
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), vetou integralmente o projeto de lei que criava o Dia da Cegonha Reborn, proposta aprovada na Câmara Municipal e que visava homenagear artesãs responsáveis pela criação de bonecas hiper-realistas conhecidas como “bebês reborns”.
A justificativa do prefeito veio em tom direto na rede social X (antigo twitter). “Com todo respeito aos interessados, mas não dá...”, diz a postagem, complementada com a imagem do documento assinado pelo prefeito no espaço de "Veto integralmente". O post recebeu mais de mil comentários, apoiando a decisão de Pães, além de mais de três mil compartilhamentos. Confira:
Com todo respeito aos interessados mas não dá…. pic.twitter.com/qVK5zqX8Qj
— Eduardo Paes (@eduardopaes) June 2, 2025
O projeto, de autoria do vereador Vitor Hugo (MDB), previa a inclusão da data no calendário oficial da cidade, a ser celebrada anualmente em 4 de setembro. A iniciativa foi votada em maio e pretendia valorizar o trabalho de mulheres que, segundo o parlamentar, exercem uma atividade artística com impactos positivos na saúde emocional das clientes.
- Leia também: Bebês reborns têm direitos?
De acordo com o texto do Projeto de Lei nº 1892/2023, as chamadas “cegonhas reborns” são artesãs que desenvolvem bonecas com características realistas, muitas vezes utilizadas em terapias para mães que sofreram perdas gestacionais ou enfrentam traumas emocionais. “No mundo dos bebês reborn, existe até maternidade e parto. Em muitos casos, os bonecos são utilizados como instrumentos terapêuticos”, diz a justificativa da proposta.
Vitor Hugo afirmou que a proposta surgiu após ser procurado por um grupo de mulheres envolvidas com a prática. Para ele, o veto de Eduardo Paes é prerrogativa do Executivo, mas causou surpresa pela forma como foi comunicado publicamente. “Infelizmente, criou-se uma polêmica em torno de um projeto que tinha a simples intenção de reconhecer o trabalho artesanal dessas mulheres, que em muitos casos atuam em ações voltadas ao acolhimento emocional e à superação de lutos”, defendeu o vereador.
Com o veto formalizado, a matéria retorna agora à Câmara Municipal, que poderá manter ou derrubar a decisão do prefeito. Caso o Legislativo opte por rejeitar o veto, a proposta será promulgada como lei, mesmo sem sanção do chefe do Executivo.
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