
A campanha Folia com Respeito atuará, por mais um ano, no carnaval de Brasília. Para 2025, mais de 60 blocos já aderiram à Carta Compromisso e se comprometeram a promover um carnaval seguro, inclusivo e respeitoso. A ação começou em 2016, em virtude do aumento das denúncias de violência durante as festividades carnavalescas.
Como explica Letícia Helena, fundadora da campanha, ao incentivar comportamentos responsáveis e respeitosos, o Folia com Respeito não apenas protege os foliões, mas também fortalece a comunidade como um todo. “A promoção do respeito ao consentimento e à diversidade é fundamental para garantir que todos possam desfrutar do carnaval de maneira segura e acolhedora”, ressalta.
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Os blocos participantes também assumem a realização de uma série de ações de comunicação junto aos foliões e folionas, sobre práticas de respeito ao próximo e ao espaço público, como o descarte adequado de lixo. Ao em a Carta-compromisso, os blocos recebem um kit com adesivos, cartazes e peças gráficas como artes, fotos e vídeos para uso nas redes sociais. “Os recursos permitirão que os blocos reforcem sua comunicação com os públicos, demonstrando seu comprometimento com os valores da campanha”, reforça Letícia.
Importunação sexual
Segundo balanço da criminalidade divulgado pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), os casos de importunação sexual cresceram 6% no DF entre 2023 e 2024. Sancionada em 2018, a lei que tipifica a importunação sexual como crime determina que atitudes por muitos consideradas 'inofensivas' agora são criminosas e podem gerar pena de um a cinco anos de prisão. Beijos forçados, toques no corpo sem consentimento, 'encoxadas' sem consentimento, puxão de cabelo, entre outras ações, são violências contra a mulher que não devem ser aceitas e são íveis de sanções policiais e jurídicas.
Além do Folia com Respeito, o Governo do Distrito Federal (GDF) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) também implementaram campanhas para combater a importunação sexual e a violência durante o carnaval.
Para a Carta Compromisso, basta ar este link.
Não é não
Com o slogan “Na Folia, Não Queime a Largada, Respeite a Sinalização: Não é Não!”, 2 mil cartazes e adesivos estão sendo distribuídos, desde o dia 17, por cerca de 90 servidores da Secretaria de Mulher do DF. Os materiais são fixados em estabelecimentos comerciais, como banheiros e entradas de bares e restaurantes, garantindo que o máximo volume de foliões tenha o às informações.
Todas as 35 regiões istrativas serão contempladas com a iniciativa até o final da folia. Os cartazes oferecem um QR Code para o ao site da SMDF, bem como os principais canais de denúncia – o 190 da Polícia Militar, o 156/opção 6 (Central do GDF), o 180 (Central de Atendimento à Mulher) e o 127 (Disque Denúncia, do Ministério Público do DF e Territórios).
“A informação encoraja a mulher e inibe o agressor”, lembrou a secretária da Mulher do DF, Giselle Ferreira. “No ano ado, registramos zero casos de importunação e violência sexual durante o Carnaval, e queremos que continue assim”, completou.
Pedi pra Parar, parou
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) intensificará a atuação no Carnaval 2025 de Brasília com a campanha “Pedi pra Parar, Parou! Depois do não, tudo é importunação”. A iniciativa busca conscientizar os foliões sobre o respeito aos direitos das mulheres, além de coibir casos de assédio e importunação sexual durante as festividades.
A campanha, promovida pela Procuradoria Distrital dos Direitos do Cidadão (PDDC), Ouvidoria das Mulheres do MPDFT e Núcleo de Gênero (NG) estará presente nos três Territórios da Folia do Carnaval de Brasília. De acordo com o Governo do Distrito Federal (GDF), serão montados palcos, áreas de alimentação íveis, sanitários e espaços de convivência em cada território. Nesses locais, serão distribuídos materiais informativos, como bottons, leques, adesivos e máscaras, com mensagens de combate ao assédio. A campanha também será divulgada nas redes sociais do MPDFT.
"Queremos fazer um carnaval da inclusão, da sustentabilidade e da diversidade. O Ministério Público trabalha para que isso aconteça. O carnaval deve ser um momento de respeito. Não é não. Assédio sexual jamais", disse o procurador dos Direitos do Cidadão, Eduardo Sabo.