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Felizmente, isso não aconteceu. E, hoje, <a href="/revista-do-correio/2024/10/6971423-cronica-cidade-nossa-o-prazer-de-ler-acompanhado.html" target="_blank">temos boa reputação festeira e mesmo lendas urbanas</a>, como a ligada a poderes paranormais de um trompetista muito conhecido na cena do neofanfarrismo.</p> <p class="texto">Para não ser ingrato com o ado, recordo que, em criança, diverti-me a valer em memoráveis matinês de clubes. Eu pulava com minha juba afro purpurinada, alheio ao conteúdo das letras. O último dia era o melhor, pois tudo acabava em alegria da molecada na piscina.</p> <p class="texto">Vêm-me à lembrança também os guerreiros da Aruc, Acadêmicos da Asa Norte, e outras escolas que não temiam ser chamadas de "creches do samba", quando comparadas às agremiações do Rio e de São Paulo. Nunca deixaram o samba morrer ou acabar. 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Cidade Nossa 3z2m53 Neofanfarras brasilienses
Cidade Nossa

Cidade Nossa: Neofanfarras brasilienses 3lz2c

Em um eio ao ado do Carnaval de Brasília, Alexandre Veloso, servidor público e trompetista, fala sobre a fama festeira que a capital do país ou a ter 4m4j17

Especial para o Correio — Alexandre Veloso  333f41

Moradores de Brasília que já contam com muitos carnavais de vida, como eu, lembram-se de que nossa cidade poderia até ter recebido a alcunha de "túmulo do carnaval", parodiando o Poetinha. Felizmente, isso não aconteceu. E, hoje, temos boa reputação festeira e mesmo lendas urbanas, como a ligada a poderes paranormais de um trompetista muito conhecido na cena do neofanfarrismo.

Para não ser ingrato com o ado, recordo que, em criança, diverti-me a valer em memoráveis matinês de clubes. Eu pulava com minha juba afro purpurinada, alheio ao conteúdo das letras. O último dia era o melhor, pois tudo acabava em alegria da molecada na piscina.

Vêm-me à lembrança também os guerreiros da Aruc, Acadêmicos da Asa Norte, e outras escolas que não temiam ser chamadas de "creches do samba", quando comparadas às agremiações do Rio e de São Paulo. Nunca deixaram o samba morrer ou acabar. A palavra nem estava na moda, mas eles já eram resilientes.

No final dos anos 1970, o célebre Pacotão já dava seus primeiros os na contramão da ditadura. Esse Bloco foi o precursor do carnaval de rua brasiliense. Acalentava o espírito dos brasilienses, afeitos à festa de Momo, que partiam no êxodo carnavalesco para desfilar em outras arelas.

Depois, concomitante às "micarês", porém de modo mais inclusivo, começaram a surgir blocos de rua em Brasília, tais como o Asé Dudu, o Mamãe Taguá e o Menino de Ceilândia. Isso nos anos 1990.Então, devagar, devagarinho, desses progenitores começaram a nascer muitos outros bloquinhos e blocões de carnaval de rua em Brasília. O Baby-doll de Nylon é um exemplo clássico.

Em sua curta existência, saiu de um agrupamento de amigos irreverentes para um bloco que chegou a reunir quase 200 mil foliões, vários vestidos a caráter, mostrando que, na verdade, baby-doll de nylon combinava com quem queria ser feliz.

Atualmente, a lista oficial de blocos conta com mais de 60 grupos cadastrados no GDF, nos quais desfilam palhaços, odaliscas, sheiks, paquitas, gladiadores, fadas, bruxinhas, diabinhas, anjos, sereias e muitos outros personagens que permitem ao cidadão comum brincar com o burlesco e o cômico.

O Taguacenter e o Mercadão Norte viraram referência para as compras dos foliões brasilienses. Além das fantasias, lá pode-se encontrar um verdadeiro arsenal de órios carnavalescos: lantejoulas, paetês, miçangas, entre outros. As vendas iniciam bem antes de fevereiro, pois já contamos também com um animado pré-carnaval.

Paralelamente ao carnaval de rua oficial, existe um forte movimento composto por blocos que evitam o controle estatal. Isso porque os participantes acreditam que o carnaval é, antes de tudo, um ato político e de resistência. Não querem ter a obrigação de se curvar a exigências que consideram, muitas vezes, descabidas e castradoras. É muito comum haver entreveros com a polícia.

A bandeira principal desses blocos "independentes" é a ocupação dos espaços públicos, com liberdade, mas com responsabilidade. Alguns são temáticos, por exemplo, defendem causas identitárias ou tocam estilos específicos de música, adaptados para o carnaval. Esses blocos foram influenciados pelas fanfarras, principalmente, do eixo Rio-BH-Sampa. Grupos formados, geralmente, por músicos amadores de sopro e de percussão, que tocam arranjos modernos dos mais variados estilos.

Os desfiles são chamados de "cortejos", nos quais se exibe altivamente, à frente, estandartes com o nome do bloco. Não podem faltar fantasias exuberantes, pernas-de-pau, maquiagens rebuscadas e autênticas. Dezenas de ambulantes abastecem os foliões, sedentos de alegria e líquidos inebriantes.

Alguns blocos têm mascote, a exemplo de um grande calango colorido, ao estilo dos dragões chineses, que desfila às terças-feiras puxando o bloco de mesmo nome. Com esforço coletivo, a cada ano esse réptil é aperfeiçoado. O local só é revelado, por meio de charadas, horas antes do cortejo, o que em si já traz magia e curiosidade para o evento. No dia anterior, milhares demensagens engraçadas são trocadas na busca da revelação do charmoso mistério.

Figura conhecidíssima dentro do movimento das "novas fanfarras", o trompetista mencionado no início toca na maioria desses blocos alternativos. Seja fantasiado de árabe, centurião, indiano ou o que for, o fato é que há relatos intrigantes que, pelas circunstâncias horário e local, levam a crer que ele já foi visto tocando, simultaneamente, em várias fanfarras. Estão lhe atribuindo o poder de se teletransportar, ou teletrompetar, pelas ruas de Brasília.

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