A descrição bíblica afirma que 'no lugar onde Jesus foi crucificado havia um jardim, e no jardim, um sepulcro novo, onde ninguém ainda havia sido posto'
Análises arqueobotânicas e de pólen feitas com amostras de solo da igreja apontam que existiam oliveiras e videiras no subsolo. Embora os cientistas não tenham concluído as análises de radiocarbono, as descobertas sugerem que as construções remontam à época pré-cristã
Segundo sca Romana Stasolla, líder das escavações e professora da Universidade Sapienza de Roma, a igreja foi construída sobre uma pedreira
Depois de desativada, a pedreira foi usada para atividade agrícola em vários sepultamentos na época de Jesus. No século VI, Constantino, o primeiro imperador romano a se converter ao cristianismo, construiu uma estrutura em volta de um desses túmulos, o qual seria supostamente o de Jesus
'As descobertas arqueobotânicas foram especialmente interessantes para nós, à luz do que é mencionado no Evangelho de João, cuja informação parece ter sido escrita ou reunida por alguém familiarizado com Jerusalém da época', explica. 'O Evangelho menciona uma área verde entre o Calvário e o túmulo, e nós identificamos esses campos cultivados.'
Os pesquisadores encontraram ainda uma base de mármore que faz parte da monumentalização feita por Constantino na suposta sepultura de Jesus. Os cientistas iniciaram análises do mármore para obter mais informações sobre a origem e data do material
Além do túmulo, as escavações encontraram outros artefatos como moedas antigas que remetem ao século III d.C. e ossos de animais
As escavações começaram em 2022, após autorização para uma reforma na Igreja do Santo Sepulcro. A restauração, a primeira desde 1808, objetivou ainda a substituição do piso da igreja, a maioria datado do século XVIII