{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/revista-do-correio/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/revista-do-correio/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/revista-do-correio/", "name": "Revista do Correio", "description": " ", "url": "/revista-do-correio/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/revista-do-correio/2024/05/6848337-a-certidao-de-nascimento-de-brasilia-esta-em-portugal.html", "name": "A certidão de nascimento de Brasília está em Portugal", "headline": "A certidão de nascimento de Brasília está em Portugal", "description": "", "alternateName": "Cidade Nossa", "alternativeHeadline": "Cidade Nossa", "datePublished": "2024-05-05T08:00:00Z", "articleBody": "<p class="texto"><strong>Especial para o Correio — José Roberto Bassul</strong></p> <p class="texto">O título deste artigo não é uma metáfora, é uma notícia. Boa e triste. Em 2021, todo o acervo de Lúcio Costa foi doado pela família do urbanista à Casa da Arquitectura, uma associação cultural apoiada pelo Estado português. À época, certa ou errada, a neta do inventor de Brasília alegou em entrevista a este jornal que, no Brasil, "<a href="/revista-do-correio/2024/04/6846472-brasilia-recebe-a-terceira-edicao-do-forum-mundial-niemeyer.html">falta uma consciência de preservação cultural</a>. Ainda vamos chegar lá, mas, por enquanto, não temos condições". Entre os mais de 11 mil documentos doados está o desenho original do Plano Piloto.</p> <p class="texto">A notícia não deixa de ser boa. Lá estive, em 2023, para a inauguração de Siza e Oscar, para além do mar, uma exposição de fotografias minhas. Pude, então, conhecer a instituição e perceber o cuidado e os meios de que dispõe para a conservação, em ótimas condições, dessa preciosidade.</p> <p class="texto">Mas a notícia é também triste. Ela nos coloca diante de nós mesmos, das nossas fragilidades, da nossa incapacidade de reconhecer, preservar e partilhar a multifacetada, polêmica, trágica, épica e rica história cultural que vimos construindo. Como deixamos escapar de Brasília aquilo que nos constituiu como espaço? E quantos outros legados, individuais ou coletivos, estamos deixando que se apaguem a cada dia?</p> <p class="texto">A cidade que não respeita seu ado não tem futuro. Lúcio Costa sabia disso. Já no preâmbulo de seu Relatório do Plano Piloto vaticinava que Brasília deveria tornar-se, "além de centro de governo e istração, num foco de cultura dos mais lúcidos e sensíveis do país". Os brasilienses, de nascimento e adoção, têm realizado esse vaticínio. Em meio a imensas dificuldades e barreiras, artistas, produtores, galeristas, curadores e gestores vêm construindo um impressionante patrimônio simbólico neste inquieto e criativo quadradinho.</p> <p class="texto"><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/revista-do-correio/2024/05/6850234-o-cerebro-chega-melhor-aos-70-anos-se-tiver-trabalho-estimulante-e-desafiador-na-meia-idade.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/05/03/675x450/1_robina_weermeijer_3kgf9r_0ohs_unsplash-36752725.jpg?20240503132948" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Revista do Correio</strong> <span>O cérebro chega melhor aos 70 anos se tiver trabalho estimulante e desafiador na meia idade</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/revista-do-correio/2024/05/6850187-6-receitas-salgadas-com-frutas-que-vao-te-surpreender.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/05/03/ceviche_de_manga-36749794.jpg?20240503113827" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Revista do Correio</strong> <span>6 receitas salgadas com frutas que vão te surpreender</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/revista-do-correio/2024/05/6849473-confira-4-tipos-de-sarna-que-podem-atingir-caes-e-gatos.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/05/02/gato_e_cachorro-36718249.jpg?20240502115706" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Revista do Correio</strong> <span>Confira 4 tipos de sarna que podem atingir cães e gatos</span> </div> </a> </li> </ul> </div></p> <p class="texto">Seja nas artes visuais, na arquitetura, na literatura, no cinema, no teatro ou na música, não faltam exemplos dessa afirmação. O projeto Plano das Artes, conduzido pela professora da UnB Cinara Barbosa, já mapeou mais de uma centena de espaços autônomos de artes visuais no Distrito Federal. Escritórios de arquitetura multipremiados, a prosa e a poesia de inúmeros talentos, o cinema de Vladimir Carvalho, o teatro de Hugo Rodas, o choro de Hamilton de Holanda, o rock de Renato Russo e Cássia Eller, as obras de Antonio Obá ou o som eletrônico de Alok, ao lado de muitos outros nomes de mulheres e homens, estão aí para não deixar ninguém mentir.</p> <p class="texto">Por que então deixamos fechado o Teatro Nacional de Brasília e perdemos acervos cobiçados como o de Lúcio Costa? Não haverá uma resposta só. É evidente, contudo, que, de um lado, as políticas públicas de cultura têm sido incapazes de disputar, com a força devida, a difícil partilha orçamentária. De outro, salta aos olhos a omissão de nossa elite econômica. <a href="/revista-do-correio/2024/04/6829217-visitando-o-ado-espacos-analogicos-ainda-encantam-brasilia.html">Os que aqui formaram grandes patrimônios</a> poderiam, e deveriam, investir mais — e mais democraticamente — na preservação da memória e na expansão criativa das manifestações culturais em todo o Distrito Federal.</p> <p class="texto">Não percamos de vista o que nos é peculiar. Há cidades que são obras da natureza, como o Rio de Janeiro. Outras são obras humanas, como São Paulo. Mas raras são obras de arte, como Brasília.</p> <p class="texto"><em>*José Roberto Bassul é arquiteto e fotógrafo</em></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fmidias.correiobraziliense.com.br%2F_midias%2Fjpg%2F2024%2F04%2F30%2F1200x801%2F1_rev_0505_cronica-36681871.jpg", "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fmidias.correiobraziliense.com.br%2F_midias%2Fjpg%2F2024%2F04%2F30%2F1000x1000%2F1_rev_0505_cronica-36681871.jpg", "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fmidias.correiobraziliense.com.br%2F_midias%2Fjpg%2F2024%2F04%2F30%2F800x600%2F1_rev_0505_cronica-36681871.jpg" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Correio Braziliense", "url": "/autor?termo=correio-braziliense" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 1nh6s

