FRENTE DO EMPREENDERORISMO

Alckmin defende diálogo com EUA em meio à guerra tarifária

Em encontro com a Frente do Empreendedorismo, vice-presidente destaca superávit brasileiro, critica barreiras dos EUA e propõe cooperação econômica

Alckmin fez um apelo pelo diálogo e pela busca de oportunidades de cooperação com os Estados Unidos, em vez de medidas unilaterais de retaliação -  (crédito: Felipe Soares)
Alckmin fez um apelo pelo diálogo e pela busca de oportunidades de cooperação com os Estados Unidos, em vez de medidas unilaterais de retaliação - (crédito: Felipe Soares)

Nesta terça-feira (6/5), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, participou de um almoço promovido pela Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), em Brasília, para discutir os impactos da atual guerra tarifária sobre o comércio brasileiro. Diante de parlamentares, e representantes do setor produtivo, Alckmin fez um apelo pelo diálogo e pela busca de oportunidades de cooperação com os Estados Unidos, em vez de medidas unilaterais de retaliação.

Alckmin destacou que, ao contrário do que ocorre com outros países, o Brasil mantém um equilíbrio em sua balança comercial e não representa ameaça às economias estrangeiras. “No Brasil não há déficit, pelo contrário. Os Estados Unidos têm superávit na balança comercial, ele tem um superávit na balança de serviços de perto de 18 bilhões de dólares no ano ado e 7 bilhões de dólares em bens, então ele tem superávit de praticamente 25 bilhões de dólares”, afirmou.

Segundo o ministro, os EUA mantêm tarifas muito baixas sobre os produtos exportados ao Brasil. “Depois dos 10 produtos que eles mais exportam para nós, dos 10 produtos que eles mais exportam, 8, a tarifa é zero, não paga imposto de importação, é zero. E quando a gente pega o total das exportações estadunidenses para o Brasil, a tarifa média final é 2,7%”, ressaltou.

Em resposta ao aumento de tarifas imposto pelos EUA sobre o aço e o alumínio brasileiros, Alckmin lembrou que o Brasil optou por uma postura moderada. “Quando foi anunciado o aumento das alíquotas, o Brasil ficou na menor tarifa de 10%. Era a turma dos 10, dos 30, dos 50 até 150. Nós ficamos nos 10%”, pontuou.

O vice-presidente enfatizou que o Brasil está aberto à negociação e reafirmou a defesa do livre comércio como estratégia de crescimento mútuo. “A disposição do Brasil é negociação. É ganha, ganha. Comércio exterior é ganha, ganha. Eu sou mais eficiente numa área, eu te vendo. Você é mais eficiente na outra, eu compro”, declarou.

Alckmin também citou o setor siderúrgico como exemplo de integração entre as economias dos dois países. “Nós somos o terceiro comprador do aço siderúrgico americano, terceiro comprador. O Brasil faz o semi elaborado e exporta para os Estados Unidos, que faz lá o elaborado, então faz a máquina, o automóvel, então uma complementariedade econômica que é importante”, explicou.

Por fim, o ministro destacou o papel estratégico da relação comercial com os EUA, especialmente no que diz respeito às exportações brasileiras de produtos de maior valor agregado. “Para os Estados Unidos nós exportamos muito valor agregado, avião, autopeças, máquina, retroescavadeiras, produto de valor agregado e industrial”, afirmou. “É importante essa relação com os Estados Unidos, que é o que a gente tem procurado atuar, mostrando que com o Brasil não há nenhum déficit, Brasil não é problema, que teremos oportunidades de complementariedade econômica em outras áreas, defender o livre comércio”, concluiu.

postado em 06/05/2025 13:55
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