Crise sanitária

Organização Mundial de Saúde Animal restringe foco da gripe aviária ao RS

O critério de recomendação da entidade ou a ser o de não adquirir produtos da área localizada em um raio de 10 km no entorno da granja onde o caso foi identificado, no município gaúcho de Montenegro

Atualmente há 12 casos suspeitos de gripe aviária em investigação no país -  (crédito:  Leandro Osorio/Estadão Conteúdo)
Atualmente há 12 casos suspeitos de gripe aviária em investigação no país - (crédito: Leandro Osorio/Estadão Conteúdo)

A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) deixou de reconhecer o alcance do surto de influenza aviária no Brasil como um problema nacional, ando a restringir a crise à região do município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. A alteração, registrada no sistema internacional da entidade na última sexta-feira (23/5), deu-se após uma notificação do governo brasileiro sobre a conclusão da política de erradicação da doença. 

“A indicação geográfica deste evento foi modificada de ‘evento ocorre no país’ para ‘evento ocorre em zona’, após o envio de informações adicionais pelo Brasil”, apontou o relatório da organização. Com isso, o critério de recomendação a a ser o de não adquirir produtos da área localizada em um raio de 10 km no entorno da granja onde o caso foi identificado.

A granja afetada entrou, no último dia 22, no protocolo de vazio sanitário em que, se não houver novos registros em 28 dias, o país poderá declarar área livre da doença e tentar retomar as exportações que estão parcialmente suspensas.

A posição técnica da OMS é considerada importante para a retomada do comércio internacional e pode acelerar o fim do embargo à importação de carne de aves brasileiras. 

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), 23 países suspenderam totalmente a importação desde a detecção do foco da gripe aviária. Outros 17 ordenaram a suspensão restrita ao estado do Rio Grande do Sul, e apenas Emirados Árabes Unidos e Japão limitaram a suspensão apenas ao município de Montenegro.

“Nenhuma mutação relevante de resistência antiviral foi identificada. A genotipagem revelou que as amostras possuem genótipos semelhantes aos previamente identificados em aves silvestres no Brasil”, destacou a organização, usada como referência por diversos países para definir para definir restrições comerciais.

Casos em investigação 

Atualmente, ainda há 12 casos suspeitos de gripe aviária em investigação no país, de acordo com dados da plataforma de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves, do Mapa. Apenas um deles foi identificado em planta comercial, em um abatedouro de aves em Aguiarnópolis (TO).

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Outras cinco suspeitas são investigadas em aves de subsistência em Triunfo (RS), Aurelino Leal (BA), Salitre (CE), Quixadá (CE) e Eldorado do Carajás (PA). E há outras seis suspeitas envolvendo aves silvestres em Canoas (RS), Armação dos Búzios (RJ), Mateus Leme (MG), Belo Horizonte (MG), Ilhéus (BA) e Icapuí (CE).

De acordo com o Mapa, “as investigações de suspeitas são rotina na atividade da Defesa Agropecuária”. “Em casos onde emergências são declaradas o sistema fica sensibilizado e o número de investigações tende a aumentar em um primeiro momento, o que reforça a robustez do sistema de Defesa Agropecuária do Brasil, que atende e trata todas as investigações com eficiência e transparência”, destacou em nota. 

postado em 26/05/2025 14:11 / atualizado em 26/05/2025 14:12
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