
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, reúne-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na tarde desta sexta-feira (2/5), no Palácio do Planalto. A assessoria da ministra afirma tratar-se de “uma reunião sobre temas relacionados à pasta”, buscando afastar rumores sobre uma possível saída de Cida do governo.
O encontro ocorre em meio a um contexto de reformulações internas no alto escalão do Executivo. Desde o início do ano, o petista promoveu mudanças importantes em três ministérios estratégicos: Secretaria de Comunicação Social (Secom), Ministério da Saúde e Secretaria de Relações Institucionais (SRI).
Na Secom, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) foi substituído pelo publicitário Sidônio Palmeira, responsável pelas campanhas vitoriosas de Lula à Presidência. Já na Saúde, Nísia Trindade deu lugar ao médico e político Alexandre Padilha, que, por sua vez, deixou a SRI para a entrada de Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT.
Diante dessas movimentações, surgiram especulações sobre novas trocas no primeiro escalão — entre elas, a permanência ou não de Cida Gonçalves no Ministério das Mulheres. A ministra, porém, segue cumprindo agenda normalmente.
Denúncias de assédio no ministério
Pasta comandada por Cida Gonçalves, o Ministério das Mulheres já foi denunciado 39 vezes por assédios moral e sexual, entre os períodos de 1º de janeiro de 2024 e 1º de maio de 2025. Do total de denúncias, feitas de forma anônima por meio do canal Resolveu, da Controladoria-Geral da União (CGU), 23 reclamações referem-se a assédio moral e 16 queixas referentes a assédio sexual.
A especulação ventilada nos bastidores, ocorre após a titular da pasta revelar à Comissão de Ética da Presidência da República, em fevereiro deste ano, que costuma interromper a agenda para atender a primeira-dama Janja da Silva.
Cida também disse à comissão que costumava ignorar os chamados de dois ministros: Alexandre Padilha (à época, Relações Institucionais) e Márcio Macêdo, titular da pasta da Secretaria-Geral da Presidência. As informações sobre os relatos da ministra à comissão foram publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, à época.
Além disso, a Comissão de Ética da Presidência da República recebeu denúncias de práticas de assédio moral por parte do Ministério das Mulheres. Segundo a comissão, as denúncias são recebidas pelo órgão por meio da análise de registros feitos na CGU — como o E ai, Resolveu e a plataforma Fala.BR.
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A Comissão de Ética da Presidência arquivou, em fevereiro, as denúncias contra o Ministério das Mulheres por falta de provas concretas. O Correio contatou a assessoria de comunicação da pasta para comentar as reclamações, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para novas informações.