-->
Fitness & Nutrição

Xô, preguiça! Dicas para entrar de vez em uma rotina fitness

Ter constância nos treinos é difícil, mas é também a chave para resultados saudáveis. Veja dicas para não desistir de praticar atividade física

» Giovanna Fischborn
postado em 07/11/2021 08:00
Para Netinha Nascimento, o exercício físico sempre tem espaço na agenda: recompensa vem na forma de bem-estar -  (crédito: Arquivo Pessoal)
Para Netinha Nascimento, o exercício físico sempre tem espaço na agenda: recompensa vem na forma de bem-estar - (crédito: Arquivo Pessoal)

É comum ouvirmos histórias de pessoas que se matricularam na academia, mas raramente vão. Ou que já viveram dias mais dedicados à malhação e, hoje, não seguem o mesmo ritmo. Manter-se ativo, embora seja vital, é uma dificuldade para a maioria das pessoas. O psiquiatra Luan Diego Marques, pesquisador na UnB (Universidade de Brasília), explica o porquê: “Além da nossa mente ser baseada no desejo e no prazer, temos ainda as múltiplas demandas da vida moderna, e acaba sobrando pouco tempo para se exercitar. E o exercício físico, na maioria das vezes, ainda é visto como mais um esforço, mais uma tarefa”.

É que o cérebro não associa o esforço momentâneo ao benefício que terá no futuro (mesmo que próximo, com prazer imediato). A personal Larissa Pacheco corrobora: “Nosso corpo não foi feito para gastar, mas, sim, para guardar energia. O problema é que quanto mais ficamos em repouso, mais ele se acostuma com isso. É fácil se acomodar”.

Para fazer o comportamento virar hábito, então, Luan sugere que o primeiro o é bolar um plano de ação. É hora de se organizar e definir dias para a prática. Saiba quando é certeza que poderá malhar e, se houver imprevisto, como pode compensar em outro horário ou dia. “Tenha em mente também que uma rotina intensa não a atividades cansativas demais”, diz. Nesses casos, é preciso ver o que se pode abrir mão, fazer ajustes, encaixar o exercício ao longo do dia.

“Raramente, alguém estará extremamente disposto a treinar”, completa Larissa. O desânimo é normal. Quando ele bate, alguns alimentos com efeito termogênico podem ajudar, segundo a profissional. Escolher o horário que se sente mais disposto também é uma estratégia. Se treinar logo cedo pela manhã, quando o corpo ainda está descansado, funcionar, vá.

Larissa destaca também o aspecto social como um aliado. Ter um amigo ou companhias para fazer atividade física junto, e ajudar no compromisso com o horário, é uma boa para se manter firme, mesmo nos dias em que se está sem vontade. E não precisa ser só academia. Esportes coletivos estimulam a convivência e a prática. O importante mesmo é tornar a atividade mais prazerosa.

 

Questão de comprometimento

Desde que os filhos cresceram e ela se viu com mais tempo livre, Netinha Nascimento, de 53 anos, advogada, ou a se dedicar ainda mais à atividade física. O que a motiva? Os ganhos em mobilidade, longevidade e, por que não, em estética. “Ficar sempre no sofá é estar fadado ao insucesso, e isso não combina comigo”, ela brinca.

Netinha sempre gostou de se movimentar. Fã de esportes, já fez corrida, funcional de areia e, hoje, musculação e spinning — que está retomando depois de um probleminha no joelho. Conta que sente prazer em “aumentar a carga e suar”. O perfil persistente e o gosto pela atividade certamente ajudam a manter a rotina, que é de poucos descansos.

E olha que nem sempre foi assim. Há cinco anos, Netinha sofreu um acidente e teve problemas nos dedos das mãos. Mesmo com alguma limitação, leva a academia como prioridade na agenda. “Minha condição torna a atividade física, até hoje, um desafio a mais. Mas é justamente isso que me motiva. Sei também que vou me sentir melhor quando acabar minha aula.”

Autoboicote

Como explica o psiquiatra Luan Diego Marques, nossa mente tende ainda a criar ideias para fortalecer a resistência ao exercício. É o que ele chama de argumentos psíquicos. “É como dizer ‘estamos em pandemia’ ou ‘não tenho condição de ir à academia’ como forma de adiar a ida.” Já ouviu ou usou de uma dessas falas para ficar em casa ou optar por outro programa? É necessário observar os pontos que boicotam o processo da malhação como hábito. Não dá para apenas treinar quando dá — porque, assim, toda outra demanda pode aparecer na frente — nem se apoiar em justificativas como forma de faltar.

Planos de academia anuais: oportunidade ou cilada?

Muitas academias têm opções de planos que duram um ano ou até mais. “As pessoas se submetem a esses pacotes com a crença de que isso irá motivá-las a ir para a academia. Mas, do ponto de vista prático, isso nem sempre acontece”, alerta Luan. Acontece que gastos com grandes academias e planos longos podem ter um funcionamento inverso de culpa. E o contexto de culpa, segundo ele, afasta a pessoa da atividade. “Ao contrário do que pensamos, a culpa afasta, não motiva. Então, culpada por pagar academia ou alguma outra aula e não ir, acaba travando a rotina de exercícios”, ele aponta.

Para não desistir

Escolha uma modalidade que desperte prazer pessoal. Pense nisso sempre antes de escolher começar alguma atividade física!

Defina metas reais. Considere tempo e disposição

Observe pontos que sabotam o processo

Tenha em mente que precisará lidar com imprevistos e eles não devem parar a rotina de atividades

Desafiar um grupo de amigos ou entrar em algum desafio é um bom gatilho para espantar a preguiça! Mesmo que não garanta que vai virar hábito, funciona como ponto de partida e mudança gradual

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail [email protected].

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação