
Os descontos não autorizados da aposentadoria de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) abrangeu pelo menos 4,1 milhões de pessoas, estimou o órgão. Esses dados correspondem ao número de segurados que mantêm contratos ativos com 11 entidades associativas que estão sob investigação por fraudes.
O total exato de atingidos só será confirmado ao final das apurações. A dimensão da fraude do INSS é reforçada por um levantamento da Controladoria-Geral da União (CGU), que apontou que 97,6% dos beneficiários entrevistados declararam não ter autorizado os descontos mensais aplicados diretamente em seus contracheques.
A situação no INSS veio à tona após uma investigação da Polícia Federal também revelou que o desvio bilionário contou com envolvimento de servidores, propinas e associações de fachada.
Associações ligadas aos aposentados estariam cadastrando beneficiários sem consentimento, frequentemente recorrendo ao uso de s falsas, para então realizar descontos de mensalidades diretamente na folha de pagamento do INSS.
Ressarcimento
O prejuízo estimado com o esquema, entre 2019 e 2024, alcança a cifra de R$ 6,3 bilhões. Diante disso, O novo presidente Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, e o governo federal devem decidir, até a noite desta sexta-feira (2/5), sobre os métodos de ressarcimentos para os aposentados e pensionistas vítimas da fraude de descontos indevidos por meio do órgão.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por sua vez, afirmou, nesta semana, que o governo irá devolver os valores aos aposentados e pensionistas, mas não deu detalhes sobre a reparação. Segundo ele, a equipe econômica aguarda a Controladoria-Geral da União (CGU) e a AGU indicarem os próximos os do processo de devolução.
Ministro da Previdência pede demissão
O escândalo envolvendo descontos ilegais de aposentados pelo INSS também levou à demissão do então ministro da Previdência, Carlos Lupi, nesta sexta. O ex-titular da pasta entregou o pedido de demissão em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fora da agenda oficial.
"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, na tarde desta sexta-feira, o pedido de demissão do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, durante audiência no Palácio do Planalto. O presidente convidou o ex-deputado federal, Wolney Queiroz, atual secretário-executivo da Previdência, para ocupar o cargo de ministro", disse o Planalto em nota.
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