
Após o primeiro dia de conclave sem resultados definitivos para a eleição de um novo papa, sob os olhares atentos dos fiéis de todo o mundo, cardeais voltam a se reunir, na tarde desta quinta-feira (8/5), no Vaticano, para definir quem será o novo pontífice.
Na manhã desta quinta, a chaminé da Capela Sistina emitiu a segunda fumaça preta desde o início do conclave. Isso significa que, pela segunda rodada de votação, após um escrutínio na tarde anterior e dois nesta manhã, os cardeais aptos a eleger um novo papa não entraram em consenso a respeito do próximo chefe da Igreja Católica.
Os religiosos fizeram o trajeto da Casa Santa Marta, onde ficam hospedados durante todo o processo de eleição, até a Capela Sistina, onde ocorre a votação. Em ambos os locais, são proibidos celulares e quaisquer outros tipos de comunicação com o mundo externo — com exceção da chaminé do templo que anuncia os resultados: ela exala fumaça preta, se nada foi definido, e branca, se um novo pontífice foi escolhido.
O território do Vaticano é também regulado, a fim de garantir que “eleitores não sejam abordados por ninguém” no caminho da acomodação até o palácio onde fica a capela — de acordo com a constituição apostólica Universi Dominici Gregis.
Na quarta, os 133 cardeais aptos a votar no conclave proclamaram juramento em que prometeram manter sigilo sobre tudo o que ocorre durante o processo. Após o juramento, a Capela Sistina foi trancada por volta das 12h45 (horário de Brasília) e permanecerá fechada a pessoas não autorizadas até o anúncio público do novo papa.
No primeiro dia, foi feita somente uma votação, conforme mandam as normas da igreja. Como não houve maioria, a fumaça preta foi a que saiu pela chaminé para anunciar a falta de resultados. A partir desta quinta-feira (8/5), porém, são realizadas duas votações, tanto pela manhã como pela tarde.
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A expectativa em Roma, de acordo com enviado especial do Correio, é de que o resultado seja anunciado entre quinta e sexta (9/5).
Como ocorre a eleição
Para que seja eleito o 267º sucessor de Pedro, portanto, é necessário que pelo menos 89 cardeais concordem com um único nome.
O voto é secreto, depositado em urna por meio de fichas retangulares dobráveis nas quais os eleitores devem escrever “claramente, mas com a grafia o mais possível não identificável, o nome de quem (se) elege”.
Se, após contagem, houver número diferente de votos e cardeais, as fichas devem ser queimadas e nova votação deve ser feita logo em seguida. Se as quantidades forem correspondentes, prossegue-se para apuração feita por três escrutinadores — dos quais o terceiro diz o nome disposto em cada ficha em voz alta, para que todos os participantes anotem em folhas separadas.
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Furadas com uma agulha, as fichas são inseridas em um fio para serem somadas de acordo com os respectivos nomes. Depois de revisados, os votos são queimados. No caso de terem sido feitas duas votações seguidas, como manda a constituição católica nos dias de conclave seguintes ao primeiro, as fichas são queimadas de forma conjunta, após o fim dos dois processos.
Por isso, se um novo papa for eleito logo na primeira votação, os fiéis podem descobrir, por meio da fumaça branca, em quatro momentos prováveis do dia (de acordo com o horário de Brasília): 5h30; 7h; 12h30; e 14h. No caso de ser preciso realizar uma segunda votação em seguida, se não tiver sido obtida maioria na primeira, a fumaça só sai, portanto, depois do fim do segundo processo — neste caso, por volta das 7h ou das 14h.
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