OBJETO LUMINOSO

O que é a ‘bola de fogo’ vista no céu de estados do Brasil?


Com o lançamento de mais objetos no espaço, fenômenos de reentrada de lixo espacial na atmosfera serão cada vez mais comuns, informam especialistas

Por Lara Perpétuo, Aline Gouveia, Amanda S. Feitoza
Reprodução/redes sociais

Objeto luminoso

Na noite da última quarta-feira (14/5), um objeto luminoso parecido com uma bola de fogo foi visto no céu de Brasília

Reprodução/Redes sociais

Outros lugares

Além da capital federal, ele também pôde ser observado nos estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Bahia

Reprodução/Redes sociais

Impressionante

Registrado em vídeo por testemunhas oculares, o fenômeno impressionou por intensidade e alcance do brilho

Reprodução Redes Sociais

O que é?

Professor do Planetário de Brasília, Luis Cavalcante explicou ao Correio que, por meio dos registros, o objeto parecia tratar-se de lixo espacial

Reprodução Redes Sociais

Características

'As características observadas nos vídeos mostram que (os objetos) têm uma fragmentação muito alta e cruzam o céu em velocidade baixa, o que caracteriza lixo espacial'

Marcelo Domingues / Bramon

Lixo espacial

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, lixos espaciais são objetos que se encontram em órbita ao redor da Terra, mas que não são mais úteis

Mark A. Garlick / markgarlick.co/Divulgação

Tipo o quê?

Diversas partes e dejetos de naves espaciais deixados para trás após o lançamento de um foguete ou uma sonda espacial, por exemplo

Spacex

Meteoro?

Se fosse um meteoro, informa Cavalcante, a velocidade da trajetória seria maior, uma vez que ele chegaria à Terra de forma mais rápida

Frantisek Krejci por Pixabay

Bramon

Nas redes sociais, a Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon, na sigla em inglês) confirmou a hipótese do especialista

Observatório Heller e Jung

Análise

'Tudo indica se tratar de lixo espacial, mas a rede brasileira de monitoramento de meteoros ainda está analisando para saber exatamente o que foi', informou na noite de quarta

Reprodução/Twitter @aes_2fish

Estágio de foguete

Após análises, a rede indicou que tratava-se de 'estágio de foguete' Falcon 9 lançado em 5 de agosto de 2014, em missão que colocou em órbita o satélite AsiaSat8

AFP

AsiaSat8

Satélite de comunicações geoestacionário, o AsiaSat8 tinha por objetivo, segundo a Bramon, 'fornecer serviços de transmissão para a região Ásia-Pacífico'

Starlink/Divulgação

Perdido em órbita

'Após cumprir sua missão, o segundo estágio do Falcon 9 permaneceu em órbita como lixo espacial', afirma a rede

GREGG NEWTON

Reentrada na Terra

'Com o tempo, sua trajetória foi decaindo até resultar na reentrada atmosférica observada nesta quarta-feira'

Reprodução/Internet

Cálculos

A Bramon garante que cálculos preliminares indicam 'grau de certeza elevado quanto à identificação do corpo do Falcon 9 como responsável pelo fenômeno'

Divulgação/Nasa

Falcon 9

Trata-se de foguete de dois estágios projetado e fabricado pela empresa americana Space X, de Elon Musk

Forças Aéreas Brasileiras

Caiu no chão?

Professor de geologia na Universidade de Brasília, Ricardo Lourenço Pinto afirmou ao Correio que existe a possibilidade de partes do objeto terem atingido o solo

Reprodução Unsplash

Dificilmente...

Apesar disso, porém, normalmente ele se desintegra por completo na atmosfera antes de atingir o chão

Observatório Heller & Jung

Risco

Eles costumam cair em oceanos ou áreas desabitadas do planeta, maior parte da superfície. Assim, 'o risco de acidentes é extremamente baixo'

Reprodução/Freepik

Cada vez mais comum

O cientista planetário Marcelo De Cicco garante que o avistamento desse tipo de fenômeno será cada vez mais comum

Observatório Espacial Heller & Jung

Mais lixo

Com o aumento de lançamentos, impulsionado por empresas como a SpaceX e países como a China, 'eventos como esse tendem a se tornar mais frequentes', diz Marcelo De Cicco

AFP

E a solução?

'Para o Brasil, que frequentemente está no caminho dessas reentradas, investir em monitoramento e conscientização pode ser essencial para lidar com os impactos'

Observatório Espacial Heller & Jung

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