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"A perda do bebê é uma dor muitas vezes invisibilizada", afirma psicóloga

Ao CB.Saúde, a psicóloga perinatal do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) Alessandra Arrais comentou que o processo do luto de natimortos é complexo, e que o GDF oferece espaço separado de acomodação para essas mães

CB.Saúde: psicóloga perinatal do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) Alessandra Arrais -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
CB.Saúde: psicóloga perinatal do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) Alessandra Arrais - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

A saúde mental das mães foi um dos temas do CB.Saúde, parceria do Correio com a TV Brasília, desta quinta-feira (15/5). Às jornalistas Carmen Souza e Paloma Oliveto, a psicóloga perinatal do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) Alessandra Arrais comentou sobre a importância de uma acomodação adequada às parturientes de natimorto.

Alessandra Arrais afirmou que a perda do bebê de maneira prematura é uma dor muitas vezes invisibilizada e que ainda existe muito desconhecimento e tabus sobre o luto gestacional. “As pessoas dizem que a mulher é jovem e pode ter outro filho, ou desfazem rapidamente o quarto, sem permitir que a mãe expresse sua dor. E não podemos esquecer do pai, que também sofre. Precisamos dar visibilidade e criar espaços de escuta qualificada”, complementou.

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A psicóloga perinatal contou que há relatos de mulheres que perderam seus bebês e ouviram de profissionais que “era só um feto”, como se isso diminuísse a dor. “Na Secretaria de Saúde, temos cursos, um deles se chama Parto do Princípio, voltados para a sensibilização de profissionais sobre saúde mental materna em todo o ciclo gravídico-puerperal, especialmente em casos de luto gestacional e perinatal. A dor existe, precisa ser reconhecida e cuidada”, explicou.

Ela destacou que a Lei Distrital nº 1.478/2024 determina que mães que perderam seus bebês devem ter direito a um espaço separado após o parto. “Isso porque, muitas vezes, essas mulheres são internadas na mesma enfermaria que mães com seus filhos vivos. Já ouvi relatos de mães que, enlutadas, ouviam de enfermeiras: ‘Cadê seu bebê? Você ainda não amamentou?’”, relatou.

*Estagiário sob a supervisão de Patrick Selvatti

Assista a entrevista completa

postado em 15/05/2025 18:20
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