GREVE DOS PROFESSORES

Centro Educacional do Cruzeiro tem 80% dos professores aderindo à greve

Com o início da greve dos professores, o Centro Educacional 02 do Cruzeiro teve alta adesão da categoria mas mesmo assim seguiu de portas abertas para os alunos

Ana Carolina Alves
postado em 02/06/2025 10:29 / atualizado em 02/06/2025 23:17
Mesmo com as salas vazias, a escola seguiu de portas abertas para os alunos.  -  (crédito: Ed.Alves CB/DAPress)
Mesmo com as salas vazias, a escola seguiu de portas abertas para os alunos. - (crédito: Ed.Alves CB/DAPress)

Com o início da greve dos professores nesta segunda-feira (2/6), o Centro Educacional 02 do Cruzeiro (CED 02) amanheceu praticamente vazio. A escola, que costuma receber cerca de 560 alunos no turno da manhã, teve presença de menos de 10% dos estudantes e apenas seis dos 32 professores.

Transferido de uma escola particular, Davi, de 15 anos, teve seu primeiro dia de aula na nova escola justamente no início da greve dos professores. Acompanhado do pai, Élder Araújo de Menezes, 59, o adolescente destacou que essa é a primeira vez que presencia uma paralisação e demonstrou preocupação. "É difícil porque vou ficar praticamente sem aula, ainda mais em uma escola nova, fica complicado", lamentou. O pai esclareceu que apesar de ser prejudicial aos alunos, o movimento é legítimo, pois os professores “precisam ser melhores remunerados” e reconhecidos como formadores de caráter e opinião. “O governo não valoriza a educação como deveria”, criticou.

O vice-diretor da instituição, João Leal, de 58 anos, relatou que a adesão à greve dos professores impactou fortemente a rotina da escola. Neste primeiro dia do movimento, enquanto pela manhã alguns professores ainda foram dar aula, os profissionais dos turnos da tarde e da noite aderiram 100% à paralisação, resultando na suspensão total das aulas nesses períodos.

“A expectativa é que a greve perca força na segunda semana, mas isso depende da resposta do governo”, avaliou Leal. O gestor destacou que, embora respeite o direito de greve, espera um entendimento entre a categoria e o governo, que, segundo ele, tem apresentado propostas insuficientes, limitadas à incorporação de gratificações já existentes.

João criticou ainda a atuação do Judiciário, que determinou multas ao sindicato sem, segundo ele, conhecer de perto a realidade das escolas públicas. “Nunca recebi um desembargador ou representante do Ministério Público aqui para ver como trabalhamos. A única visita que temos é em época de eleição”, lamentou. Ele acrescentou que muitos alunos compareceram apenas para concluir atividades previamente planejadas, mas que espera uma redução ainda maior da frequência nos próximos dias.

O vice-diretor ainda afirmou que a Festa Junina da escola estava marcada para 14 de junho, mas por conta da greve, ainda não sabem se a programação seguirá como planejado. 

 

 

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação