O Ministério das Relações Exteriores (MRE) condenou nesta quarta-feira (21/5), “nos mais fortes termos”, a nova ofensiva de Israel contra a Faixa de Gaza lançada nos últimos dias. O conflito já matou mais de 300 palestinos até o momento.
Em nota divulgada pelo Itamaraty, o governo brasileiro também criticou as falas recentes do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que afirmou nesta semana que vai “tomar o controle” de Gaza. Os ataques recentes também foram condenados por países da Europa, incluindo França, Alemanha e Reino Unido.
“O governo brasileiro condena, nos mais fortes termos, o lançamento de nova ofensiva israelense na Faixa de Gaza, com intensificação dos bombardeios aéreos e expansão das operações terrestres, que provocaram, nos últimos dias, a morte de mais de 300 palestinos, incluindo mulheres e crianças, e forçaram deslocamento de mais de 60 mil pessoas”, disse o Itamaraty.
Ontem (20), ataques aéreos mataram cerca de 60 palestinos. Segundo as Nações Unidas, apesar de Israel ter aliviado o bloqueio contra caminhões com ajuda humanitária, permitindo a entrega de veículos, os materiais ainda não foram entregues. No domingo (18), Israel permitiu a entrada de “uma quantidade básica de comida” em Gaza.
O documento também diz que o Brasil deplora a declaração recente de Netanyahu, e reafirma que é contra as normas de direito internacional tentar exercer uma autoridade permanente em um território ocupado.
Gaza sofre risco de fome generalizada com bloqueio
O Itamaraty também demonstrou preocupação com o risco de fome generalizada na Faixa de Gaza causado por um bloqueio israelense à região — a falta de alimentos já foi reconhecida inclusive pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que disse que vai “cuidar disso”.
“O Brasil expressa grave preocupação com a anunciada intenção israelense de permitir ingresso mínimo de alimentos e remédios em Gaza, recordando que o uso da fome como método constitui crime de guerra”, frisou o Itamaraty.
O governo brasileiro, ao final do documento, também insistiu a Israel que permita a entrada irrestrita de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, e voltou a defender que as hostilidades cessem na região, com a retirada das tropas israelenses e a libertação dos reféns.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular