
O Brasil avançou cinco posições no ranking mundial de desenvolvimento humano realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Relatório divulgado nesta terça-feira (6/5) mostra que o país saltou da 89ª posição para a 84ª, em uma lista com 193 países.
O levantamento analisa dados de 2023. O valor do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para o Brasil é 0.786 — o que coloca o país na categoria de alto desenvolvimento humano . O IDH varia de 0 a 1.
Entre 1990 e 2023, o valor do IDH do Brasil variou de 0,641 para 0,786, o que representa uma variação de 22,6 %.
Segundo a ONU, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida resumida do progresso a longo prazo em três dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda, educação e saúde.
De acordo com o relatório, entre 1990 e 2023 a expectativa de vida ao nascer no Brasil aumentou 9,99 anos. Já a expectativa de anos de escolaridade aumentou 1,70 anos e a média de anos de escolaridade aumentou 4,74 anos. O Rendimento Nacional Bruto per capita do Brasil aumentou cerca de 47,9 %.
O Relatório de Desenvolvimento Humano de 2025 é intitulado Uma questão de escolha: pessoas e possibilidades na era da Inteligência Artificial, e analisa as implicações da inteligência artificial e as escolhas que a sociedade pode fazer para garantir que essa tecnologia potencialize as capacidades humanas.
Ao contrário do Brasil, o desenvolvimento humano global desacelerou para o nível mais baixo em 35 anos. "Em vez de observar uma recuperação sustentada após o período de crises excepcionais de 2020-2021, o relatório revela um progresso inesperadamente fraco. Excluindo esses anos de crise, o pequeno aumento no desenvolvimento humano global projetado no relatório deste ano é o menor aumento desde 1990", diz o PNUD.
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Além da taxa de desaceleração do desenvolvimento global, o relatório constata o aumento das desigualdades entre países ricos e pobres. "Há décadas, caminhamos para alcançar um mundo com desenvolvimento humano muito alto até 2030, mas essa desaceleração sinaliza uma ameaça muito real ao progresso global", pontua Achim Steiner, do PNUD.
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"Se o progresso lento de 2024 se tornar 'o novo normal', esse marco de 2030 poderá ser adiado por décadas – tornando nosso mundo menos seguro, mais dividido e mais vulnerável a choques econômicos e ecológicos. Em meio a essa turbulência global, precisamos explorar urgentemente novas maneiras de impulsionar o desenvolvimento. À medida que a Inteligência Artificial continua seu rápido avanço em tantos aspectos de nossas vidas, devemos considerar seu potencial de desenvolvimento. Novas capacidades surgem quase diariamente e, embora a IA não seja uma panaceia, as escolhas que fazemos têm o potencial de reacender o desenvolvimento humano e abrir novos caminhos e possibilidades", acrescenta Achim.
O relatório cita três aspectos em que os países devem estar atentos:
- Construir uma economia onde as pessoas colaborem com a IA em vez de competir com ela;
- Incorporar a agência humana em todo o ciclo de vida da IA, do design à implantação;
- Modernizar os sistemas de educação e saúde para atender às demandas do século XXI.
Os 10 países com maior IDH
- Islândia: 0.972
- Noruega: 0.970
- Suíça: 0.970
- Dinamarca: 0.962
- Alemanha: 0.959
- Suécia: 0.959
- Austrália: 0.958
- Hong Kong: 0.955
- Holanda: 0.955
- Bélgica: 0.951
Os 10 países com menor IDH:
- Iêmen: 0.470
- Serra Leoa: 0.467
- Burkina Faso: 0.459
- Burundi: 0.439
- Mali: 0.419
- Niger: 0.419
- Chad: 0.416
- República Centro-Africana: 0.414
- Somália: 0.404
- Sudão do Sul: 0.388
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