A certidão de nascimento de Brasília está em Portugal 6782i
Cidade Nossa

A certidão de nascimento de Brasília está em Portugal 32103h

Brasília, de fato, é especial. E isso, em qualquer âmbito, seja nas artes visuais ou na sua capacidade de encantar, reconhecer isso é uma forma de preservar o ado e respeitar o futuro 12704u

Especial para o Correio — José Roberto Bassul

O título deste artigo não é uma metáfora, é uma notícia. Boa e triste. Em 2021, todo o acervo de Lúcio Costa foi doado pela família do urbanista à Casa da Arquitectura, uma associação cultural apoiada pelo Estado português. À época, certa ou errada, a neta do inventor de Brasília alegou em entrevista a este jornal que, no Brasil, "falta uma consciência de preservação cultural. Ainda vamos chegar lá, mas, por enquanto, não temos condições". Entre os mais de 11 mil documentos doados está o desenho original do Plano Piloto.

A notícia não deixa de ser boa. Lá estive, em 2023, para a inauguração de Siza e Oscar, para além do mar, uma exposição de fotografias minhas. Pude, então, conhecer a instituição e perceber o cuidado e os meios de que dispõe para a conservação, em ótimas condições, dessa preciosidade.

Mas a notícia é também triste. Ela nos coloca diante de nós mesmos, das nossas fragilidades, da nossa incapacidade de reconhecer, preservar e partilhar a multifacetada, polêmica, trágica, épica e rica história cultural que vimos construindo. Como deixamos escapar de Brasília aquilo que nos constituiu como espaço? E quantos outros legados, individuais ou coletivos, estamos deixando que se apaguem a cada dia?

A cidade que não respeita seu ado não tem futuro. Lúcio Costa sabia disso. Já no preâmbulo de seu Relatório do Plano Piloto vaticinava que Brasília deveria tornar-se, "além de centro de governo e istração, num foco de cultura dos mais lúcidos e sensíveis do país". Os brasilienses, de nascimento e adoção, têm realizado esse vaticínio. Em meio a imensas dificuldades e barreiras, artistas, produtores, galeristas, curadores e gestores vêm construindo um impressionante patrimônio simbólico neste inquieto e criativo quadradinho.

Seja nas artes visuais, na arquitetura, na literatura, no cinema, no teatro ou na música, não faltam exemplos dessa afirmação. O projeto Plano das Artes, conduzido pela professora da UnB Cinara Barbosa, já mapeou mais de uma centena de espaços autônomos de artes visuais no Distrito Federal. Escritórios de arquitetura multipremiados, a prosa e a poesia de inúmeros talentos, o cinema de Vladimir Carvalho, o teatro de Hugo Rodas, o choro de Hamilton de Holanda, o rock de Renato Russo e Cássia Eller, as obras de Antonio Obá ou o som eletrônico de Alok, ao lado de muitos outros nomes de mulheres e homens, estão aí para não deixar ninguém mentir.

Por que então deixamos fechado o Teatro Nacional de Brasília e perdemos acervos cobiçados como o de Lúcio Costa? Não haverá uma resposta só. É evidente, contudo, que, de um lado, as políticas públicas de cultura têm sido incapazes de disputar, com a força devida, a difícil partilha orçamentária. De outro, salta aos olhos a omissão de nossa elite econômica. Os que aqui formaram grandes patrimônios poderiam, e deveriam, investir mais — e mais democraticamente — na preservação da memória e na expansão criativa das manifestações culturais em todo o Distrito Federal.

Não percamos de vista o que nos é peculiar. Há cidades que são obras da natureza, como o Rio de Janeiro. Outras são obras humanas, como São Paulo. Mas raras são obras de arte, como Brasília.

*José Roberto Bassul é arquiteto e fotógrafo

Mais Lidas 2m2j3i