O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta quarta-feira (2/4), a prisão de Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, réu por participar dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 — que culminaram na depredação dos prédios dos três Poderes. A decisão atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Léo Índio não estava expressamente proibido de deixar o país, mas teve seus aportes cancelados. O réu alegou que fugiu para a Argentina por ser "vítima de perseguição" do STF. Ele enviou à rádio Massa FM, de Cascavel (PR), um vídeo em que critica o PL, partidos de direita e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) por não priorizarem projetos que preveem a anistia para os acusados pelos atos golpistas de 8 de janeiro.
No pedido de prisão, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ressaltou que "ao se evadir para a Argentina, Leonardo Rodrigues de Jesus deliberadamente descumpriu medida cautelar alternativa à prisão, a evidenciar sua insuficiência, o descaso com a aplicação da lei penal e desrespeito às decisões emanadas pelo Supremo Tribunal Federal".
Léo Índio é sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o Ministério Público Federal, ele participou dos atos antidemocráticos e fez publicações nas redes sociais durante as invasões.
Ele vai responder pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado da União. Ele nega todas as acusações.