrada no governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).
Já o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), também da Assembleia de Deus, foi boicotado pela ala mais alinhada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo que consideraram um alinhamento ao governo Lula (PT) depois que o parlamentar começou a criticar a proximidade de lideranças evangélicas com Jair Bolsonaro (PL).
Ele também foi criticado por participar, em outubro do ano ado, de um evento com Lula (PT) no Palácio do Planalto. Na ocasião, o presidente sancionou a lei que institui o dia da música gospel em todo o território nacional e recebeu elogios de Otoni de Paula, o que foi visto como uma aproximação ao governo, algo que ele nega.
Ao anunciar o resultado, Silas Câmara (Republicanos-AM) elogiou Otoni de Paula. Disse que o parlamentar defendeu a direita e as pautas da Frente Parlamentar Evangélica. Também negou que a bancada tenha ficado dividida. “A nossa bancada nunca esteve dividida. Essa foi a leitura de vocês. (...) Nós nunca estivemos mais fortes”, disse Silas Câmara.