Esses corpos d’água não seguem os padrões naturais esperados, como o fluxo constante para jusante, a convergência para um corpo d’água maior ou a direção previsível de suas correntes.
Em vez disso, apresentam características peculiares, como bifurcações que não retornam ao curso principal, fluxos em sentidos opostos e bacias hidrográficas com limites ambíguos.
O estudo identificou diversas formações que desafiam os princípios convencionais da drenagem natural. Confira!
Rio Echimamish (Canadá) – Localizado na província de Manitoba, entre os rios Hayes e Nelson, o Echimamish serve como um canal natural de conexão entre dois grandes rios: o Rio Hayes e o Rio Nelson
O curioso é que o Echimamish corre em duas direções, dependendo das condições sazonais, o que é um fenômeno raro. Essa característica o tornava ainda mais estratégico para o transporte.
Rio Cassiquiare (Venezuela) – Funciona como uma ligação entre dois dos maiores sistemas fluviais da América do Sul: o Rio Orinoco, na Venezuela, e o Rio Negro, afluente do Amazonas.
Ele é considerado uma anomalia hidrológica por agir como um distributário (braço que se afasta) do Orinoco e um afluente (que deságua) do Amazonas.
Pesquisadores compararam essa ligação a um 'buraco de minhoca hidrológico', pois une dois sistemas que, em teoria, deveriam ser independentes.
Rio Wayambo (Suriname) – Pode fluir tanto para leste quanto para oeste, dependendo das chuvas e de intervenções humanas, como eclusas.
Essa característica torna difícil prever a dispersão de poluentes de atividades como mineração de ouro e bauxita.
Os pesquisadores destacam que essas formações inusitadas costumam ocorrer em planícies ou em áreas chamadas “selas” — regiões de baixa elevação entre duas elevações maiores.
Nessas zonas, a topografia plana favorece a instabilidade no curso das águas, e alguns limites de bacias hidrográficas ainda são indefinidos ou estão em transformação.
'Cada um é único em sua própria maneira. Juntas, essas esquisitices hidrológicas ilustram o quanto ainda temos a aprender sobre a superfície dinâmica da Terra', destacaram os autores do estudo.
Normalmente, um rio se origina em áreas elevadas, como montanhas, nascentes ou aquíferos subterrâneos. Nessa fase, o fluxo é mais rápido e estreito. É chamado de nascente (ou alto curso).
Depois, o rio desce para áreas mais planas, diminuindo sua velocidade e a erosão lateral a a ser mais importante do que a vertical, alargando o leito. É chamado de curso médio.
Por último, o rio chega às regiões mais planas e lentas. Aqui, o transporte de sedimentos é intenso, depositando materiais no fundo e nas margens. É a famosa foz (ou baixo curso).
A foz pode ser de dois tipos principais: delta, que é quando o rio se divide em vários braços antes de desaguar (ex.: Rio Nilo);
E estuário, quando o rio deságua em um único canal largo, geralmente influenciado por marés (ex.: Rio Amazonas).