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Corpo vivo, mente serena! A ioga como aliada das mulheres

Envelhecer de forma saudável é fundamental para garantir uma maior longevidade. Para as mulheres, esse processo pode ser ainda mais importante, fazendo com que atividades como a ioga sejam primordiais durante a vida

A ioga é o combustível e uma aliada de inúmeras mulheres -  (crédito:   Ed Alves CB/DA Press)
A ioga é o combustível e uma aliada de inúmeras mulheres - (crédito: Ed Alves CB/DA Press)

O envelhecimento é um processo natural e inevitável. De repente, as costas começam a doer e as pernas imploram por descanso. É nessa transição natural do corpo, sobretudo com o ar dos anos, que a busca por uma melhor qualidade de vida aparece como um elemento fundamental para a garantia de um futuro saudável. Quando se é mulher, essa realidade não é nenhum pouco diferente, ainda mais pelos inúmeros dilemas que elas precisam enfrentar. Assim, atividades como a ioga nascem para fortalecer laços e conectar universos.

Dizem por aí que a juventude é um estado de espírito, uma questão mais intrínseca do que existe na própria mente — e talvez até na alma, como acreditam os mais sensíveis espiritualmente. Os cabelos grisalhos e as rugas na pele não entram nesse mérito. É necessário se sentir jovem, mas também buscar alternativas para que essa sensação floresça dentro de si. 

Sendo assim, nenhum ingrediente é capaz de ser tão essencial quanto a adoção de práticas saudáveis, especialmente quando se é mulher e está no processo de transição para a menopausa. De acordo com Bruna Heinen, ginecologista e endocrinologista do Hospital Santa Lúcia, a atividade física impacta de maneira positiva a percepção de alguns sintomas do climatério, principalmente os emocionais (irritabilidade e sintomas depressivos).

"E menos perceptível nos primeiros anos da menopausa, mas com grande impacto no futuro das mulheres após a menopausa, a realização de atividade física regular, promove manutenção de massa muscular e de massa óssea, reduzindo riscos de osteoporose, dores articulares, ganho de peso e sarcopenia. Além do efeito protetor cardiovascular que os exercícios oferecem", explica a profissional.

Se o importante é manter a vida fitness a todo vapor, qual exercício ajuda melhor nessa fase? Segundo a ginecologista, qualquer um é mais que bem-vindo. Na verdade, a preferência é de que a mulher consiga combinar atividades aeróbicas com as de resistência muscular, em uma rotina regular de, no mínimo, 150 minutos semanais de esforço moderado a intenso.

Além disso, atividades em grupo são primordiais, também, na melhora dos sintomas emocionais. Pois ao estarem no mesmo ambiente, compartilhando experiências e desfrutando da beleza que é ser mulher, muitas encontram um lugar que talvez nunca tenham experimentado até então. E é nesse espaço de gentileza que a ioga mora, fazendo desse hábito uma jornada encantadora e imprescindível para uma maior longevidade.

Mudanças naturais 

A menopausa é a fase que marca o final da capacidade reprodutiva feminina e ocorre, de forma natural, em torno dos 50 anos (no geral, entre 45 e 55 anos) com alterações significativas na produção hormonal, principalmente do estradiol, causando nas mulheres graus variados de sintomas, tais como: ondas de calor, maior irritabilidade e sintomas depressivos, piora da memória, ressecamento vaginal, redução de massa muscular e da massa óssea. 

Ioga como missão

No início, quando a ioga ainda era recente e desconhecida, Juliana Sartori, 60 anos, foi uma das primeiras instrutoras a trazer esse mundo tão particular para Brasília. Há quase três décadas, no Espaço Biocêntrico, ela ensina aos outros o que buscou a vida inteira tentando aprender: como ser melhor para si mesma e, consequentemente, para quem está perto. Essa convicção, certamente, é o que faz dela uma mulher tão forte e resiliente.

Formada em educação física, Juliana resolveu adotar para si mesma essa prática milenar, que, à época, poucos sabiam sobre. “Quando conheci a ioga, eu me apaixonei. Não quis fazer outra coisa senão isso. Estudei, fiz minhas formações e também tive aula com o professor Hermógenes, responsável por trazer essa atividade para o Brasil”, relembra. Assim, foi como um “casamento”, como gosta de brincar.

Inseparáveis, Juliana encara a ioga como um remédio do bem, necessário para todos os dias, especialmente quando se está à procura de uma paz quase inalcançável. “É uma prática que traz benefícios maravilhosos, mas silenciosos. O humor muda, o sono melhora, conseguimos perceber a beleza do ao redor. Ficamos muito no momento presente”, completa. De fato, os impactos são nítidos, mas só existem se houver constância.

É necessário estar nas aulas, de maneira regular, pois a ioga leva o indivíduo para uma razão muito maior de estar vivo. Para Juliana, não chega a ser uma ferramenta religiosa; muito pelo contrário. Contudo, é a porta que dá o a uma conexão com o sagrado. “É por isso que os jovens estão recorrendo a esse hábito, em especial com tudo o que envolve a internet”, acrescenta. 

Jornada pessoal

Mais do que proporcionar para os outros o ressignificado das próprias dores, Juliana encontrou na ioga o combustível necessário para não desistir. Em 2007, a instrutora recebeu o diagnóstico de câncer de mama. O susto misturado com o medo nasceu de imediato. Mas, não se engane, a cabeça sempre erguida e o sorriso estampado no rosto é o que fazem dela uma mulher especial.

“Toda essa jornada também é sobre mim, sabe? Tive essa doença grave, me curei e, com certeza, a ioga contribuiu muito nesse processo. Os ensinamentos de paz e de coragem me fortaleceram”, ressalta. E é na rodinha em grupo com inúmeras mulheres que elas se encontram toda semana, às segundas, terças, quintas e sextas. Diante desse universo feminino, que é tão bonito e singular, instrutora e alunas se unem para alcançar um novo propósito.

E não precisa se preocupar, a ioga é um convite para todos, sem padrões, idade ou causa específica. O importante é entrar na sala, tirar os sapatos e abrir o peito. “Qualquer pessoa é bem-vinda para a prática. Homem, mulher, é uma aula muito inclusiva, silenciosa, que reverbera a longo prazo. Aqui, fazemos o hatha ioga, nossa principal modalidade, no qual sentimos uma plenitude fora do comum”, finaliza.

 29/04/2025. Ed Alves CB/DA Press. Revista. Yoga na Menopausa. Na foto, Juliana Sartori.
29/04/2025. Ed Alves CB/DA Press. Revista. Yoga na Menopausa. Na foto, Juliana Sartori. (foto: Fotos: Ed Alves CB/DA Press)

A chave para o sagrado

A juventude é um momento de incertezas e questionamentos. “Quem sou”, “Que faculdade quero fazer” são alguns dos dilemas existenciais que nascem nessa fase. Em busca do seu “próprio eu”, Deborah Cancella Pinheiro, 39 anos, conheceu a ioga por meio das aulas de Juliana Sartori, em 2007. De lá pra cá, brinca que tentou outras modalidades, mas que essas não lhe causaram efeito nenhum. Entre idas e vindas, permaneceu com a instrutora. E foi somente com ela que conseguiu se conectar com algo maior.

“É também algo físico, que engloba mente e espírito. Acredito que é uma forma de harmonizar o eixo ego-self. É um processo que abaixa a bola do ego, o que o professor Hermógenes (HIPERTEXTO) chamou de ‘humildação’. Naturalmente e inesperadamente, ao longo da prática, eu o uma outra frequência, o sagrado em mim, e volto para a vida depois mais conectada com o presente”, enfatiza a professora de ciência política. 

