Artes visuais

Olhar afetuoso conduz as fotografias de Josiane Dias em exposição na Referência

Exposição de Josiane Dias na Referência Galeria de Arte olha para as pequenas coisas do humano com generosidade

Em Urbanos, a artista observa o que há de universal nas pessoas -  (crédito: Josiane Dias)
Em Urbanos, a artista observa o que há de universal nas pessoas - (crédito: Josiane Dias)

Inútil paisagem é fruto de uma pesquisa de 12 anos que carrega um certo otimismo da artista Josiane Dias. É um olhar delicado e afetuoso que ela dirige à presença humana com uma série de quatro ensaios com imagens selecionadas por Eder Chiodetto. Em cartaz na Referência Galeria de Arte, a partir de amanhã, Inútil paisagem é um conjunto de 30 fotografias divididas em grupos que a fotógrafa chama de Urbanos, Memórias portáteis e aleatórias, In/Permanência e Flora Abstrata.

Urbanos é uma homenagem às pessoas. Fotografadas em duplas ou sozinhas, sempre de costas, e alinhadas sob um fundo preto, elas representam o que há de universal no particular. "São vários tipos de pessoas que se relacionam com a gente mesmo. São pessoas que representam a humanidade e estão de costas porque acho que o rosto vai individualizar, vai dar muita referência. Como quero que representem o universal, o rosto não é importante, importante é mais a gestualidade", explica Josiane. 

Em Memórias portáteis e aleatórias, a fotógrafa registra objetos que remetem ao ado  e transportam o  observador para outros tempos e outras situações. Uma lembrança de casa da  avó, um brinquedo da infância, uma cena de rua, as referências são muitas. "Comecei com alguns objetos que me tocavam, me levavam para a infância. São coisas que remetem à minha infância e que são significativas. A memória conta a história de cada um, o que somos ontem não existe. E o que tenho são memórias guardadas no cérebro,  elas constroem a narrativa da minha trajetória", explica a artista.

Em In/Permanência, Josiane reflete sobre o significado da casa como abrigo e proteção. "Esse ensaio fala sobre arquitetura. O que é uma casa? É o que nos cobre. E é como se a casa tivesse uma alma. Ela se modifica com o ar dos anos, como a gente se modifica. Nessa série, tudo é muito difuso, são camadas de lembranças. É uma permanência, mas sempre em transformação", diz. Flora abstrata encerra o conjunto com um olhar para o mundo vegetal em um clima no qual as estações são bem marcadas. 

Além de Inútil paisagem, a Referência também recebe a exposição Novidades do Acervo, uma coletiva com as novas aquisições da galeria. São obras de  Camila Soato, David Almeida, Fernando Leite, Luciano Macedo, Patricia Furlong e Reynaldo Candia.

Inútil Paisagem

De Josiane Dias. Curadoria: Eder Chiodetto. Visitação até 7 de junho, de segunda a sexta, das 10h às 19h, e sábado, das 10h às 15h, na Sala Principal da Referência Galeria de Arte (202 Norte Bloco B Loja 11, Subsolo)


 


postado em 09/05/2025 06:00
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