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Cidade Nossa 3z2m53 A seca e a orquestra
Cidade Nossa

Cidade Nossa: A seca e a orquestra 23w6h

Na crônica deste domingo (25/5), a musicoterapeuta e professora de canto Isabella Campos da Paz faz uma reflexão sobre a importância dos concertos 2ap4m

Especial para o Correio — Isabella Campos da Paz 5ja1t

Rápido, não vai dar tempo! Ela vai nascer dentro de uma hora! Estamos indo para a Esplanada! Levem casacos, algo quente para beber: conhaque, cachaça, uísque! Temos cobertores? Esfriou demais! Alguém leva o violão? Vamos para o gramado em frente ao Senado? Ou para os Três Poderes? Avisem a Hélio e a Lu Botafogo. Alô? Wanda, estão indo? Sim, levo quibes do Beirute! Vou ar no Cine Centro São Francisco e pegar dois vinhos. Quem vai comigo? O Luciano vai com o Zé; Fernanda vai com Marcelo. Rápido! Não vai dar tempo!

1984: oito ou nove adolescentes, pré-universitários, cravam os olhos no horizonte à espera de um ente superior ou entidade, que surge na imensidão do céu em milésimos de segundo, retendo-lhes o ar e arrepiando-lhes os cabelos. Para o frio, ninguém se queixa, nem mesmo a quietude invernal do mês de maio, e no silêncio da "aparecência" da lua, eles se entregam à magia inominável do evento: — Uau! — Uau! — Uau! — Uau! — Uaaaaaau! — Uuuuuuau! — Gigaaante! — Uau! — Laranja! — Pra mim é vermelha! —Chega pra cá para ver! — Está bem no meio dos dois prédios do Senado! — Uau! — Bem-no-mei-o-dos-dois-pré-dios-do-Se-na-do!!! (Congelem a cena!).

2025: a lua é cheia, o mês é maio, a seca é Brasília, no nordeste os cajueiros sofrerão até que chova novamente, alguns dos adolescentes de 1984 já são avós, os casacos que eram de lã agora são sintéticos, e os olhos dos adolescentes estão cravados nas telas de computadores e celulares. Enquanto isso, a Sinfônica do Teatro Nacional, sob a regência do maestro Cláudio Cohen, incorpora ao corpo de músicos da orquestra o talentoso menino Dan, que não vê... a lua... como nós. Mas toca piano.

Vocês sabiam que o maestro Claudio Cohen virou maestro por acaso? Sim, o Silvio Barbato, sobrecarregado de compromissos, o escolheu para tal. Cohen, que era o primeiro violino da orquestra, de repente viu-se às voltas com estudos e mais estudos, para ar de um decodificador de desejos do regente àquele que busca tirar dos músicos o que seus sentidos, como intérprete, lhe dizem sobre como a música deve soar.

Minha filha estudou com Dan e, nessa semana, na escola, houve uma feira de profissões, para os adolescentes conhecerem profissionais de diversas áreas e já irem pensando sobre o seu futuro. Lá estando, resolvi fazer um teste vocacional para verificar se a minha profissão atual corresponderia ao resultado do teste. E que incrível é a vida! Vi que eu poderia ter exercido muitas outras profissões, mas que, de alguma forma, as que exerço hoje, musicoterapia e ensino do canto, contemplam várias das características dessas outras profissões, e que as raízes da tese que sustento da importância da arte e, sobretudo, da música, para nos tornar mais humanos e solidários e gerar mais saúde individual e coletiva, já se encontravam lá atrás, justamente na minha adolescência, quando eu bebia vinho na Esplanada com os amigos, tocando violão.

Após percorrer estandes sobre as mais diversas profissões, tive a certeza de que a sociedade, assim como a orquestra, precisa mais do que nunca da diversidade para sobreviver, pois somos todos interdependentes. E nossa interconectividade precede a internet. Se tomo um vinho, é porque alguém plantou a uva! Se todos fôssemos cronistas, quem cuidaria dos hospitais, dos portos e aeroportos, dos modelos matemáticos, da preservação dos mares, dos rios e das populações ribeirinhas, das bibliotecas e dos museus ou mesmo dos direitos dos povos originários?

Saibamos valorizar, pois, todos os profissionais dessa engrenagem humana, ainda mais se quisermos promover a continuidade da vida na Terra. Ops! Terra? Que terra? A sua? A minha? A do indígena? Mostremos a lua aos nossos filhos, e os levemos aos concertos para ver, ouvir e, sobretudo, sentir o Dan!

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