Deborah crê, firmemente, que essa conexão só é permissível graças à ioga, sobretudo nas meditações que costuma fazer ao final das aulas. “Muitas vezes, na correria da vida, nos desconectamos disso que é tão essencial. Essa desconexão acaba nos adoecendo. Ter a oportunidade de parar, e reconstituir essa conexão com o divino em nós é algo primoroso. Algo que recupera a saúde, a vida em nós, e voltamos com calma, com alma, para os afazeres do cotidiano.”

Para além da parte sagrada e espiritual, a ioga é um pilar vital para as sustentações físicas e emocionais. Quando há a harmonização desses dois componentes, o corpo se sente melhor e mais enérgico para enfrentar os dias. Na visão de Deborah, é como se os pensamentos fossem revigorados, dando a oportunidade de pausar o fluxo automático da mente. Assim, consegue parar, refletir e respirar no agora, sem que o futuro seja objeto de preocupações. 

Fazer desse universo seu infinito particular é um enorme privilégio para Deborah, mais ainda quando compartilhado com mulheres fortes. “Estar entre elas é estar imersa na pluralidade que é ser mulher. Não temos que ser isso ou aquilo, ter o cabelo assim ou assado, o corpo x, y, z. Lembra-me da nossa liberdade. E lembrar de ser livre é algo muito poderoso para as mulheres, historicamente falando. Estar nesse espaço entre mulheres também me lembra de acolhimento. De afeto mútuo. De boas trocas”, afirma.

Daqui pra frente, a ioga deve continuar fazendo parte dos dias de Deborah, especialmente com a iminente chegada de importantes transições físicas e mentais. “Acredito que a ioga vai me ajudar a ar de forma mais sublime por todos os momentos de transformação. Se eu tiver uma melhor conexão com o meu corpo, nessa tríade: corpo, mente e espírito. Foi assim durante a gestação das minhas filhas. Nas duas ocasiões, fiz ioga gestante e foi uma experiência muito especial”, finaliza.

 29/04/2025. Ed Alves CB/DA Press. Revista. Yoga na Menopausa. Na foto, Deborah Pinheiro.
Deborah Pinheiro é apaixonada pela ioga (foto: Fotos: Ed Alves CB/DA Press)

Pioneiro

José Hermógenes de Andrade Filho foi um dos precursores da ioga no Brasil. Ele escreveu mais de 30 livros sobre o tema, traduzidos em diversas línguas. Também publicou diversos artigos, disponíveis gratuitamente para estudo. 

Fé e medicina

A espiritualidade é um dos eixos que norteiam a vida na ioga, trazendo benefícios relatados por aqueles que vivem dessa prática. Em março deste ano, o Conselho Federal de Medicina (CFM) criou a Comissão de Saúde e Espiritualidade, justamente para avaliar estudos que buscam entender quais os impactos que a religiosidade, a fé e a espiritualidade podem trazer à evolução clínica de paciente, incluindo, até mesmo, a prevenção do adoecimento. A comissão conta com estudiosos e pesquisadores com publicações sobre o tema, que ganhou força em congressos médicos de inúmeras especialidades.

União corpo e mente

A prática regular de atividade física é uma aliada fundamental no envelhecimento saudável das mulheres, tanto do ponto de vista físico quanto psicológico. Segundo o psicólogo Paulo Henrique Souza, professor do curso de psicologia da Uniceplac, com o ar dos anos, em algumas mulheres, é comum o aumento de quadros de ansiedade, depressão e sentimentos de solidão. Dessa forma, os exercícios atuam como um modulador do humor, contribuindo para a liberação de neurotransmissores, como endorfina, dopamina e serotonina, que promovem sensações de bem-estar e prazer. 

“Além disso, ela favorece a autoestima, pois muitas mulheres relatam sentir-se mais ativas, independentes e conectadas com seu próprio corpo quando praticam exercício físico, mesmo diante das mudanças naturais da idade”, explica. Tais hábitos também contribuem para manter a mente ativa, reduzindo os níveis de estresse e levando a impactos positivos para a qualidade do sono. E a constância, como descreve o psicólogo, é fundamental para que essas mulheres tenham uma boa rotina.

