Literatura

Marcos Fabrício lança livro de contos-poemas no Cruzeiro

O livro abre com o conto "Niemeyerlândia", ao qual se seguem os poemas. O subtítulo, conto-poemas, é indicativo da forma dos versos, que narram histórias

Para que pudesse abordar Brasília deste ângulo, o autor contou com parceiros em literatura que ele classifica como
Para que pudesse abordar Brasília deste ângulo, o autor contou com parceiros em literatura que ele classifica como "interdependente" - (crédito: Arquivo pessoal)

Acima das belezas arquitetônicas e do projeto urbanístico da capital do país, Brasília exibe marcas conflituosas de "expectativas de qualidade de vida não realizadas". É para as ambiguidades do Plano Piloto que o olhar do poeta Marcos Fabrício se volta em Praga de Brasiliense. O Sebo & Café Amado Jorge, no Cruzeiro Velho, promove o lançamento do 12º livro do autor, de 17h30 às 21h30, neste sábado. 

"Tento contar vivências de um brasiliense que tem um amor crítico à cidade. Vejo um problema de utopia não realizada, a partir de indicadores, como desigualdades sociais, de gênero, raça, etarismo", reflete Marcos Fabrício. Nesse sentido, continua, a obra é construída por "voz poética que trata de Brasílias, no plural, com a presença das periferias e seu lado B".

O livro abre com o conto "Niemeyerlândia", ao qual se seguem os poemas. O subtítulo, conto-poemas, é indicativo da forma dos versos, que narram histórias. "No meu trabalho, escrita e oralidade andam de mãos dadas", explica. Em tom leve, muitas vezes inspirado pela escuta ativa de conversas cotidianas, Marcos Fabrício registra "dicções literárias da periferia", como em "A hora do entorno". "Meu objetivo é colocar o Plano Piloto em segundo plano", afirma.

Para que pudesse abordar Brasília deste ângulo, o autor contou com parceiros em literatura que ele classifica como "interdependente". A tiragem, por exemplo, foi feita em papelaria próxima de onde mora. "A gente só se realiza como artista se trabalhar em rede", expõe. O poeta identifica, como desafios à publicação, dificuldades financeiras e técnicas. Além de ser "oneroso", encontrar editoras não tem sido tarefa simples. A maneira artesanal para lançar Praga Brasiliense surgiu como solução empreendedora do escritor. 

"Faltam iniciativas públicas de estímulo à publicação de livros", se queixa. Apesar das barreiras, o ato de publicar é uma homenagem aos leitores, fonte de aprendizado para Marcos Fabrício a partir de "recepção estética" de qualidade. Os livros podem ser comprados no Sebo & Café Amado Jorge, no Cruzeiro Velho, a partir das 17h30 deste sábado, em evento com bate-papo e autógrafos. "O lugar é um desses parceiros na construção do livros", mas, se sobrarem exemplares, brinca, gosta de "colocar o livro embaixo do braço e sair para vender".

 *Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco


Serviço

Lançamento do livro Praga Braziliense, de Marcos Fabrício, Sebo & Café Amado Jorge (SRES Quadra 02 Conjunto X Casa 56 - Cruzeiro Velho, Distrito Federal). Hoje, a partir das 17h30

 

postado em 17/05/2025 05:00
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