A Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou, na última quarta-feira (7/5), um projeto de lei que tem por objetivo incluir o Dia da Cegonha Reborn no calendário oficial da cidade. Criada em 2023 pelo vereador Vitor Hugo (MDB/RJ), a proposição busca homenagear artesãs, conhecidas como cegonhas, “que customizam bonecas para se parecerem com bebês reais”. O texto segue para sanção do prefeito Eduardo Paes (PSD).
Como justificativa, a ementa enfatiza que os bonecos realistas, conhecidos como ‘reborn’, “estão ganhando cada vez mais espaço pois tornaram-se uma febre mundial”. Neste mundo lúdico, são recriados não apenas os bebês, mas processos de maternidade, como partos. “Há ainda relatos de casos em que (os bonecos) são utilizados como terapia por psicólogos, para o restabelecimento de lutos e outros traumas”, explica o vereador.
Vitor Hugo conta que a ideia do projeto veio de um grupo de mulheres da Instituição Cegonha Reborn que, em 2022, se reuniu para pedir o reconhecimento da data no calendário municipal. O dia, que representaria “a relevância da cegonha reborn” e o “reconhecimento da ajuda psicológica que essas bonecas proporcionam a tantas famílias”, seria comemorado em 4 de setembro.
Em entrevista a podcast replicada pelo parlamentar nas redes sociais, ele lamentou a repercussão negativa da aprovação da proposta. “O projeto deixou bem claro que não era o dia da boneca”, disse. “Foi só para homenagear essas mulheres. Não é feriado, não vai impactar em nada na vida de ninguém para ter essa crítica toda, esse problema todo.”
Em vídeo publicado no Instagram, Vitor Hugo reforça a importância das artistas: “Mulheres artesãs que fazem arte, mas também fazem acolhimento”, descreve. “Pode até parecer somente uma boneca, mas para muita gente é uma forma de recomeçar.”
Na legenda, ele enfatiza que o projeto é “uma homenagem emocionante a mulheres incríveis” da cidade, muitas das quais “aram por momentos difíceis — depressão, luto, dores profundas — e encontraram nesse trabalho uma forma de cura e amor”. As cegonhas da instituição em questão ainda doariam as bonecas, que são caras, a crianças carentes. “É um gesto de empatia, afeto e cuidado que precisa ser valorizado”, finaliza.
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