Seguir à risca esse cronograma gera uma sensação de controle e previsibilidade, muito importante para o equilíbrio emocional. “Em atividades em grupo, há o estímulo da sociabilidade, que é um fator protetivo contra a depressão e o isolamento social, especialmente em fases como o pós-menopausa e a aposentadoria”, detalha Paulo. A ioga, nesses casos, é um e ainda mais importante, pois une vários benefícios em um só. Respiração consciente, foco mental, movimentos físicos e qualidade do sono, sintomas frequentemente agravados durante a menopausa. 

Posturas específicas e técnicas de respiração podem auxiliar, ainda, na redução das ondas de calor e da irritabilidade, oferecendo à mulher uma forma de se reconectar com seu corpo e atravessar a fase do climatério com mais equilíbrio e serenidade. “A atividade física deve ser vista como um investimento contínuo na saúde, e não apenas como uma resposta a um momento de crise. Desde a juventude até a maturidade, o corpo e a mente estão em constante transformação”, detalha Paulo. 

Aqui e agora

A ditadura militar foi um período de terror e pânico. Uma época em que ser feliz era sinal de rebeldia e todo ato em busca desse objetivo era visto com olhos virados. Tentar viver em momentos como esse não é uma tarefa fácil. Margot Shalders, 71, recorda-se bem de como esse ciclo temporal a destruiu. Ela lembra que, quando era criança, não conseguia dormir, em razão das conversas entreouvidas sobre políticas e também do que assistia na televisão.

Para somar com esse obstáculo sombrio, ela vivia a vida de atleta, já que era nadadora competitiva. Todos esses caminhos levavam ao mesmo destino: a insegurança consigo mesma. “Ter que ganhar e competir me deixava estressada. Com isso, mal conseguia dormir, tinha muita insônia e vinha de uma família que ter insônia era considerado normal. Minha mãe fazia ioga e tinha um livro do Hermógenes. Foi assim que conheci a ioga, em meados de 1965”, lembra.

Ainda tão cedo, decidiu que a ioga seria o ponto chave de sua história. Aos 16 anos, diante de tanta informação que havia acumulado, decidiu ensinar para outras pessoas o que essa prática era capaz de proporcionar. “A ioga é uma coisa que já nasceu em mim. Uma interação que existe desde sempre”, ressalta. Por isso, acolheu o chamado e perseguiu essa missão.

Ser instrutora aconteceu naturalmente, de maneira involuntária. Margot sabia que era isso que a fazia ficar mais centrada e menos ansiosa. Um escape para a sua mente agitada. Compartilhar esse estilo de vida com outras pessoas foi o modo que encontrou de agregar ao mundo da ioga, disseminando essa prática milenar para os quatro cantos de Brasília, sobretudo no seu próprio espaço, o Studio Sankalpa, no Guará I.

“A ioga tem essa chave, essa união de você no agora. Porque tudo o que importa é o que está aqui no presente. Além disso, é aquela sensação que dá prazer, nos conecta em um único corpo, nessa maravilhosa centelha de energia. Tamanha lucidez é o que torna essa arte milenar um elemento tão indispensável”, acredita Margot.

Margot começou na yoga ainda na adolescência
Margot começou na ioga ainda na adolescência (foto: Arquivo pessoal)

Além do físico

Em abril de 2016, Fernanda Cruz, 41, precisou lidar com diversas crises de pânico. O medo em não conseguir superar essa fase, bem como a sensação estranha de estar perdida na própria vida, fez com que a servidora pública buscasse alternativas para amenizar seu sofrimento. “Além da ajuda de médicos e terapeutas, uma amiga indicou a prática de ioga para ajudar no meu estado de saúde mental da época”, relembra.

Depois que descobriu, o impacto foi imediato. As evoluções, de acordo com ela, foram sentidas em todos os aspectos. Mobilidade do corpo, flexibilidade e aquele sentimento bom de que tudo está em seu devido lugar. “É um espaço para a gente se conectar com a gente, mantendo atenção plena em si naquela hora de prática. E muda muita coisa no pensamento pós-prática também, parece que desacelera”, revela Fernanda.

Se o objetivo era sanar seu sofrimento psicológico, a meta alcançou o sucesso esperado. Fernanda conta que quando começou na ioga, sentia muita ansiedade e carregava um medicamento de emergência caso precisasse tomá-lo. “Hoje, fico feliz em dizer que há anos não preciso mais dessa segurança externa. Tenho certeza que a ioga tem muita influência nessa minha evolução”, afirma. Ter a plena consciência de sua melhora faz com que ela não queira parar por aqui.

Mais do que isso, entende que a prática pode ser uma ferramenta indispensável para os próximos anos, pensando nas questões sobre longevidade e transformações do corpo. “Será um e valioso em todas as fases da vida e, certamente, será quando a menopausa chegar. É uma atividade que nos ajuda a cuidar de nós mesmos e da mente como um todo”, finaliza.

 

 29/04/2025. Ed Alves CB/DA Press. Revista. Yoga na Menopausa. Na foto, Fernanda Cruz.
Fernanda Cruz faz da ioga sua válvula de escape (foto: Ed Alves CB/DA Press)

Maturidade com vigor

Há uma década, Regina Bergmann Prestes, 67, sabe bem o que é não precisar sentir ansiedade. Professora de artes aposentada, a ioga entrou na sua vida por meio da filha. Na época, foi uma paixão repentina, que promete não acabar tão cedo. “Essa ferramenta tem sido fundamental não só para minha saúde mental como física, pois os benefícios são muitos: equilíbrio, flexibilidade, respiração, força muscular, além de melhorar o humor”, destaca.

Ela diz que ganhou autoconsciência do corpo, principalmente graças à combinação de exercícios físicos e de relaxamento com controle respiratório. As aulas são sempre especiais e enriquecedoras, tornando esse afazer diário um o importante para que Regina continue envelhecendo com saúde e vigor.

“Praticar em grupo ajuda muito a viver experiências compartilhadas. Estou com essa idade e me sinto muito saudável e disposta. Sou muito ativa e sei que a ioga me dá essas condições. Agora (e para sempre) faz parte da minha saúde mental e física”, complementa.

 29/04/2025. Ed Alves CB/DA Press. Revista. Yoga na Menopausa. Na foto, Regina Bergmann.
Regina acredita que a ioga lhe ajuda a ficar mais disposta (foto: Ed Alves CB/DA Press)

  •  29/04/2025. Ed Alves CB/DA Press. Revista. Yoga na Menopausa. Na foto, Juliana Sartori.
    29/04/2025. Ed Alves CB/DA Press. Revista. Yoga na Menopausa. Na foto, Juliana Sartori. Foto: Fotos: Ed Alves CB/DA Press
  • Deborah Pinheiro é apaixonada pela ioga
    Deborah Pinheiro é apaixonada pela ioga Foto: Fotos: Ed Alves CB/DA Press
  • Juliana Sartori é instrutora de ioga há 29 anos
    Juliana Sartori é instrutora de ioga há 29 anos Foto: Ed Alves CB/DA Press
  • Fernanda Cruz faz da ioga sua válvula de escape
    Fernanda Cruz faz da ioga sua válvula de escape Foto: Ed Alves CB/DA Press
  • Regina acredita que a ioga lhe ajuda a ficar mais disposta
    Regina acredita que a ioga lhe ajuda a ficar mais disposta Foto: Ed Alves CB/DA Press
  • Margot começou na ioga ainda na adolescência
    Margot começou na ioga ainda na adolescência Foto: Arquivo pessoal
postado em 04/05/2025 06:00
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